Slash: crítica de ‘Apocalyptic Love’ (2012)



Nota: 8


Apocalyptic Love marca um novo capítulo na carreira de Slash. Acompanhado novamente por uma banda, o guitarrista encontrou um grande parceiro no vocalista Myles Kennedy (também no Alter Bridge). Todo esse clima otimista é facilmente perceptível no novo disco do músico, um álbum que pode ser definido com apenas uma palavra: rock!


Produzido por Eric Valentine (Queens of the Stone Age, Good Charlotte, John Fogerty), o mesmo do anterior e repleto de participações especiais Slash (2010), Apocalyptic Love exala frescor e energia. As treze músicas do álbum exploram caminhos variados, mas sempre com os dois pés fincados no bom e velho rock and roll.


Uma das principais qualidades de Apocalyptic Love é o grande trabalho de composição, a cargo da dupla Slash e Myles Kennedy. Afinados e falando a mesma língua, os dois mostram uma força criativa inegável. Slash encontrou em Myles o parceiro ideal, e o resultado está na qualidade das músicas. Indo do hard rock puro e direto da faixa-título ao balanço malandro de “Bad Rain”, da energia vibrante de “One Last Thrill” a canções grudentas e com cara de hits como “You’re a Lie” e “No More Heroes”, Apocalyptic Love conquista o ouvinte de forma instantânea. 




Slash está em ótima fase. Suas principais qualidades - o feeling e o incrível senso de melodia -, estão presentes em todo o play. Aluno exemplar da escola de Jimmy Page, o guitarrista mostra, mais uma vez, que não é preciso ter uma técnica absurda para fazer a diferença. Tocando de maneira solta e descontraída, conduz o ouvinte de forma agradável por todo o disco. Mas é na hora dos solos que a coisa realmente pega fogo. Uma das principais características do ex-Guns N’ Roses sempre foi a capacidade singular de criar solos memoráveis, pequenas composições com vida própria dentro de cada faixa. Isso se repete de maneira brilhante em todo o disco, com melodias sendo derramadas de maneira constante sobre o ouvinte.


É preciso também reconhecer o ótimo trabalho de Myles Kennedy. Ainda que alguns não simpatizem com o seu timbre agudo - e confesso que em alguns momentos isso realmente incomoda um pouco -, o vocalista mostra que a sua posição não é a de um mero coadjuvante. Esbanjando segurança e confiança, Myles varia de maneira constante a sua voz, o que torna o álbum ainda mais forte. Além disso, suas linhas vocais são um destaque a parte, mostrando inspiração de sobra. 


Entre as faixas, as que mais me agradaram foram “Halo”, “We Will Roam”, a ótima “Anastasia - provavelmente a melhor de todo o disco -, a balada “Not For Me” e a excelente “Far and Away”, com ecos de Led Zeppelin.


Não há exagero algum em apontar Apocalyptic Love como o melhor trabalho de Slash desde os dois volumes de Use Your Illusion, lançados pelo Guns N’ Roses no distante 1991. Consistente e inspirado, o álbum não apenas comprova o talento do guitarrista como confirma o acerto da parceria com Myles Kennedy. Um grande disco, e ponto final!



Faixas:
  1. Apocalyptic Love
  2. One Last Thrill
  3. Standing in the Sun
  4. You’re a Lie
  5. No More Heroes
  6. Halo
  7. We Will Roam
  8. Anastasia
  9. Not For Me
  10. Bad Rain
  11. Hard & Fast
  12. Far and Away
  13. Shots Fired

Comentários

  1. Acho que não seria o melhor trabalho desde os Illusion não, pra mim Ain't Life Grand e It's five o'clock Somewhere são tão bons quanto ele, até melhores, mas esse é um grande disco!

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