Por Ricardo Seelig
Nota: 8,5
O que é o pop? Resumindo em uma frase, é aquela música que conquista o ouvinte de imediato e, quando ele menos percebe, já está cantando junto. No pop atual, não há nada igual a Lady Gaga, e isso fica ainda mais claro em Born This Way, seu segundo disco. A verdade é apenas uma: desde o surgimento de Madonna na década de 80 o mundo não via um fenômeno como Lady Gaga. Ela é a nova rainha do pop, influenciando não apenas a música, mas a moda, o comportamento e a própria cultura de massa.
Born This Way é um ótimo disco por uma razão muito simples: ele tem ótimas canções. Assim como já havia ocorrido com a estreia de Gaga, The Fame Monster, o que se ouve nas quatorze faixas de Born This Way é um aula prática de como ideias podem ser reunidas na construção de canções de apelo imediato. E, mais do que isso: ao despir as faixas de seus arranjos, o que sobre são ótimas canções, que sobrevivem – e, em muitos casos, soam até mais fortes – sem todo o aparato eletrônico de seus arranjos originais.
Batidas eletrônicas, coros elaborados, linhas vocais contagiantes. Born This Way é um álbum extremamente emocional, que não permite ao ouvinte passar incólume à sua audição. O que temos aqui é um disco que só poderia ter sido criado por alguém que nasceu e cresceu durante a década de oitenta e tinha como um de seus principais hobbys passar horas ouvindo música. Referências a já citada Madonna e Michael Jackson são as mais óbvias, mas não é difícil perceber em suas faixas elementos pescados de sonoridades tão distintas quanto Bon Jovi e cantores kitsch de cabaré.
Faixas como “Marry the Night”, o hit “Born This Way” (que chupa sem remorso a melodia de “Express Yourself” de Madonna), a excelente “Judas”, “Americano” (onde, por um momento, pensei estar ouvindo a versão do Santa Esmeralda para “Don't Let Me Be Misundestood”), “Scheiße”, “Bloody Mary”, “Highway Unicorn (Road 2 Love)”, “Heavy Metal Lover”, a ótima balada "Yoü & I" e “Electric Chapel” (com um riff de guitarra legal bem legal) são momentos excelentes construídos através de fragmentos dos mais variados gêneros musicais, que convergem e se unem em composições sólidas e donas de uma personalidade fortíssima.
Acima das polêmicas que alimenta, Lady Gaga revela-se uma grande artista. Ótima cantora, excelente compositora, ciente do poder que tem e em como amplificá-lo em escala global. O que ouvimos em Born This Way e estamos presenciando em 2011 é a história sendo construída diante de nossos olhos.
O que é o pop em 2011? A resposta é Lady Gaga, o disco é Born This Way e todo o resto ficou para trás!
Ouça e surpreenda-se!
Faixas:
1 Marry the Night
2 Born This Way
3 Government Hooker
4 Judas
5 Americano
6 Hair
7 Scheiße
8 Bloody Mary
9 Bad Kids
10 Highway Unicorn (Road 2 love)
11 Heavy Metal Lover
12 Electric Chapel
13 Yoü and I
14 The Edge of Glory
Gostei. Legal ter resenhas de outros gêneros. Vou ouvir.
ResponderExcluirAbraços
Essa mulher tem uma cara esquisita, mas a bundinha branca eu gostei.
ResponderExcluirDigamos que a foto da bunda é um bônus no post (rs).
ResponderExcluirMudou de ideia? voce disse que ia dar 7,5 ao disco. Enfim o disco é bom, mas tem algumas faixas pavorosas.
ResponderExcluirA Lady Gaga construi um disco bem variado, e de fato, ela hoje é a rainha do pop.
Eu gostei muito de Eletric Chapel.
Rubens, esse disco é viciante, e é difícil parar de ouvi-lo ao dar o play. Ótimo!
ResponderExcluir"Digamos que a foto da bunda é um bônus no post (rs)."
ResponderExcluirPor isso eu adoro esse blog... musica boa, bundinhas, só falta a 'ceva' hehehehehehe.
A falta de cerveja não é por falta de vontade, que isso fique claro (rs).
ResponderExcluirEu não achei ele tão bom assim, a voz da Lady ainda é muito fraquinha, e elas as vezes recorre ao Autotune.
ResponderExcluirFaixas com Heavy Metal Lover eu não engoli.
Agora pelo lado bom temos: Judas, Eletric Chapel, Hair e americano.
CARA, NÃO ACREDITO QUE DEPOIS DO WHIPLASH TER JUSTIN BIEBER, AGORA L. GAGA AQUI.
ResponderExcluirPUTZZZZZZ
Interessante. Vou ouvir. Sempre dei atenção ao bom pop. Mas ainda prefiro a Adele anos luz.
ResponderExcluirTchê... até pouco tempo eu conhecia apenas os singles dela, mas busquei os discos para ter uma ideia melhor de sua música. A primeira constatação que fica é a de que a escolha das faixas para promoção foi bem pensada. Músicas como "Pokerface", "Just Dance", "Alejandro", "Bad Romance", "Born This Way" e "Judas" são mesmo as com maior potencial de grudar na mente das pessoas com facilidade, dada a construção das melodias e o bom encaixe das letras nas mesmas.
ResponderExcluirQuanto a "Born This Way", o disco, a mim ele soa mais fraco que os lançamentos anteriores. Existem sim faixas com potencial, como os singles "Judas" e a faixa-título, mas no geral me parece uma compilação de canções que, na maioria dos casos, não são mais do que "simpáticas". É positivo o fato de muitas delas estarem menos overproduced, mais convencionais, e algumas me agradaram bastante, como "Yoü and I" e "The Edge of Glory". A que mais remete aos trabalhos anteriores é "Judas", mas ela tem a mesma característica que critico na maioria dos hits de Lady Gaga: a excessiva repetição de sílabas para que as letras se encaixem perfeitamente na melodia. Admiro uma métrica bem feita, e acho que ela é competente nisso, mas curto bem mais quando isso é feito com naturalidade, como ABBA e Beatles sabiam fazer com perfeição.
Bom, encurtando o causo... "Born This Way" é legalzinho, mas apenas isso. Ainda fico com "The Fame", que conta com (essa sim) a excelente "Pokerface", melhor canção de Lady Gaga disparado, ao menos para mim. Sem falar em "Just Dance" e "Lovegame", que também são muito boas. Que ela é a artista pop mais relevante dos últimos tempos, disso não há dúvida. Mas há gente fazendo pop bem mais legal por aí. Robbie Williams é, para mim, o melhor exemplo. A recente "The Flood" (com o Take That) é uma das melhores canções pop que eu ouvi em muito tempo... As duas faixas novas lançadas na coletânea "In and Out of Consciousness" (2010) também são fantásticas, a saber "Shame" e "Heart and I"
The Fame é um disco fraquissimo, sem nenhum atrativo.
ResponderExcluirBorn This Away é mais diversificado,e mostra uma maior ousadia da Lady que no fraco The Fame.
nesse disco ela usa bem menos o Autotune, que era muito utilizado nos registros anteriores.
Ao meu ver Born This Away é um disco de regular para bom, com faixas boas e outras pavorosas de ruim.