O quarteto norte-americano Alabama Shakes é um dos nomes mais falados de 2012. Publicações de diferentes linhas editoriais como NME, Paste e poeira Zine têm elogiado generosamente a banda, alimentando o burburinho em torno do grupo e ampliando a sua repercussão.
A roupagem vintage faz com que faixas como “You Ain’t Alone” pareçam saídas de um disco perdido de Janis Joplin, por exemplo. Explorando influências que exploram, essencialmente, à rica tradição da música negra norte-americana, o Alabama Shakes alcançou em seu primeiro disco um resultado notável, que faz jus aos elogios vindos das mais diversas fontes.
Formado em Athens em 2009, o Alabama Shakes toca um soul com pitadas de rock e blues, tudo temperado por ingredientes que remetem ao southern e ao garage rock. A grosso modo, é uma espécie de “soul indie”. A voz da cantora e guitarrista Brittany Howard é um tanto similar à de Amy Winehouse, e a sonoridade predominantemente vintage aproxima ainda mais o grupo daquilo que a falecida vocalista inglesa fazia, com a particularidade de que aqui não entram orquestrações, metais e coisas do tipo, é tudo no tradicional guitarra-baixo-bateria.
Boys & Girls, primeiro disco da banda, foi lançado em 9 de abril deste ano e, desde então, vem escalando paradas de sucesso em todo o mundo. O trabalho alcançou a oitava posição na Billboard e está fazendo bonito em diversos países.
Tentar explicar todo esse barulho pode parecer inglório, mas não é tão complicado. De maneira geral, a música do quarteto - completam o time o guitarrista Heath Fogg, o baixista Zac Cockrell e o baterista Steve Johnson - não é nada inovadora, mas compensa a falta de originalidade com ótimas composições. O Alabama Shakes não reinventa a roda, apenas faz o que precisa ser feito, e muito bem. Canções como “Hold On”, “I Found You” e “Hang Loose” tem estruturas simples e melodias agradáveis, e vem carregadas de doses enormes de sentimento, de feeling. Grande parte disso vem da maneira de cantar de Brittany, que grita sem cerimônia e busca no fundo da alma a força que imprime em suas canções.
A roupagem vintage faz com que faixas como “You Ain’t Alone” pareçam saídas de um disco perdido de Janis Joplin, por exemplo. Explorando influências que exploram, essencialmente, à rica tradição da música negra norte-americana, o Alabama Shakes alcançou em seu primeiro disco um resultado notável, que faz jus aos elogios vindos das mais diversas fontes.
“Goin’ to the Party” é uma delícia. “I Ain’t the Same” é o Rolling Stones da fase Exile on Main Street com uma bela voz feminina. A já citada “Hold On” é uma pequena joia pop, assim como a balada “I Found You”.
A música tem uma tradição riquíssima e, muitas vezes, não é necessário procurar novos caminhos para se fazer algo de qualidade. Dosando com sabedoria as suas influências, o Alabama Shakes gravou um trabalho de estreia muito envolvente, com poder de cativar ouvintes das mais diversas idades e mundos diferentes. Um feito notável para uma banda com apenas três anos de vida, e que tem tudo para seguir uma trajetória bastante interessante nos próximos anos.
Vale a pena ficar de olho!
Nota: 8
Faixas:
- Hold On
- I Found You
- Hang Loose
- Rise to the Sun
- You Ain’t Alone
- Goin’ to the Party
- Heartbraker
- Boys & Girls
- Be Mine
- I Ain’t the Same
- On Your Way
- Heavy Chevy
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