Nota:
7,5
Uma
das qualidades que mais admiro em uma banda é a busca por novas
sonoridades, a sede em sair do formato pré-determinado que todo
gênero musical possui. No meu modo de ver, é essa característica
que faz a música evoluir e seguir em frente, fazendo surgir assim
novas possibilidades e estilos. Pois bem, essa é a principal virtude
da banda paulista Against Tolerance, que lançou no final de 2011 o
seu primeiro álbum, apropriadamente intitulado como Undefined.
Formado por Decio Thomas (vocal e guitarra), Stefano Manzano (guitarra),
Vitor Curi (guitarra), Hugo Bispo (baixo) e Biel Astolfi (bateria), o
grupo executa um som que é, realmente, bastante difícil de
categorizar. Pode-se dizer que a base de tudo é o thrash metal, mas
com a inserção de elementos dos mais variados gêneros da música
pesada, e até de fora dela, resultando em uma música sempre
surpreendente.
Produzido
por Andria Busic (Dr Sin) e masterizado por Heros Trench (Korzus), o
álbum teve a sua capa desenvolvida pelo renomado Gustavo Sazes, que
já criou artes para bandas como Arch Enemy, Firewind e inúmeras
outras. Os nomes envolvidos, bem como o fato de o grupo ter sido
contratado pela Laser Company, um dos principais selos de metal aqui
do Brasil, mostra a seriedade e a qualidade do trabalho, ainda que
alguns pontos possam gerar certa discussão.
O
fato é que o Against Tolerance é realmente original, mas essa é
uma faca de dois gumes. O som pesado do grupo, que requer algumas
audições para familiarizar o ouvido devido à avalanche de ideias
de cada composição, desce redondo na maioria das faixas, mas a
ânsia por soar sempre diferente e trilhar caminhos até então
inéditos faz com que, de uma maneira geral, a banda não possua uma
identidade muito bem definida. Não dá para afirmar, após ouvir o
disco diversas vezes, qual é a cara do Against Tolerance, e isso
passa a sensação de que a própria banda ainda está atrás do seu
som.
Muito
bem produzido, Undefined é um álbum que, de um modo geral,
agrada o ouvinte. O saldo final é mais positivo do que negativo, mas
um pouco mais de foco se faz necessário para que as variadas
influências do quinteto converjam todas para um mesmo objetivo,
fazendo surgir, assim, um som com uma cara própria e reconhecível.
O
Against Tolerance é uma boa banda, e, com os ajustes necessários,
pode ficar ainda melhor no futuro.
Faixas:
- Against Tolerance
- Cold Hearts
- The End of History
- Welcome to the Desert of the Real
- I Have Lost You
- Zarathustra
- Dias Irae
- Interlude
- Memory and Redemption
- The Blasphemous Visions of Huckleberry Finn
- Try Again, Fail Again, Fail Better
- Prelude #1
Olá, Ricardo! Achei a produção de capa excelente e o backline(Laser Company, Andria Busic e Heros Tech)do Disco da banda perfeito... Porém, ao ouvir sentir que ela é muito forçada... A banda não toca "Livre,leve e solta" o som é dificil, os músicos são bons... Porém, achei que são muito "duros" no que fazem!
ResponderExcluirParabéns pelo trabalho.
Abs,
Thiago Sapinho