Adrenaline Mob: crítica de 'Omertá' (2012)


Nota: 8,5

A principal qualidade do Adrenaline Mob é soar como uma banda. O grupo que une o vocalista Russell Allen (Symphony X), o guitarrista Mike Orlando (Sonic Stomp e carreira solo) e o baterista Mike Portnoy (ex-Dream Theater) tem um som que não lembra, em nenhum momento, as bandas pelas quais os seus integrantes ficaram conhecidos. John Moyer, baixista do Disturbed, completa o time – o guitarrista Rich Ward (Stuck Mojo, Fozzy) e o baixista Paul DiLeo gravaram apenas o primeiro EP. O Adrenaline Mob executa um heavy metal pesado, moderno e com muito groove, que equilibra a tradição da música pesada produzida nos Estados Unidos com melodias e refrões que se aproximam do hard rock.

Mixado por Jay Ruston (Anthrax, Steel Panther), Omertá é um disco sólido e cativante, repleto de grandes canções. Quatro delas já são conhecidas dos fãs, pois estavam no EP lançado na metade de 2011 - “Psychosane”, “Believe Me”, “Hit the Wall” e “Down the Floor”. A influência de Black Label Society, perceptível em faixas como “Undaunted” e “Indifferent”, divide espaço com algumas surpresas. A balada “All on the Line” transita por uma sonoridade que une características do Lynyrd Skynyrd a um tempero que vem direto do hard californiano do final da década de oitenta.

A releitura de “Come Undone”, gravada originalmente pelo Duran Duran no álbum homônimo lançado em 1993, é um dos grandes destaques de Omertá. Os vocais agudos de Lizzy Hale, do Halestorm, dividem os holofotes com a voz de Allen, dando uma nova cara para a música, que ficou excelente.

Em um time formado por feras como Russell Allen, Mike Orlando e Mike Portnoy, a qualidade só poderia ser nivelada por cima. Russell canta maravihosamente bem, seguindo o que tem feito nos últimos anos, usando a sua voz de forma mais agressiva. Portnoy surge menos mirabolante e acrobático do que no Dream Theater, criando grooves e batidas que mostram outra faceta de seu inegável talento. Mas, na minha opinião, o principal destaque do disco é o fenomenal Mike Orlando. Sua guitarra é de cair o queixo, com bases pesadíssimas e solos que farão a alegria de qualquer fã do instrumento, com direito até a um talkbox em “Psychosane”.

Omertá é um grande disco. Não irá mudar os rumos do heavy metal, mas esse nunca foi o seu objetivo. O álbum é divertido, potente e cheio de energia, e proporciona diversos momentos de satisfação para o ouvinte.

Ouça, porque vale a pena!


Faixas:
  1. Undaunted
  2. Psychosane
  3. Indifferent
  4. All on the Line
  5. Hit the Wall
  6. Feelin' Me
  7. Come Undone
  8. Believe Me
  9. Down to the Floor
  10. Angel Sky
  11. Freight Train

Comentários

  1. rs Tenho que parar de olhar as notas atribuídas às bandas... bandinha cópia de Iron e Sabbath ganha a mesma nota de uma banda variada e cheia de recursos como o Adrenaline (isso afora o super time, um belo "bonus"). O padrão 8,0 ou 8,5 tsc tsc

    Ok, não "muda os rumos do Heavy Metal", mas não precisa disso para demonstrar originalidade. Ainda assim, a banda injeta sim uma dose nova de energia e dinâmica no estilo, com certeza...

    Perceba que o review não faz alusões a uma banda só como influência, não falamos de uma cópia... para tentar localizar o leitor, citam-se bandas que aparentemente exerceram uma influência remota, e ainda assim cada canção parece ter bebido de uma fonte... é disso que gosto!

    Se já não conhecesse o Adrenaline, eu ia procurar saber deles só por isso. Conhecendo, discordo do 8,5 (a menos que este blog fosse mais rigoroso rs e 8,5 fosse um reconhecimento). Para mim, deve ser um dos grandes álbuns do ano, só não estará num eventual top10 se, realmente, a enxurrada de grandes lançamentos esperada se concretizar de uma forma surreal...

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  2. Scobar, dois comentários sobre o seu comentário:

    - o review exprime a minha opinião sobre o disco, assim como todos os textos assinados por mim. Se, na minha percepção, o trabalho do Adrenaline Mob tem a mesma qualidade do trabalho de uma banda que "copia" o Maiden ou o Sabbath, é o que eu penso

    - sou da opinião que há uma banalização das notas 9 e 10 na imprensa metálica brasileira, por isso tenho sido mais rigoroso com as que atribuo em meus reviews. Se o disco ganhou 8,5, pode acreditar que ele é muito bom.

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  3. Daria um sete no máximo pra esse disco ... mas fiz apenas uma audição ... concordo que tem bastante energia mesmo... mas achei meio repetitivo ... lembrou muito o Black Label Society ... sendo inferior ao ultimo lançamento do mesmo ...

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  4. Correto, Ricardo. Deixo claro que, se não fosse fã do blog, não o acompanharia e nem ficaria comentando, como passei a fazer há algum tempo, seja com elogio ou críticas.

    Porém, justamente por eu considerar ser um blog de alcance e que - o que é raro! - tenta trazer o que há de novo e aposta na renovação do estilo, isto me soa a incoerência. Ainda que não seja, vejo esse "padrão" nas notas, mostrando que originalidade não seria algo a ser perseguido, ideia essa que sei que NÃO é a do blog.

    Mas é claro que resenha é expressão de opinião pessoal e, nesse ponto, está tudo certo, assim como meus comentários também expressam opiniões particulares minhas (às vezes, bem particulares mesmo rs).

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  5. Russel é o melhor vocalista da atualidade. ponto.

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  6. Não achei o cd fora de série, mas achei muito bom. Aconteceu a mesma coisa quando escutei o Velvet no primeiro disco... Me pareceu genérico e sem originalidade, apesar de ser um bom álbum. O CD do AM é melhor do que o citado e acho que a maturidade virá nos próximos discos (caso ainda haja fôlego com tanta agenda por parte dos integrantes)

    Não vi as notas dadas para outros grupos, mas concordo com a nota dada aqui no blog e, mesmo com ela, nas faz desmerecer este BOM trabalho (e não excelente) feito pelo quarteto (que já foi quinteto).

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  7. great album
    review of spanish fan
    http://rockeandobcn.blogspot.com.es/2012/03/adrenaline-mob-omerta.html

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