A minha pré-lista com os melhores discos do ano tinha 45 álbuns. Por esse número dá pra ver o quanto 2011 foi um ano excelente para a música. Sem exagero e sem pensar muito, é possível afirmar que tivemos ao menos dois grandes discos sendo lançados todos os meses.
Por
isso, devido à fartura de bons álbuns, foi difícil decidir quais
seriam os 10 que entrariam na lista final. Ouvi todos novamente,
coloquei na balança, e cheguei nessa lista final. Alguns eram
presença certa, mas outros acabaram entrando na última hora,
tirando o lugar de trabalhos até então intocáveis.
Mas
chega de papo furado e vamos aos 10 melhores discos de 2011.
Sou
fã de heavy metal desde os meus 12 anos. Nesses 27 anos,
pouquíssimos foram os discos que fizeram eu me sentir como Unto
the Locust fez. Um trabalho espetacular, o melhor álbum da
carreira do Machine Head é impressionante do começo ao fim. Não
apenas o melhor disco de 2011, mas, na minha opinião, um dos grandes
álbuns de heavy metal de todos os tempos.
Com
uma sonoridade refinada e elegante influenciada enormemente pela fase
Berlim de David Bowie – de álbuns como Low
e Heroes
–, o décimo trabalho deste grupo canadense é um primor. Melodias
celestiais cativam profundamente, proporcionando uma experiência
única. Vai passar batido pela maioria, porém é um trabalho
excepcional!
A
banda mais inovadora do heavy metal simplificou o seu som e gravou o
seu disco mais acessível. The Hunter é um álbum direto,
pesado, com uma pegada stoner muito bem-vinda e as influências
psicodélicas e progressivas características de sempre. O metal
lisérgico do quarteto, vivo e pulsante, em um de seus melhores
trabalhos.
Provavelmente
a banda mais falada e comentada do metal em 2011, o Ghost foi buscar
no passado os elementos para construir uma sonoridade cativante e
repleta de personalidade. Opus Eponymous é daqueles discos
impossíveis de ouvir apenas uma vez: é dar play e escutar do início
ao fim, de novo, novamente e mais uma vez.
Agreste,
meio caipira, The King is Dead poderia ser descrito como uma
espécie de álbum perdido do R.E.M.. Com grandes canções,
performance vinda da alma e inspiração sem limites, a banda
liderada por Colin Meloy gravou um disco arrebatador, capaz de
agradar ouvintes de todos os estilos.
Um
álbum de 2011 que passaria fácil por um LP gravado nos anos 70.
Hisingen Blues confirma o potencial do Graveyard, e é uma das
grandes surpresas do ano. Só a presença de uma jóia com
“Uncomfortably Numb” já valeria o disco, mas ele tem muitas
outras pepitas a serem descobertas. Experimente!
Essa
dupla norte-americana é, aparentemente, incapaz de gravar um disco
ruim. El Camino é tão bom quanto o trabalho anterior,
Brothers, que esteve na maioria das listas de melhores de
2010. Unindo a crueza do rock com o apelo do pop, tudo embalado por
um delicioso sabor setentista, El Camino tem tudo para repetir
tal feito. Todas as suas 11 faixas tem cara de single, e devem tornar
a banda reconhecida de vez pelo grande público.
O disco mais corajoso da carreira do
Opeth é uma viagem sonora surpreendente. Riquíssimo musicalmente,
traz a banda ousando ao mergulhar sem medo na prog setentista. A
escolha de Mikael Akerfeldt em cantar apenas com a voz limpa pode ter
chocado os fãs em um primeiro momento, mas se revelou acertadíssima.
Um belíssimo trabalho, que abre novos horizontes para uma das bandas
mais inquietas da atualidade.
O
CD que marcou a volta de Joey Belladonna é um petardo! Empolgante do
início ao fim, com canções redondinhas e maravilhas como a já
clássica “In the End”, é o melhor trabalho do grupo em 20 anos.
Que seja apenas o começo de uma nova, e duradoura, fase.
Em
seu segundo álbum, esta banda holandesa deixou um pouco de lado a
melodia onipresente de seu primeiro trabalho e investiu mais na
psicodelia, alcançando um resultado surpreendente. Perturbador,
etéreo e cativante, comprova o porque de o Devil's Blood ser
considerado um dos nomes mais interessantes do metal atual.
Além
desses discos citados acima, não posso deixar de destacar outros dez
álbuns excelentes, que não entraram na lista por limitação de
espaço mas merecem ser ouvidos com atenção, comprovando o quanto
2011 foi um ano especial para a música:
Adele
– 21
Beth
Hart & Joe Bonamassa – Don't Explain
Chickenfoot
– Chickenfoot III
Foo
Fighters – Wasting Light
Iced
Earth – Dystopia
Iron
& Wine – Kiss Each Other Clean
Krisiun
– The Great Execution
Noel
Gallagher – High Flying Birds
Rival
Sons – Pressure & Time
Von
Hertzen Brothers – Stars Aligned
Era batata que o Ghost ia pipocar aqui... rs
ResponderExcluirpor que o "Opus Eponymous" na lista se o álbum foi lançado em 2010!?!?
ResponderExcluirJá expliquei isso: o disco do Ghost foi lançado na Europa em 18 de outubro de 2010, e nos Estados Unidos em 18 de janeiro de 2011. Isso fez com que o disco passasse batido pelas listas de melhores do ano publicadas por nós em 2010, porque não conhecíamos o disco. Isso, aliado ao fato de a banda ter se tornado conhecida apenas esse ano pela maioria dos bangers - e ainda estar sendo descoberta por muitos -, fez com que nós acabássemos decidindo em inclui-lo nas listas de melhores de 2011. Afinal, um disco tão bom quanto esse não poderia passar batido, certo?
ResponderExcluirAbraço, e obrigado pelo comentário.
Não consigo achar esse cd do Machine Head isso tudo que falam, soa como um cd qualquer de metal.
ResponderExcluirMas sua lista foi bem diversificada coerente como o Castillo disse. Demonstra maturidade musical
ResponderExcluirEi Cadão falando em Graveyard o Hisingen Blues não ia ser lançado aqui em versão nacional pela Hellion's ?
ResponderExcluirCadão, gostaria de registrar que sua (excelente) resenha de Unto The Locust me fez querer ouvir o novo do Machine Head (banda que mal conhecia, havia escutado um disco anteriormente - acho que o The More The Things Change...- e não havia gostado). É o melhor o disco de metal que escuto em muito tempo, viciante, não consigo parar de ouvir, e olha que não sou nada chegado a sons mais extremos. Valeu!.
ResponderExcluirPs: o mesmo registro vale p/ o 1º do Devil's Blood. Grande abraço.
Excelente lista, não conhecia esse "Destroyer - Kaputt", que achei sensacional, tem uma pegada new wave oitentista só que bem atual e que me agradou bastante. Eh a prova que a musica só evolui, basta você buscar boas influencias no passado para fazer um bom trabalho. Quem diz que não existem mais boas bandas são os preguiçosos que não se dão o trabalho de garimpar tais preciosidades que aparecem aos montes em diversos países ao redor do globo.
ResponderExcluirDestroyer - Kaputt. Esse clipe eh sensacional: http://www.youtube.com/watch?v=Pf-ONpLXzGs
ResponderExcluirDiante do fraquíssimo 1º semestre, acreditei que o ano, até por se tratar de início de década, era uma fase de transição, pobre em lançamentos. Mas algumas belas exceções, aliados a uma enxurrada de qualidade deste 2º semestre, me deixam tranquilo ao reafirmar o que disse por toda a década passada: AINDA TEM MUITA COISA BOA E ATUAL NA MÚSICA! No Heavy e fora dele...
ResponderExcluirNo campo Heavy, algumas "unanimidades" realmente mandaram e desmandaram: MACHINE HEAD, ANTHRAX, MASTODON. Destaco alguns nomes que este blog destacou, com muita justiça, como o complexo e criativo BLACK DAHLIA MURDER, o projeto ARCH/MATHEOS revivendo o FATES WARNING, HAMMERS OF MISFORTUNE se superou novamente, etc. Destaco sem medo também 2 polêmicas do ano, mas para mim 2 dos MELHORES: o transgressor MORBID ANGEL e, claro, disparado: LOU REED + METALLICA, o dono de 2011, mas com uma obra que transcenderá o tempo! (o QUEENSRYCHE, teve gente torcendo o nariz, mas era um bom álbum tb, apenas sucumbiu diante de lançamentos melhores)
GHOST considero de 2010! DEVIN TOWNSEND nunca passa batido, e especialmente "Deconstruction" merece destaque no âmbito da música pesada moderna e inovadora! O mesmo para o canadense UNEXPECT!
O retorno do ROYAL HUNT com Dc Cooper, apesar de ser fã da fase John West, tb produziu um belíssimo álbum de tom nostálgico (como o do Arch/ Matheos).
Fora do Heavy, ADELE é chover no molhado. Gostei da referência ao DESTROYER. FLORENCE + THE MACHINE também é dessas bandas que saem da mesmice do "indie" parado e insosso, banda inspiradíssima, puxa para o pop, chega a ser apoteótica em várias passagens! Gostei do retorno do BEASTIE BOYS, e do ignorado BLINK 182, com um álbum maduro e gostoso de se ouvir! O KORN é outro alvo eterno de preconceitos, mas é uma banda que se reinventa, gosto disso, seu novo álbum é ótimo!
Por fim, lembro que ANATHEMA e MY DYING BRIDE lançaram álbum lindos e que ficam na tênue linha entre inédito e coletânea. O do MY DYING BRIDE eu destaco de olhos fechados, uma viagem esplendorosa por 3 CDs épicos!
Gosto muito também de "Garden Of Fainting Stars", do projeto BOOK OF KNOTS, sempre com participações especiais, como a de Mike Patton. Era meu "álbum do ano" até a chegada do imprevisível e insuperável "LULU".
gde abço!
Fiquei o final de semana offline. só agora que estou lendo os comentários. Obrigado a todos.
ResponderExcluirAgito, o Hisingen Blues sairá no Brasil pela Hellion Records, mas não sei ainda a data do lançamento, mas já está confirmado que ganhará edição nacional.
Vitor, obrigado pela confiança. O disco do Machine Head é especial mesmo, e também não canso de ouvir.
Giordano, o Destroyer é um disco excelente, que ouvi o ano todo, e cada vez que o ouço novamente sinto a surpresa que tive ao escutá-lo pela primeira vez. Que bom que você também curtiu.
Scobar, obrigado pelo longo comentário. É impossível ouvir tudo, então irei atrás dos que você citou e eu ainda não escutei.
Procurei dar à minha lista um certo equilíbrio com nomes mais mainstream e outros nem tanto, levando novos grupos muito interessantes, como o Destroyer e o Devil's Blood, até os leitores do blog.
Abraço.
Dos dez citados na lista, escutei seis, e da lista complementar também ouvi seis. Vou dar meus pequenos pitacos...
ResponderExcluirO Machine Head está virando unanimidade, e não à toa: forte candidato a disco do ano e certeza na minha lista particular. "The Hunter", do Mastodon, ajudou a desmontar a ideia que eu tinha a respeito do grupo, vendida como a última maravilha do heavy metal. Certamente não é pra tanto, mas gostei pacas do disco. Entendo as motivações para colocar "Opus Eponymous" (Ghost) na lista, mas não concordo. Entretanto, é claro que não dá pra negar a competência do grupo e quão bom é o disco, certamente um dos mais marcantes dos últimos tempos. Sou pouco conhecedor do Opeth, e "Heritage" é o primeiro álbum da banda que ouvi por completo. Achei bom, mas apenas isso. Em se tratando de progressivo, curti mais outros lançamentos realizados em 2011. "Worship Music" (Anthrax) é do c******, passando o esmeril em todos os outros lançamentos mais recentes relacionados às bandas que compõem o tal Big 4 (ô termo que já encheu o saco). "The Thousandfold Epicentre" (The Devil's Blood) é um tanto datado, mas bastante agradável, certamente uma boa surpresa de 2011.
Obrigado pelo comentário, Diogo. Unto the Locust já virou unanimidade, pelo menos nas listas que tenho recebido aqui. E The Hunter tem um som mais direto, e por isso é mais interessante, pelo menos na minha opinião.
ResponderExcluirQuando saem as listas de vocês? Início de janeiro?
Abraço.
Nossas listas serão publicadas na primeira semana de janeiro. A minha será muito provavelmente a primeira a sair, no dia 2. Desses 20 que citaste ao todo, provavelmente entrarão cinco ou seis na minha seleção particular. Já adianto que mais da lista extra que da principal, hehe...
ResponderExcluirDigamos que da lista extra entrarão estes:
ResponderExcluirChickenfoot – Chickenfoot III
Iced Earth – Dystopia
Krisiun – The Great Execution
Certo?
Não vou entregar, senão perde a graça, mas dos citados digo o seguinte:
ResponderExcluir- um deles entra de certeza absoluta. Top 10 do ano fácil fácil.
- outro pode vir a entrar se rolar um tipo de lista secundária. Certamente é um bom disco.
- o outro não entra nem com muito boa vontade.
Então é isso:
ResponderExcluir- Iced Earth com certeza absoluta
- Krisiun na lista secundária
- Chickenfoot de jeito nenhum
Se eu fosse fazer uma lista do top 10 ou similar, seria totalmente diferente!
ResponderExcluirPor que não concordo com a sua lista, ou a acho "ruim"? Não, muito pelo contrário!
Não ouvi tudo que está aí, mas do que ouvi, todos tem qualidade...
Minha lista seria totalmente diferente simplesmente porque esse ano teve muita coisa boa. Tem muito trabalho praticamente no mesmo nível de qualidade.
E aí, pequenas diferenças de gosto pessoal acabam pesando mais para um lado do que para outro.
Isso é ótimo.
Se todas as listas estivessem iguais ou muito parecidas, isso significaria que esse foi um fraquíssimo ano, restrito à poucas obras.
A minha opinião é que 2011 foi muito melhor que 2010.
Inclusive, ouso dizer que foi o melhor ano dos 2000 em diante...
Cadê o Arch/Matheos, que você queria dar nota 11, falou que era top 10 há 3 meses atrás e não aparece nem entre os 20 agora? :P
ResponderExcluirProvocações à parte, parabéns pelo ótimo trabalho. Conheço muita banda boa através desse site.
Abraço!
Luiz Felipe, o Arch/Matheos não está na minha lista porque não fui eu que escrevi essa resenha a que você se referiu, mas sim o Marcelo Vieira. Não gostei tanto assim do disco.
ResponderExcluirE Nathan, realmente 2011 foi um ano farto em ótimos lançamentos.
Obrigado pelos comentários.
To endoidando agora, final de ano cheio de coisa pra fazer, e cheio de albuns "top 10s" que eu não conheço pra ouvir.
ResponderExcluirObrigado ae pessoal da Collectors pelas listas que foram entregues.
A lista do Ricardo me surpreendeu pela ausência do 21 (eu vi o posto com os 8 melhores de 2011 até o momento) e pela inclusão do Heritage, que não vinha sendo tão citado como Ghost e Machine Head.
E Vitorbala, se você gostou do Unto The Locust ouça o The Blackening do Machine Head que é fantástico, foi o 1º albúm deles que eu ouvi e foi "fã a primeira vista", e eu ainda não decidi qual desses é meu favorito deles.