Witchcraft: crítica de Legend (2012)

Cinco anos separam Legend, novo álbum da banda sueca Witchcraft, do disco anterior do grupo, The Alchemist (2007). Nesse tempo, muitas coisas aconteceram com os caras. Magnus Pelander decidiu largar a guitarra e se concentrar apenas nos vocais. Isso fez o Witchcraft deixar de ser um quarteto. Simon Solomon e Tom Jondelius assumiram as guitarras, enquanto Ola Henriksoon seguiu no baixo e Oscar Johansoon sentou no banco da bateria no lugar de Fredrik Jansson. Resumindo: apenas dois músicos são os mesmos de cinco anos atrás. 

Todas essas mudanças fizeram bem à banda. Concentrando-se apenas nos vocais, Pelander está cantando como nunca. A nova dupla de guitarristas também entrega algumas das melhores performances já registradas em um disco do agora quinteto. 

Quem já ouviu o som do Witchcraft sabe que o grupo sempre foi muito influenciado pelo Black Sabbath em particular, e pelo hard setentista de uma forma mais ampla. Legend, estreia dos caras na Nuclear Blast, segue esse caminho, porém com uma sonoridade mais limpa que os três álbuns anteriores. Riffs de guitarra são constantes, transbordando pelos sulcos. O timbre é pesado, o que contrasta com a voz limpa de Magnus Pelander, criando uma dicotomia que é um dos principais atrativos do trabalho.

Apesar da inegável influência citada no parágrafo anterior, a música do Witchcraft tem uma clara personalidade própria. Há ecos de nomes como Pentagram, Thin Lizzy e Led Zeppelin em Legend, retrabalhados com o DNA próprio do Witchcraft. E o resultado dessa mistura é um álbum com um claro sabor setentista, mas ao mesmo tempo com uma sonoridade bastante atual, por mais contrastante que isso possa parecer em um primeiro momento. 

Como já disse, as composições são todas construídas a partir de riffs de guitarra, característica que, somada à criatividade da banda, torna o disco empolgante. À medida que as faixas se sucedem, o volume vai ficando mais alto e, quando você percebe, está empunhando a sua air guitar e tocando a pleno vapor! Enfileirando excelentes ideias, o Witchcraft recompensa a longa espera desde The Alchemist com um álbum coeso e forte, que pode ser considerado o melhor trabalho de sua carreira.

Legend é um disco recompensador e viciante, daqueles que, ao serem colocados no aparelho de som, demoram meses para sair de lá. Presença certa no top 10 de 2012!

Nota: 9


Faixas:
  1. Deconstruction
  2. Flag of Fate
  3. It’s Not Because of You
  4. An Alternative to Freedom
  5. Ghosts House
  6. White Light Suicide
  7. Democracy
  8. Dystopia
  9. Dead End

Comentários

  1. Eu ouvi algumas músicas do álbum e posso dizer que não me decepcionei.
    Graças a voce eu conheci essa excelente banda.
    Gostaria de saber se vc fará o review do novo EP do Down?
    Abraços

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  2. Maravilhoso esse álbum, um dos melhores do ano.

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  3. Excelente crítica! É exatamente o que penso deste álbum!

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