Por Marcelo Vieira
Nota: 6
Não é de hoje que os fãs do Queensrÿche recebem com certa apreensão as novidades musicais da banda. Sempre que Geoff Tate e companhia anunciam um novo trabalho, a expectativa é grande - para o pior. Dedicated to Chaos é o 16° álbum da banda (12° de estúdio) e chega às lojas nos próximos dias. Mas, graças à grande rede, que fez os conceitos de novidade e raridade caírem por terra, já possuo as músicas de sua edição especial (quatro faixas a mais) em mãos, ou melhor, em disco rígido.
A música de trabalho “Get It Started” abre o álbum com contornos de classic rock e timbres que viraram marca registrada do Queensrÿche após a saída de Chris DeGarmo. Não tem potencial para hit, mas é o tipo de som que desce redondo. Preparem-se para torcer seus narizes para “Got It Bad”, primeiro equívoco do disco. “Retail Therapy” beira o industrial, com um refrão que poderia ser excelente se Geoff Tate estivesse em dia com a garganta. Aliás, um ponto negativo de Dedicated to Chaos é justamente a voz de Tate, que dá sinais de esgotamento em alguns momentos – ou seria apenas preguiça?
A introdução no piano engana. “At the Edge” não é uma balada. Primeiro momento de tirar o fôlego, tanto pela letra forte quanto pela música repleta de variações – incluindo um solo de saxofone de Tate –, tem cadeira cativa entre os destaques do álbum. A balada vem na sequência com “Broken”. Piano, orquestração e mais saxofone criam o clima de introspecção perfeito para uma interpretação, aqui sim, fantástica de Tate. E tome outra balada logo depois com “Hard Times”, que, modernidades à parte, é um musicão!
Depois de alguns minutos dispensáveis e muito aquém até mesmo das piores expectativas, “I Take You” recoloca o álbum nos trilhos com um quê de Promised Land e figura entre os destaques. Em “The Lie” veio a impressão de já ter ouvido coisa parecida antes. Muito boa, mas poderia ser ainda melhor se viesse antes no tracklist, pois a essa altura da audição o grau de atenção já é baixo – não suporto discos muito longos. “Big Noize” fecha o trabalho incorporando quase tudo de bom e ruim que o Queensrÿche vem oferecendo em três décadas de existência - com predominância das coisas ruins, infelizmente...
Discordando em parte – quatro ou cinco músicas – de quem fez piada com o título dizendo que o caos em questão seria o próprio álbum, encerro o texto louvando àqueles que souberam inovar sem se descaracterizar. Ainda não foi dessa vez que o Queensrÿche conseguiu fazer isso. Fica a esperança de dias melhores.
Faixas:
1. Get Started
2. Hot Spot Junkie
3. Got It Bad
4. Around the World
5. Higher
6. Retail Therapy
7. At the Edge
8. Broken*
9. Hard Times*
10. Drive
11. I Believe*
12. LuvnU*
13. Wot We Do
14. I Take You
15. The Lie
16. Big Noize
* Special Edition Bonus Tracks
Quem me conhece sabe que sou (fui) um grande fã da banda, mas está cada vez mais difícil de engolir um cd dos caras. R.I.P. Queensryche!
ResponderExcluirQue pena...ontem mesmo estava ouvindo a edição comemorativa do Emperor.... é um disco tão legal... triste constatar que pelo jeito os caras perderam a mão
ResponderExcluirOs últimos discos de Fates Warning e Dream Theater, que também são precursores, são bem medianos, mas nunca lançaram algo tão ruim como o QR vem fazendo há mais de 10 anos. Uma pena mesmo
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