Por Fabiano Negri
Nota : 7,5
Slash é uma referência no mundo da guitarra. Por mais que alguns queiram desmerecer o músico dizendo que ele é mais pose do que qualquer outra coisa, é inegável que o guitarrista é dono de um estilo único e um compositor muito acima da média, tanto nos riffs e quanto em solos marcantes.
Após uma ótima estreia solo – Slash (2010), que contou com vários vocalistas convidados - o cartoludo aposta suas fichas em Apocalyptic Love, agora com todos os vocais a cargo de Myles Kennedy, do Alter Bridge. E é ai que mora o divisor de águas do álbum. Kennedy desperta sentimentos contraditórios nos ouvintes. Alguns adoram, outros não. Apesar de ser um bom cantor, Myles tem um timbre difícil, principalmente nas partes altas, e que acaba enjoando após a bolacha rolar algumas vezes. Mas, apesar desses problemas ainda estarem presentes, sua performance é muito melhor do que no ao vivo Made in Stoke (2011).
Musicalmente, Apocalyptic Love é um disco de rock bem básico, totalmente direcionado para a guitarra de Slash. Não possui nenhuma música ruim, mas nenhum momento digno da palavra brilhante. Tecnicamente, Slash está no auge. Nunca ele soou tão firme e variado. Seu timbre está mais agressivo e encorpado. Muito disso se deve ao fim de sua relação conturbada com o álcool e as drogas. Sem essas porcarias no sangue, sobra muito mais tempo para o instrumento!
A faixa-título é uma boa abertura, um rockão movido por um riff arrasa-quarteirão e com boa performance de Myles Kennedy. O mesmo não se pode dizer da segunda faixa, “One Last Thrill”. A música remete diretamente aos tempos do Velvet Revolver, mas não convence. Um trabalho melódico mais cativante seria necessário para fazê-la decolar.
Em compensação, o vocalista acerta a mão nas duas próximas, criando seus melhores momentos no play. “Standing in the Sun” tem muito swing e uma bela melodia, enquanto “You’re a Lie” – o primeiro single - remete diretamente aos tempos áureos do Guns N’ Roses.
As sombras do Guns voltam a ocupar a bolacha em “Halo”, contagiante até os ossos. Outro merecido destaque vai para as guitarras de “Anastasia”, um belo trabalho que mescla influência cigana, licks neo clássicos e rock and roll, tudo isso muito bem amarrado, resultando no melhor momento do instrumento em Apocalyptic Love. O restante do álbum fica no terreno do previsível. Com certeza não vai decepcionar os fãs, mas não será o clássico que os mais afoitos estão pregando por aí.
Apocalyptic Love é um disco honesto e direto de hard rock, às vezes soando requentado e com um vocalista que não é unanimidade. Como o nome Slash está na capa, as pessoas esperam por algo genial, o que não aconteceu dessa vez. Mas pode aumentar o som e curtir sem medo, que a diversão é garantida!
Faixas:
- Apocalyptic Love
- One Last Thrill
- Standing in the Sun
- You’re a Lie
- No More Heroes
- Halo
- We Will Roam
- Anastasia
- Nor For Me
- Bad Rain
- Hard & Fast
- Far and Away
- Shots Fired
Achei o disco cansativo com um resultado final mediocre. Sem dúvida tem bons momentos...mas é um disco de consistência mediana. Minha nota seria 6 (ou três estrelas) ... um bom disco mas sem muito destaque ! Segunda decepção do ano...a primeira é o novo do Santana que achei chato !
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