Duff
McKagan inclina-se para frente e, com as duas mãos, puxa o seu
cabelo para trás. Duas décadas se passaram, mas ele continua
confuso com a rapidez com que as coisas aconteceram para os cinco
integrantes do Guns N' Roses. O último a sair, aguentando de maneira
heróica até agosto de 1997, Duff tenta puxar na memória os fatos
dos primeiros anos, antes da banda sair dos trilhos. “Não sei
exatamente o que aconteceu, e olha que eu estava lá”, reflete
o baixista.
Por
alguns breves e brilhantes meses de 1991 – para ser mais preciso, a
partir da meia-noite do dia 17 de setembro -, o Guns N' Roses
alcançou um momento raro: eles eram a maior banda do mundo. Naquele
dia, Donald Trump estava em uma limousine com cinco lindas modelos
rumo à Tower Records em Manhattan, para comprar as suas cópias de
Use Your Illusion I e Use Your Illusion II, os novos
álbuns do Guns que, pela primeira vez na história da indústria da
música, haviam sido lançados simultaneamente. Centenas de lojas nas
grandes cidades ao redor do planeta abriram à meia-noite para vender
os discos. Slash, que estava partindo em uma viagem para a Tanzânia,
interrompeu sua ida ao aeroporto para fazer uma parada na Tower da
Sunset Boulevard, em Los Angeles, para, escondido atrás dos vidros
do carro, ver os álbuns serem vendidos no mesmo local onde, dez anos
antes, policiais o haviam detido por roubar fitas k7. “Foi um
momento mágico”, relembra o guitarrista.
Quando
ele voltou algumas semanas depois, Use Your Illusion I havia
vendido 770.000 cópias e era o número 1 da Billboard, enquanto Use
Your Illusion II tinha vendido outras 685.000 e estava na segunda
posição. “Nós havíamos alcançado o topo do mundo”,
fala Alan Niven, o manager do Guns N' Roses naquela época. “Quando
isso acontece, você cria a sua própria forma de lidar com a
situação. É difícil alcançar esse status, e, quando você
finalmente o alcança, é muito fácil perder o controle”.
Ele
havia perdido o seu. Niven tinha sido despedido pelo Guns N' Roses em
maio de 1991, alguns meses antes de os álbuns chegarem às lojas.
Como faria com Slash, Duff, Izzy, Steven e Axl, o sucesso havia
cobrado de Alan o seu preço. “Ele afetou a todos. Veja o que
aconteceu. A banda nunca mais gravou um álbum significativo. Izzy
saiu fora alguns meses depois. Voltando aquele ponto, o que aconteceu
foi que o Guns passou de uma banda jovem com grande reconhecimento e
sucesso para, basicamente, ser a banda de Axl”.
Os
integrantes do Guns N' Roses sempre estavam arrumando encrenca, isso
era parte do charme do grupo. Tom Zutaut, um jovem executivo que
havia assinado o contrato entre a banda e a Geffen em 1986, lutava
para manter o grupo ativo e unido antes mesmo de eles lançarem o
primeiro disco. A estratégia de Alan Niven era baseada na que Peter
Mensch e Cliff Burnstein haviam adotado com o Metallica, outra banda
muito difícil de trabalhar: primeiro o underground, depois quem sabe
um disco de ouro com o segundo álbum, e, se tudo desse certo,
platina e tudo mais depois. “Ninguém imaginava que eles iam
estourar logo de cara. Se alguém dissesse isso, seria chamado de
louco”, conta o manager.
O
plano de Niven era construir primeiro uma reputação na Inglaterra,
para ganhar credibilidade nos Estados Unidos. Quando o Guns N' Roses
tocou em Donington em 1988, havia vendido apenas 7 mil discos. Uma
semana depois do show, o número pulou para 75 mil. Na primavera de
1988, Appetite for Destruction era imbatível, e nenhuma
estratégia havia previsto isso. O resultado de milhões e milhões
de discos vendidos foi desorientador, aterrorizando todos na banda.
“Não posso falar pelos outros caras, mas eu saí de uma espécie
de cigano que não tinha nada direto para as turnês com o Guns, onde
nada mais importava. Eu não sabia lidar com aquilo, não tinha
experiência. O resultado foi que me afundei em drogas, e, quando nos
reunimos para o segundo disco, eu estava completamente desorientado”,
conta Slash.
“Todos
nós compramos nossas casas, e tínhamos nossos próprios amigos que
viviam dizendo: 'cara, você é quem mantém a banda unida'”,
recorda Duff. “E lá estávamos nós. Não sabíamos o que
pensar. Nada como aquilo havia acontecido antes com qualquer um de
nós. O disco finalmente estourou nos Estados Unidos um ano depois de
ter feito sucesso em todo o mundo. Quando voltamos para Los Angeles,
íamos para os clubes e todos estavam vestidos iguais a gente.
Imagine-se voltando para a sua cidade como um fenômeno cultural. As
pessoas vestidas iguais a você. A sua música tocando sem parar.
Você sai para fazer compras e a sua foto está na capa da Rolling
Stone, as pessoas olham para a revista e para você e surtam. E tudo
isso acontecendo no supermercado que você frequentou durante toda a
sua vida”.
Alan
Niven não precisou ser um estudioso da história do rock para
entender o que deveria fazer a seguir. Ele apagou incêndios e,
enquanto fazia isso, encontrou tempo para gravar e lançar um
mini-álbum, G N' R Lies (1988). “Uma das coisas que
tenho orgulho dessa época é que nenhum integrante da banda morreu
sob a minha supervisão”, conta Niven, lentamente. “Foi um
grande esforço. Você tinha que lutar, mas apenas eles venceriam a
guerra. Slash teve uma overdose na minha casa uma vez. Tirei o vômito
de sua boca, dei um banho, deixei ele limpo. E, quando ele finalmente
ficou bem, chamou um táxi e foi direto para a casa de seu
traficante. Esse era o tipo de situação que você tinha que
enfrentar. Você ligava para Axl e falava: 'Venha até o escritório,
você tem uma entrevista com a Guitar Player'. E não havia nenhuma
entrevista. Ele chegava, você o colocava em um carro e o mandava
para o Hawaí, onde ele não poderia ser encontrado. Nós fazíamos
esse tipo de coisa”.
“Coloquei
Stevem em um avião uma noite, e ele foi para a primeira clase
gritando 'nós vamos morrer, o avião vai cair'. Steven foi convidado
a se retirar da aeronave na mesma hora. Voltamos para Los Angeles e
ele foi até o seu traficante, e lá estávamos nós ferrados
novamente”, lembra Alan.
Bandas
são como delicados ecossistemas. Mudar uma parte afeta as outras de
maneira imprevisível. Como Steven Adler já afirmou inúmeras vezes
nos últimos anos, o Guns N' Roses e Appetite for Destruction
foram algo único. “Nós cinco éramos como irmãos. E o que os
irmãos fazem? Eles brigam!”, diz Adler. O Guns N' Roses era
uma banda encrenqueira, e o maior encrenqueiro do Guns era Steven.
“Ele se deu mal e nós não conseguimos trazê-lo de volta”,
fala Duff, que mantém contato até hoje com o baterista. “Tínhamos
uma espécie de código não escrito, íamos buscá-lo para fazer um
show ou uma gravação. Diversas vezes nós mesmos demos uma geral
uns nos outros. Era como um código de honra entre ladrões. Mas
Steven sempre precisava ser trazido de volta, de novo e de novo. Eu e
Slash dissemos para ele várias vezes: 'Cara, estamos falando com
você. Se trouxermos você até aqui e você foder com tudo, nós
vamos acabar com você! Veja quem está falando com você. Nós
precisamos uns dos outros, e estamos preocupados com o que você anda
fazendo'. Foi de partir o coração, mas o avisamos inúmeras vezes”.
“Foi
lamentável. Mas a banda precisava entrar em estúdio e gravar um
disco, com todos trabalhando duro. Tentamos entrar nos eixos durante
um ano, e cada um foi fazendo a sua parte, mas Steven … ele não
conseguia sair do buraco em que tinha se metido e voltar para a
banda. Acabamos percebendo que não dava mais para continuar e que,
quem sabe, fosse melhor ir atrás de outro baterista”, conta
Slash.
No
verão de 1990 a porta continuava aberta, mas toda vez que Adler ia
ao estúdio não rolava. Ou ele estava bêbado demais ou chapado
demais para tocar. A banda então procurou um advogado, que redigiu
um documento comunicando para Adler que ele havia sido demitido.
Steven ficou assustado, mas o efeito durou pouco. “Durante todo
o tempo em que Matt Sorum gravou o disco, nós pensamos que Steven
estaria de volta. Então percebemos que isso não iria acontecer. Eu
não estaria sendo honesto com você se dissesse que sabíamos o que
estávamos fazendo”, confessa Duff. “De maneira alguma
Steven era menos importante. Demitir um integrante de uma banda é
muito doloroso. É algo muito frustrante. Devo confessar que ainda
fico vermelho de raiva com o que Steven fez a si mesmo”, diz
Niven.
Adler
relembra este momento, admitindo a fase negra que atravessava: “Cara,
eu estava fodido e nunca vou negar isso, porque era óbvio que eu
estava perdido. Mas eu não era o único. Lembro de um dia em que
Slash me chamou até o estúdio e tocou 'Civil War' – acho que era
essa. Eu estava me tratando com um bloqueador de opiáceos que um
médico havia me receitado, mas ainda tinha muita heroína no meu
organismo e eu estava me sentido muito mal. Tentei tocar por 20
minutos, mas não consegui. Eu estava muito fraco e não conseguia
acertar o tempo. Slash e Duff começaram a gritar comigo e disseram
que eu havia fodido com tudo. Recebi uma ligação algumas semanas
depois e fui até o escritório, onde havia um monte de papéis e
contratos para eu assinar. Foi então que percebi que havia sido
demitido. Tive que entrar na justiça para receber os royalties e os
créditos pelas músicas que ajudei a compor”. Em
1993, Steven Adler recebeu 2,25 mihões de dólares pela sua
colaboração nos dois Use Your Illusion.
Porém, ele não foi creditado em nenhuma faixa dos álbuns.
Adler
foi sacado do Guns em 11 de julho de 1990, sendo considerado incapaz
de continuar na banda devido ao seu vício em álcool e drogas.
Porém, por muitos anos circulou uma história que dizia que o real
motivo da sua demissão teria sido um incidente com a esposa de Axl
Rose na época, Erin Everly, que foi encontrada nua na casa de
Steven, azedando de vez o relacionamento com o vocalista. Em uma
entrevista de 1992, Axl declarou que Everly foi encontrada sem roupas
e ele teve que chamar a emergência. “Ela passou uma
noite na UTI porque o seu coração havia parado de bater graças a
Steven. Ela estava histérica e ele deu speedball para ela. Erin
nunca tinha usado drogas antes, e ele deu a ela uma mistura de
cocaína com heroína”, contou
Axl.
Em
uma entrevista para o site Metal Sludge em 2006, Adler negou ter dado
drogas para Erin, dizendo que estava em sua casa fazendo uma jam com
o guitarrista do Hanoi Rocks, Andy McCoy, quando a esposa de McCoy
chegou com Everly já intoxicada. “Eu chamei a ambulância
e a salvei, mas a vaca da esposa do Andy disse para Axl que eu dei
heroína para ela. Ele me ligou e disse que estava me esperando com
uma arma e iria me matar”.
“Me
contive para não fazer algo com ele”, falou Axl para Del
James, em 1992. “Protegi Steven de ser morto por gente da sua
própria família. Eu o salvei de ir ao tribunal porque a sua mãe me
procurou e disse que seria responsável pelos seus atos”.
“Axl
estava totalmente convencido de que Erin havia tido uma overdose”,
conta Niven. “Isso veio a calhar, não? Essa história ajudou
todo mundo. Não foi nenhuma surpresa chegarmos ao ponto de
considerar seriamente ir atrás de um novo cara para a função”.
Com
Steven havia uma química. Outros poderiam tocar bateria, mas não
como Steven tocava. “Deixa eu dizer uma coisa. Steven não era o
melhor baterista do mundo. Duff tinha até que mostrar como ele
deveria tocar às vezes. Mas ele tinha uma qualidade única, que era
a sua parte na magia do Guns N' Roses: ele fazia tudo com entusiasmo.
Matt era um baterista muito competente, mas ele não podia substituir
Steven nesse aspecto. Ele era muito bom, mas tinha uma mão muito
pesada. Matt não tinha o feeling que Steven tinha. Mas nós
queríamos Steven de volta? Não, é claro que não!”, relata
Alan Niven.
Izzy
Stradlin, cuja guitarra enchia de groove o som do Guns N' Roses,
também sentiu a ausência de Steven Adler na banda. “Havia uma
grande diferença”, declarou Izzy para a revista Musician em
1992. “A primeira vez que percebi o que Steven fazia pela banda
foi em 1987, quando ele quebrou a mão em Michigan dando um soco em
uma parede. Chamamos Fred Coury, do Cinderella, para o show seguinte,
em Houston. Ele tocou tecnicamente muito bem, mas as músicas soaram
absolutamente horríveis. Elas foram escritas com Steven na bateria,
e o seu senso de ritmo as fez soar como todos conhecem. Quando ele se
foi, tudo ficou inacreditavelmente estranho”.
O
substituto de Adler, Matt Sorum, não era tão estranho ao grupo e já
possuía um pouco de química dentro de si, como o próprio Sorum
contou para Mick Wall: “E lá estava eu substituindo um
baterista viciado, certo? Mas ele usava heroína, e eu cocaína”.
Porém, Sorum era capaz de controlar o seu estilo de vida. Foi apenas
nos últimos anos que Steven Adler finalmente admitiu que não tinha
condições de continuar, e que a banda tomou a decisão certa em
colocá-lo para fora. Este processo teve início quando Adler
participou do reality show Celebrity Rehab with Dr. Drew, em 2008.
“Durante vários anos culpei Slash, Duff, Izzy e Axl pelo que
estava acontecendo comigo, mas quando comecei a trabalhar com o Dr.
Drew Pinsky aprendi que precisava falar sobre todas aquelas coisas e
colocá-las para fora do meu organismo. Eu precisava pedir desculpas
para Slash por culpá-lo por tudo que aconteceu comigo. Até fazer
isso, era como se eu não fosse capaz de seguir em frente. Depois de
falar tudo o que queria para Slash, agora posso seguir a minha
trajetória”, admite Adler.
“Olhando
para trás, acho que perder Steven foi um dos fatores que fizeram a
banda se desintegrar. Mas, de qualquer forma, Axl foi o maior
responsável por tudo. Steven foi só a ponta do iceberg”,
afirma Slash.
Algo
que o Guns N' Roses sempre teve foi música. Eles podiam estar
chapados, mas não estavam parados – ainda. Ao contrário do que
aconteceu em G 'N R Lies, material não era o problema.
“November Rain”, talvez a canção essencial de Use Your
Illusion, nasceu antes de Axl entrar na banda. Uma demo acústica
com vinte minutos de duração havia sido gravada no estúdio Sound
City, em Los Angeles. “Don't Cry”, Axl recorda, foi a primeira
faixa que a banda compôs junto, uma canção sobre a namorada de
Izzy: “Ele gostava muito dela. Eles acabaram, e nós estávamos
sentados do lado de fora do Roxy quando ela apareceu para se despedir
de todos. Escrevemos 'Don't Cry' em uns cinco minutos”.
Alan
Niven afirma que muito material havia sobrado das sessões de
Appetite for Destruction, incluindo “You Could Be Mine”,
“Back Off Bitch”, “Bad Obsession” e “The Garden”. Além
disso, Slash, Duff e Izzy era compositores muito prolíficos e
rápidos. Slash relembra aquele tempo: “Estávamos em minha casa
em Walnut Drive, nas montanhas Laurel Canyon. Compilamos mais de
trinta faixas em uma noite. Essa foi a única vez, pelo menos que eu
lembro, em que fizemos algo do tipo. Apenas eu, Izzy, Duff e Axl.
Fechamos em 30 canções. Essa foi a única sessão de composição
da história da banda em que todos nós ficamos na mesma sala. Foi
algo muito emocionante. A próxima coisa que precisávamos fazer era
sair à procura de bateristas. Lembro de assistir Matt com o The Cult
e pensar que ele era o único bom baterista que eu havia visto, então
liguei para ele e o chamei para conversar. Começamos ensaiando esse
material, e logo entramos em estúdio. Fizemos a base juntos, e tudo
aconteceu muito rápido. Mas, como tínhamos muito material, acabou
sendo uma jornada épica”.
Slash
tinha uma composição de 18 minutos, “Coma”, que havia escrito
quando estava completamente chapado. Duff fez “So Fine”, e Izzy
trouxe os seus tradicionais rocks: “Pretty Tied Up”, “Double
Talkin' Jive”, “You Ain't the First”, “14 Years” e “Dust
'N' Bones”. Slash continua: “E tínhamos ainda as faixas
compostas por Axl, que eu nunca havia escutado antes. Coisas que ele
havia escrito com West Arkeen”. Arkeen, um personagem selvagem
do tipo que você só poderia conhecer durante os anos 80 e que
morreu de overdose em 1997, foi o co-autor de “The Garden”, “Bad
Obsession” e “Yesterdays”, além de “It's So Easy”, de
Appetite for Destruction. Del James, amigo de Axl, também foi
creditado em “Yesterdays” e “The Garden”. “Eu era um
grande amigo de West, mas nunca escrevi nada com ele”, conta
Slash. “Nós saímos e fizemos algumas jams juntos, mas em
apenas em algumas canções eu permaneci por perto, com Axl e todos
tocando juntos. West e Axl, Del e Duff: aquilo era mais do que eu
gostaria, porém eu não me importava, desde que as composições
fossem boas e eu pudesse fazer algo com elas. 'It's So Easy' foi uma
das faixas que, quando ouvi pela primeira vez em sua versão
original, não achei grande coisa, mas então peguei e mudei algumas
coisas e ela ficou como todos conhecem. 'The Garden' era realmente
muito boa, mas não me importei com isso. Eu estava preocupado com a
devassidão de merda em que estava me metendo. Se todo mundo estava
ocupado, não havia ninguém me observando enquanto eu fazia o que
estava fazendo”.
Enquanto
a existência da banda era precária, a sua situação continuava
extraordinária. Appetite for Destruction seguia vendendo
milhões, e o hiato do grupo possibilitou a Alan Niven fazer coisas
que nunca havia feito antes. O sucesso na indústria da música,
assim como o sucesso em qualquer tipo de negócio, tornou possível
qualquer coisa que qualquer um deles desejasse. “Eu estava sendo
muito pressionado por David Geffen, que me perguntava quando o disco
ficaria pronto”, conta Niven. “Ele queria lançar o álbum
antes de vender a Geffen, beneficiando-se assim das vendas para
valorizar ainda mais a sua companhia. Quando você estima que Use
Your Illusion rendeu cerca de 100 milhões de dólares em todo o
mundo apenas nas primeiras semanas após o seu lançamento, você
pode imaginar o tamanho dessa pressão”.
Por
conta disso, Alan decidiu que era preciso renegociar o contrato da
banda com a Geffen. Ele sabia que os managers do Whitesnake e do
Aerosmith também tentaram fazer isso depois que as duas bandas
venderam mais de 5 milhões de cópias de seus últimos álbuns, mas
deram com os burros n'água. David Geffen era reconhecidamente durão
e difícil, mas Niven também. Use Your Illusion era a sua
arma nuclear e, em um jantar com Eddie Rosenblatt, presidente da
Geffen, Niven apertou o botão. “Depois de fazer Eddie beber uma
dúzia de taças de vinho, fui pra cima dele e disse: 'Odeio acabar
esta noite com você surtando comigo, mas você precisa levar uma
mensagem para David: enquanto não renegociarmos o contrato, ele não
terá o disco'”. Niven conseguiu o que queria, retornando com
uma solução lucrativa para a abundância de material que o Guns
havia escrito. Ao invés de um álbum quádruplo, o tipo de exagero
que poderia arruinar a carreira da banda, Use Your Illusion
seria lançado como dois discos duplos, que chegariam às lojas no
mesmo dia. Era o típico truque da indústria musical que fazia com
que a banda transmitisse uma espécie de respeito pelos fãs, quando,
na verdade, estava gerando não uma, mas duas grandes fontes de renda
para os envolvidos.
“Nós
havíamos alcançado números incríveis com Appetite for
Destruction”, conta Niven. “Eu estava muito nervoso com a
possibilidade de vendermos 2 milhões de álbuns duplos, quando
havíamos vendido 12 milhões de cópias de Appetite. Tive um
encontro com Rosenblatt, e ele puxou um pedaço de papel e disse:
'Escreva aí o que você acha que devemos fazer'. Acreditem ou não,
escrevi que achava que venderíamos 4 milhões de cada álbum duplo,
o que significava 8 milhões de discos. Isso seria, disse para ele,
uma continuação digna para Appetite, e não um fracasso”.
O
que Niven e a banda também perceberam foi que Use Your Illusion
era mais do que um disco (ou dois), mas sim um grande evento, um
acontecimento que colocou uma banda já única ainda mais distante
das outras. Além das mudanças de formação e da evolução sonora,
a estética do Guns N' Roses também havia mudado. O estilo dos anos
80, com caveiras, ossos, armas e crucifixos foi deixado para trás, e
uma nova identidade visual mostrou o Guns alinhado com a sua época.
Era a banda se aproximando de algo que sempre evitou: a arte.
Axl
Rose tinha se tornado um entusiasta de Mark Kostabi, um controverso
artista nova-iorquino que havia colocado o conceito de “art
factory” de Andy Warhol em um outro nível, abrindo um estúdio
chamado Kostabi World onde contava com equipes de assistentes que
produziam milhares de pinturas. “Axl realmente se apaixonou pelo
trabalho de Kostabi, mas aquilo tudo era uma farsa. Ele colocava
outras pessoas pintando backgrounds enquanto roubava imagens de obras
clássicas e as colocava sobre esses backgrounds. Axl amou esse
conceito, e queria usar uma das obras de Kostabi na capa. E, é
claro, pagou uma fortuna para isso”, conta Niven.
A
capa de Use Your Illusion era baseada em um detalhe da obra
The School of Athens, de Raphael, um clássico da Renascença
exposto no Vaticano. Ela foi finalizada em 1511, e, de acordo com o
que Niven apurou, estava livre de direitos autorais há séculos.
“Então eu pensei: ótimo, quando lançarmos o merchandising não
precisaremos pagar nada a Kostabi, já que a obra é de domínio
público. Mas Axl havia pago uma fortuna por obras que poderia ter,
basicamente, de graça. Sempre abro um sorriso quando penso que Axl
deu um cheque enorme para esse Mark Kostabi quando ele poderia ter
uma pintura similar de Del James pagando apenas um punhado de
dólares”.
Apesar
de os créditos reconhecerem que o disco havia consumido um período
de dois anos e passado por sete estúdios diferentes, uma das
características mais marcantes de Use Your Illusion foi a
velocidade com que a estrutura básica das faixas foi gravada. “Eu
estava realmente feliz com a quantidade de material, afinal gravamos
a estrutura básica de 30 canções em apenas 30 dias, isso tudo com
um novo baterista. Mas então nós fodemos com tudo”, diz
Slash. “Depois das faixas
guias prontas, passei três semanas só gravando as guitarras, o que,
levando-se em conta que eram trinta músicas, até que foi rápido.
Mas tudo caiu por terra quando começamos a colocar os
sintetizadores. Eu nunca concordei com essa coisa de sintetizadores.
Embora pense que algumas coisas ficaram brilhantes, era algo
totalmente novo, e foi o início do fim. Foi o começo de um processo
que parecia eterno. A gente passava dias sem fazer nada, de vez em
quando íamos ao estúdio e gravávamos algo. A maior parte do
processo estava terminado. Muito do que foi feito depois, na
pós-produção, realmente não precisaria ter sido feito. Aquilo foi
muito decepcionante para mim”.
Izzy
Stradlin também se afastou, distanciando-se dos demais à medida em
que as gravações iam evoluindo. “Eu gravei a estrutura das
faixas, e então Slash fez a parte dele em mais ou menos uns dois
meses. Quando Axl começou a gravar os vocais, fiz as malas e voltei
para Indiana”. Duff fala pausadamente: “Bem, Axl é um
perfeccionista. É isso que faz dele um grande artista, e também o
produto final ficar excelente, mas acaba sendo irritante trabalhar
com uma pessoa assim. Não há como apressar as coisas com ele. Em
'November Rain', em particular, ele nos torturou. O perfeccionismo,
até aquele momento, não era uma característica da banda”.
“Axl
tinha a sua visão sobre o que havia criado”, declarou Matt
Sorum para Mick Wall. “Quando nós começávamos a trabalhar ao
meio-dia, a coisa funcionava. Havia um monte de bebidas no estúdio,
e a heroína havia sido deixada de lado – Slash e Izzy tinham
parado de usá-la. Em compensação, estávamos cheirando muita
cocaína. Deixar um monte de drogas na frente de Axl nunca era a
coisa mais inteligente a ser feita”. As sessões de gravação
foram se prolongando cada vez mais, e a banda começou a rachar.
“Eram noites intermináveis. Nós começávamos entre 6 e 7 da
noite. Axl só queria saber das suas canções, 'November Rain' e
'Don't Cry'”, conta Sorum.
A
aprendizagem é algo belo. É tentador olhar para Use Your
Illusion pelo ponto de vista da banda e assistir Axl tomando o
controle e exigindo a sua vingança contra o mundo, vivendo todas as
fantasias de rock star que tinha quando era apenas um garoto em
Indiana. Mas a verdade é bem mais complexa. “Quando era mais
jovem, ele tocava e compunha no piano. Canções como 'Goodbye Yellow
Brick Road' e 'Funeral for a Friend', de Elton John, tiveram um
grande impacto sobre Axl. Ele queria alcançar aquele nível, e
qualquer pessoa que já é um ídolo e se espelha em alguém, no
fundo do seu coração quer superar quem o inspirou”, analisa
Alan Niven.
Use
Your Illusion tinha “November Rain” e “Estranged”, duas
composições ambiciosas sobre temas que sugeriam a natureza
obsessiva de Axl Rose. “November Rain” era uma canção sobre
“ter um compromisso com um amor não correspondido”,
segundo declarou o próprio Axl. “Estranged” reconhecia isso e ia
além, mostrando um cara que foi jogado para fora do seu universo e
não tinha escolha, pois tudo que ele desejava simplesmente não
aconteceu. Essa grandiosidade tinha o seu contraponto em faixas
violentas e diretas como “Get in the Ring”, “Right Next Door to
Hell” e “Back Off Bitch”, que continham letras explícitas que
não disfarçavam a raiva de seus compositores. Essa era uma área em
que cada um se expressava de maneira própria. “Acho que Axl
estava cansado de uma maneira mesquinha. Ele já havia feito algo
similar em 'One in a Million', mas quanto mais você cresce maiores
as coisas ficam. Ele estava atacando seus vizinhos e os jornalistas,
então eu pensei: 'Axl, o seu mundo se resume a isso?'”,
provoca Alan Niven.
Axl
respondeu a essas provocações de forma direta em 1992: “'Back
off Bitch' é uma canção de dez anos atrás. Escrevi as palavras
que me vieram à mente quando eu pensava no sexo feminino. Eu odiava
as mulheres. Basicamente, fui rejeitado pela minha mãe desde que
nasci. Ela preferia o meu padastro e apenas assistia enquanto ele me
batia, a não ser quando a coisa passava muito do ponto, daí ela
vinha me abraçar. Ela nunca fazia nada. A minha avó tinha problemas
com homens. Descobri que ela saía com vários caras quando tinha 4
anos, e tive problemas com a minha própria sexualidade por causa
disso. Então, o que eu fiz foi escrever o que sentia nessas
canções”.
Use
You Illusion I e II tornaram-se trabalhos que mostravam a
abundância de sua época. São álbuns auto-indulgentes e
exagerados, criados por caras que, durante o processo, não ouviram a
palavra “não” muitas vezes. Tudo neles foi feito sem medo e
remorso, e ambos contém algumas das melhores canções que o Guns N'
Roses gravou. Use Your Illusion também coloca em perspectiva
os outros dois principais lançamentos da banda, como uma linha clara
separando Appetite for Destruction de Chinese Democracy.
“A
gente sabia que tinha superado Appetite for Destruction de alguma
maneira”, contou Axl à revista Hit Parader logo após o
lançamento. “O primeiro disco foi feito do nosso jeito, e foi
um grande sucesso. Agora, tínhamos poder para fazer qualquer coisa
que quiséssemos. Eu nunca enxerguei Use Your Illusion como dois
álbuns separados, mas sim como um único trabalho. Para mim, ele soa
perfeito com suas trinta canções. Tudo o que nós decidimos gravar
para o álbum, nós gravamos”.
Bob
Clearmountain fez a mixagem, enquanto Mike Clink foi o engenheiro de
som. “Axl se mudou para o estúdio e só Deus sabe o que ele fez
com Bob”, conta Alan Niven. “Era como ter um maluco colado
no seu pescoço. Bob Clearmountain é um dos meus heróis, mas a
mixagem que ele fez deixou as faixas sem vida”. Tom Zutaut
então sugeriu que Bill Price, que quase havia produzido Appetite
for Destruction quando a banda planejava gravar o disco em
Londres, fizesse o trabalho. Price entregou então um mix “pesado,
na cara e muito forte” de “Right Next Door to Hell”, e
ganhou o trabalho. “Foi um processo muito longo”, relembra
Price. “A última meia dúzia de faixas foi gravada, incluindo
os overdubs de vocal e guitarra, em diversos estúdios espalhados
pelos Estados Unidos quando eles tinham uma folga entre os shows,
porque a turnê já tinha começado. Eu apresentava a mixagem para a
banda voando pelos EUA com uma caixa cheia de fitas DAT, que tocava
para eles no backstage”.
“Eu
nunca mais tinha sentado e escutado as faixas até elas estarem
finalizadas, então fazia muito tempo que eu não ouvia aquelas
composições”, conta Slash. “Havia coisas lá atrás que
eu não tinha gostado, mas ouvindo as faixas percebi que o trabalho
havia sido muito produtivo e que a banda estava, de certa forma, em
harmonia. Hoje em dia eu penso que, para mim como guitarrista, foi
divertido gravar tudo aquilo. Sinto que toquei realmente bem naqueles
discos”.
Alan
Niven recorda de um longo fim de semana com Slash, quando ele
entendeu que as coisas tinham mudado. Aquele delicado ecossistema que
Steven Adler fazia parte não existia mais. “Fazemos escolhas
todos os dias. Em Use Your Illusion, Slash fez uma escolha e eu
entendi perfeitamente, mas não aceitei. Uma noite, eu e ele
estávamos sentados sozinhos em sua casa em Laurel Canyon e ele ficou
lamentando o que Axl estava fazendo com a banda. Ele sentia que
aquele não era o Guns N' Roses, a banda com a qual ele havia se
comprometido. Ele achava que uma uma composição com aquele estilo
épico era apropriada, mas várias nessa linha não. Olhei para ele e
disse: 'Então você tem que deixar isso claro'. Slash respondeu:
'Axl está no comando agora'”.
Slash
fala sobre o assunto: “Eu sempre achei Axl um cara difícil, mas
nós o controlávamos. Nós éramos cinco indivíduos, mais Alan e
Tom Zutaut, então nós decidíamos o que iríamos fazer. Mas então
perdemos Steven, e depois Alan. Era uma situação muito delicada,
que iria explodir em algum momento. Alan não iria mais limpar a
merda que Axl fazia, e Axl não suportava isso. Era uma guerra. Hoje
em dia vejo que não era nada divertido, mas a única coisa que
podíamos fazer era recusar tudo o que Axl queria. Não acho que isso
seria muito produtivo, mas, olhando em perspectiva, o que nós
acabamos fazendo foi tolerar um monte de coisas só para continuarmos
juntos. No final, acabamos criando um monstro. Acho que,
provavelmente, teríamos acabado antes. Não concordei com a
contratação de Doug Goldstein como manager, no lugar de Alan. Sabia
que ele era um verme”.
Com
a mixagem sendo feita por Bill Price, Axl chamou Niven para conversar
e comunicou que ele não trabalhava mais para a banda. “A
primeira coisa que Axl fez depois de me demitir foi garantir que os
direitos sobre o nome da banda ficassem bem longe dos outros
integrantes (Axl ganhou na
justiça a propriedade sobre a marca Guns N' Roses no início dos
anos 90). Isso diz muito sobre o que estava acontecendo.
Axl estava tomando o controle. Com Doug Goldstein, tudo ficava mais
fácil para ele”, conta Niven.
“Três
meses depois de eu sair Izzy arrumou as malas, porque não havia mais
uma banda. Ele não se sentia mais parte do Guns N' Roses. Para mim,
Izzy era o coração e a alma do grupo”, conclui Alan Niven.
“Alan
era alguém em quem eu confiava. Já Doug eu sabia que era um cara
que colocaria um lado contra o outro. Em outras palavras, ele dizia
uma coisa para mim e outra para Axl. Além disso, puxava o saco de
Axl o tempo todo. Eu estava consciente disso. Nós tínhamos uma
turnê mundial pela frente. Mesmo quando perdemos Izzy, eu falei:
'vamos em frente!'. Mas quando a tour acabou e chegou a hora de
entrar em estúdio novamente foi impossível, pois Izzy não estava
lá, Steven não estava lá, e a minha cabeça também não. A dura
realidade era que a distância entre Axl e eu havia crescido muito, e
era impossível começar de novo”, conta Slash.
Axl,
é claro, via as coisas de maneira diferente. Em uma de suas raras
declarações sobre o assunto, declarou para a Rolling Stone: “É
como diz aquele velho ditado: 'não compre um carro de seus amigos'.
Naquela banda todos queriam dirigir, e quase conduziram o grupo para
um precipício”.
Estamos
em outubro de 2010, e Duff McKagan está em uma de suas costumeiras
visitas a Londres. Ele está em uma reunião com o seu manager,
discutindo assuntos de sua carreira. No final do encontro, o manager
pergunta: “E então, você vai tocar hoje à noite?”.
“Eu?”, responde o baixista, que logo continua: “Cara,
você sabe muito bem porque eu estou aqui, foi você que agilizou
tudo isso”. Duff arruma as suas coisas e pega a chave de sua
suíte. Ele ouviu falar que um hóspede furioso está no mesma andar
que o seu, e logo descobre que o tal hóspede é Axl. Eles não tocam
juntos há 13 anos. “Nós fizemos grandes coisas no passado, e
agora vamos tocar juntos novamente. Eu estava meio cansado disso.
Fiquei bebendo um Red Bull e pensando em algumas coisas. Depois de
tocar novamente com Axl hoje à noite, terei que falar sobre isso em
todas as entrevistas daqui pra frente, e isso será um saco”,
diz um resignado Duff.
“A
maneira como Axl se relaciona com as pessoas às vezes é genial, e
eu sempre adorei isso nele. Algumas coisas podem ser frustrantes, e
você também pode se frustar com a situação. A turnê de Use Your
Illusion não foi feita só de grandes momentos. Se eu tenho vergonha
dos últimos anos em que estive na banda? Sim, por muito tempo eu
tive. Mas quando você começa algo você tem uma responsabilidade
sobre aquilo. Teve momentos em que eu deveria ter caído fora, mas
daí eu retomava a razão e continuava. Acho que eu sempre fui a voz
da razão dentro da banda”.
Duff
McKagan continua sendo o elo de ligação entre os cinco músicos.
Apesar de não querer falar sobre sua relação com Axl (“é
algo pessoal”, diz ele), o baixista passou um longo tempo com o
vocalista nessa visita a Londres. Alguns meses antes, Duff tocou com
Steven Adler. Ele também é muito próximo de Izzy. “Ele tem
uma vida realmente cool. Lembro de quando Izzy ficou sóbrio, assisti
a tudo. Foi no início dos anos 90, enquanto a gente estava na
estrada. O momento em que ele ficou em paz consigo mesmo também foi
o momento em que percebi que ele não continuaria conosco por muito
tempo. Izzy é um grande cara, e uma influência muito positiva na
minha vida”.
As
vendas de Use Your Illusion I e Use Your Illusion II
estão atualmente na faixa de 15 milhões de cópias. A turnê do
álbum, que se estendeu por anos, rendeu mais alguns milhões de
dólares. O preço disso tudo é fácil de perceber. Alan Niven
mudou-se para o Arizona e manteve-se afastado da indústria da música
até recentemente. Izzy Stradlin continua firme em seu próprio
mundo, e possui uma já respeitável carreira solo. Axl Rose gastou
17 anos e 11 integrantes para produzir outro álbum do grupo. E Guns
N' Roses continua o nome mais forte associado às carreiras de Slash
e Duff.
“Passei
vinte anos usando drogas”, conta Steven Adler, “mas tenho
um novo começo agora. Meu livro mostra todas as minhas cagadas e os
meus medos. Era algo que eu precisava fazer para mostrar pra todo
mundo a grande mentira em que a minha vida havia se transformado”.
“Muitas
pessoas adoram dizer que é maravilhoso quando o seu trabalho é
aquilo que você adora fazer”, conta Alan Niven. “Um monte
de gente passa a vida toda com medo do anonimato. Mas quando você
alcança a fama, você percebe que é tudo uma grande ilusão. Quando
o seu anonimato está comprometido, você percebe o valor que ele
tinha. Eu tive uma grande depressão depois que saí disso tudo”.
“Você
sabe”, analisa Slash, “quando eu olho para trás, vejo que
foi algo monumental. A primeira coisa que penso é como nós
conseguimos fazer dois álbuns incríveis com tanta merda
acontecendo. Acho que os dois volumes de Use Your Illusion, se você
conhece a história por trás dos discos, são trabalhos muito
vitoriosos”.
“Estes
discos polarizaram as pessoas. Eu entendo e estou em paz com isso”,
diz Duff enquanto se prepara pra pegar outro avião, desta vez de
volta para a sua casa em Seattle. “Sempre me perguntam quando
vamos nos reunir. Bem, nenhum de nós afirmou que faria isso. Acho
que as pessoas querem que a gente volte para terem a sua juventude de
volta. O título Use Your Illusion é muito apropriado para quem
pensa dessa maneira”.
(Texto escrito Por Jon Hotten, com tradução de Ricardo Seelig)
(matéria publicada originalmente na Classic Rock 160, de junho de 2011)
Guns N Roses uma das maiores bandas de todos os tempos em minha opnião
ResponderExcluirÓtima matéria...
ResponderExcluirObrigado pela tradução Ricardo...
Ótimo trabalho, Ricardo!
ResponderExcluirApesar de não ouvir mais, como na juventude, é tremenda a importância musical e emocional que o GNR dessa época tem para mim!
Bela matéria ...
ResponderExcluirAos fãs do Guns N' Roses e Axl Rose:
http://maikpopblog.wordpress.com/2010/11/20/justica-seja-feita-ou-apologia-de-axl-rose/
Comentem !
Muito legal esta matéria!
ResponderExcluirAssisti recentemente o documentário do Bon Jovi, "When We Were Beautiful" e dá para perceber a diferença de liderança dos dois vocalistas mais influentes em seus períodos de maior sucesso.
Enquanto Axl ferrava com tudo e acabou com a amizade na banda o Jon Bon Jovi assumia o controle de tudo fazendo a banda crescer mais e fortaleceu a amizade entre os integrantes.
Como sempre, um trabalho sensacional! Parabéns Ricardo!
ResponderExcluirAmigo WHEREVER.... isso é heresia
ResponderExcluirObrigado pela tradução !
ResponderExcluirParabéns pelo exelente trabalho, ótima matéria
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