Por Ricardo Seelig
Nota: 7
A lista de convidados especiais do novo disco do Pushking impressiona. Os russos, com uma longa carreira em seu país – estão na ativa desde 1994 -, reuniram, além dos nomes habituais presentes nos zilhões de álbuns tributo por aí, como Joe Lynn Turner, Jeff Scott Soto e Jorn Lande, alguns ícones incontestáveis do hard rock e que não costumam bater ponto em discos de outros artistas, como Billy Gibbons (ZZ Top), Alice Cooper, Steve Vai e, principalmente, Paul Stanley.
Ao lado do experiente produtor Fabrizio Grossi, o Pushking conseguiu gravar em The World As We Love It um disco que vai além da mera curiosidade atiçada pelas participações especiais. Comprovadamente bons compositores e com um talento nato para criar melodias grudentas, o grupo acerta a mão em diversos momentos do álbum.
Os pontos altos estão na dobradinha de abertura com a participação de Billy Gibbons - “Nightrider” e “It'll Be Ok” -; em “Troubled Love” com Alice Cooper, com uma pegada bem anos 80; “My Reflections After Seeing The Schindler's List Movie” com Steve Vai; na pesada e densa “Heroin”, com uma ótima interpretação de Jorn Lande; e em “Cut the Wire”, um hard com tempero funk que traz Paul Stanley se aventurando em uma sonoridade bem diferente da que estamos acostumados a ouvir no Kiss. A divertida “Kukarracha”, que fecha o play com vários vocalistas dividindo as vozes, também merece destaque.
Porém, há alguns pontos que puxam o disco para baixo. O grande número de baladas, a maioria delas extremamente melosas, é um deles. Mas o principal é a participação de Glenn Hughes – sim, o 'The Voice of Rock'. O baixista e vocalista do Black Country Communion canta em três faixas - “Why Don't You?”, “Tonight” e “Private Own” -, composições que teriam tudo para serem alguns dos momentos mais legais do CD, o que infelizmente não acontece. E a culpa disso é de Hughes. A irritante mania que o cantor desenvolveu nos últimos anos, com interpretações exageradas e gritos constantes e desnecessários que lembram aqueles participantes de programas de auditório que querem impressionar os jurados, torna a audição das faixas com a sua participação – notadamente “Why Don't You?” - cansativa e irritante. A exceção é a bonita balada “Tonight”, onde Glenn Hughes está mais contido e preocupado mais em cantar do que apenas gritar.
Mas, no final das contas, o saldo é positivo. The World As We Love It é um bom disco, indicado principalmente para quem gosta da sonoridade festiva do hard rock dos anos oitenta. Além disso, as participações especiais o tornam um item de colecionador para quem é fã das bandas principais dos músicos aqui presentes. Se você se enquadra nessas duas categorias, eis aí um bom álbum para a sua coleção.
Faixas:
1. Intro
2. Nightrider
Billy F. Gibbons (ZZ Top) - Vocal, Guitarra
3. It'll Be OK
Billy F. Gibbons (ZZ Top) - Vocal
Nuno Bettencourt (Extreme) - Guitarra
4. Troubled Love
Alice Cooper - Vocal
Keri Kelli (Alice Cooper) - Guitarra
5. Stranger's Song
John Lawton (ex-Uriah Heep) - Vocal
Steve Stevens (Billy Idol) - Guitarra
6. Cut The Wire
Paul Stanley (Kiss) - Vocal
Stevie Salas - Guitarra
7. My Reflections After Seeing the "Schindler's List" Movie
Steve Vai - Guitarra
8. God Made Us Free
Graham Bonnet (ex-Rainbow, Alcatrazz) - Vocal
9. Why Don't You?
Glenn Hughes (Black Country Communion) - Vocal
10. I Believe
Jeff Scott Soto (ex-Journey, Yngwie Malmsteen) - Vocal
11. Tonight
Glenn Hughes (Black Country Communion) - Vocal
Joe Bonamassa (Black Country Communion) - Guitarra
12. Private Own
Glenn Hughes (Black Country Communion) - Vocal
Matt Filippini (Moonstone) - Guitarra
13. Open Letter to God
Eric Martin (Mr. Big) - Vocal
14. Nature's Child
Udo Dirkschneider - Vocal
15. I Love You
Dan McCafferty (Nazareth) - Vocal
16. Head Shooter
Joe Lynn Turner (ex-Rainbow, Deep Purple) - Vocal
17. Heroin
Jorn Lande (Masterplan) - Vocal
18. My Simple Song
Dan McCafferty (Nazareth) - Vocal
19. Kukarracha
Joe Lynn Turner - Vocal
Eric Martin - Vocal
Glenn Hughes - Vocal
Paul Stanley - Vocal
Graham Bonnet - Vocal
Steve Lukather (Toto) – Guitarra
Tinha tudo para ser um dos melhores do ano, mas é no máximo legalzinho. De certa forma, uma decepção.
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