Gypsyhawk: crítica de Revelry & Resilence (2012)

O Gypsyhawk é uma banda norte-americana formada em Pasadena, na Califórnia, em 2008. O quarteto conta com Eric Harris (vocal e baixo), Andrew Packer (guitarra), Erik Kluiber (guitarra) e Ian Brown (bateria) e já lançou dois discos - Patience and Perseverance (2010) e Revelry & Resilence, que saiu no final de agosto último.

O som dos caras é um hard rock muito bem feito e com uma certa atitute punk, grandes melodias e uso constante de guitarras gêmeas, o que dá um clima meio Thin Lizzy para a coisa toda. Os vocais de Harris são agressivos e roucos na medida certa, enquanto a dupla Packer e Kluiber trabalha com precisão cirúrgica nas seis cordas. A produção deixou a sonoridade bem atual, porém a já citada abundância de melodia remete, em diversos momentos, à década de 1970.

Lançado pela Metal Blade, Revelry & Resilence faz parte daquele grupo de álbuns que você coloca pra tocar e só consegue tirar do toca-discos horas depois. Viciante ao extremo, agradável em todos os momentos e com grandes canções em toda a sua duração, trata-se de um dos melhores e mais descompromissados discos de rock lançados nos últimos tempos. Os caras não querem reinventar a roda, nem mudar o mundo ou coisa parecida. O objetivo é claro e simples: rock de qualidade, com pegada e grudento, como se fazia nos 70s. As músicas são de fácil assimilação e tem cara de hits, mas em nenhum momento desbancam para o excesso sacarose tão comum ao hard dos anos 1980, por exemplo.

As onze composições de Revelry & Resilence foram feitas para tocar em dois momentos: pegando a estrada ou reunindo os amigos ao redor de dezenas de cervejas geladas. Tudo, claro, rolando com o volume máximo. Destaque para “Overloaded”, a impressionante “The Fields” (com trechos que fariam Scott Gorham e Brian Robertson aplaudirem de pé), “Hedgeking” e “State Lines”, além da versão para “Rock and Roll Hoochie Koo”, clássico de Rick Derringer.

Uma das surpresas do ano, colocada na mesa por uma banda nova e cheia de tesão e combustível. É assim que o rock segue em frente, como um Poço de Lázaro sem fundo, de onde surgem, todos os dias, jovens fascinados pelo poder que a união entre vocal-guitarra-baixo-bateria é capaz de proporcionar. Eis aqui mais uma prova disso.

Ouça sem moderação!

Nota 8,5



Faixas:
1. Overloaded
2. The Fields
3. Hedgeking
4. Frostwyrm
5. Galaxy Rise
6. 1345
7. Night Songs from the Desert
8. The Red Wedding
9. Silver Queen
10. State Lines

11. Rock and Roll Hoochie Koo

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