Maior fenômeno pop recente, a extravagante cantora americana Lady Gaga chega com sua monumental The Born This Way Tour ao Brasil nesta
semana, em sua primeira visita ao país. O grande circo de Gaga, que será
acompanhado pelos seus famosos e visualmente barulhentos Little
Monsters, como ela chama seus fãs mais ardorosos, aporta no Rio sexta
dia 9, passa por São Paulo no domingo e acaba em Porto Alegre, na terça 13. Uma
turnê gigante dessa, de uma artista popular dessa, a esta hora deve
estar com todos os ingressos esgotados, certo? Errado. E muito pelo contrário.
Há um certo “Lady Gaga fiasco” para definir a performance em vendas das entradas para o superaguardado show da Lady Gaga, tanto no Brasil como em toda a América Latina. Difícil arrancar palavras oficiais nesse sentido, mas uns números curiosíssimos das vendas de ingressos para as apresentações em estádios da cantora nova-iorquina circulam pela internet e são espantosos, se forem verdade:
- até sexta-feira passada, para o show de São Paulo, a maior cidade do país e a que mais compra ingressos, tinham sido vendidos apenas pouco mais de 33.000 ingressos dos 65.552 disponíveis. Praticamente a metade da carga apenas. E dizem que em Porto Alegre a porcentagem é menor
- o show deste sábado passado na Costa Rica, o último antes da entrada da turnê da cantora pela América do Sul (ela toca em Bogotá, Colômbia, amanhã), vendeu de ingressos cerca de 21.000 para uma capacidade de 38.000 pessoas
- em Lima, Peru, a performance de vendas é ainda pior. Tudo bem que o show é “só” no dia 23, mas até neste sábado, para um local onde cabem 52 mil pessoas (Estádio San Marcos), apenas 13 mil entradas foram adquiridas
- sem desembocar em números, falam que as vendas para os shows na Colômbia e Argentina (nesta, imediatamente depois do Brasil) estão bem fracas, com menos da metade dos ingressos vendidos
Tal numeralha preocupante para os produtores latinos que arriscaram trazer um dos mais bombásticos shows para a região deve ser verdadeira, dada a correria atrás de aliviar o prejuízo, que deu na grande “liquidação” dos ingressos. Em apenas uma rápida coletânea das ações mercadológicas para vender os ingressos para a turnê da Lady Gaga vemos que:
- para o show de São Paulo, compre um e leve outro grátis. A campanha está nos jornais. Leve um ingresso e as lojas Riachuelo, patrocinadora do show, te dá outro. Até outubro, principalmente para Lady Gaga e Madonna (dezembro), a produtora de shows Time4Fun estava vendendo ingressos em até 10 vezes sem juros no cartão de crédito. O parcelamento era estendido a outros concertos trazidos pela empresa, como Linkin Park (outubro) e Joss Stone (novembro). No site Peixe Urbano, estão vendendo ingressos de inteira (R$ 350) pelo preço de meia (R$ 175)
- nas últimas semanas de outubro, os tickets para a apresentação de Lady Gaga amanhã em Bogotá tiveram seus preços rebaixados a menos que a metade do valor pela produtora local do concerto, a Ocesa Colômbia. De 382 pesos colombianos, as entradas passaram a custar 147, quase 240 pesos colombianos a menos que o preço inicial. A redução causou grande protesto para os que tinha pago preço cheio, que no fim, além de serem reembolsados por uma quantia em dinheiro vão poder, com seu ingresso cheio, levar grátis um acompanhante no mesmo setor que assistirá ao show
- em Lima, no Peru, no momento a promo de ingressos para Lady Gaga está na base de um ingresso grátis para quem compra três com o cartão de crédito oficial do show (Ripley)
Imprensa: não sei no caso brasileiro, mas pelo menos na Costa Rica (sábado) e na Colômbia (amanhã) os jornalistas credenciados não poderão entrar com câmeras fotográficas profissionais nem de vídeo. Nem para registrar o palco, nem para clicar nenhuma foto das dependências do estádio onde Lady Gaga vai cantar. Imagens, só as providas por celulares da galera.
Internet: e, claro, essas promoções para os ingressos da Lady Gaga no Brasil caíram na graça do povo do Twitter/Facebook. Até um Tumblr-zoeira já apareceu, o Achei o Ingresso da Gaga
PARA ENTENDER
Lady Gaga é o maior fenômeno recente do showbis mundial, mas experimenta um baixíssimo número de ingressos vendidos no Brasil em particular e na América Latina no geral. Em um perfil dela que li numa grande revista de moda atual, a publicação afirma que a cantora, nos últimos anos, deu sobrevida à MTV chacoalhando a estética dos videoclipes e é, numa só pessoa, (1) um catálogo de moda ambulante, (2) uma revolução em padrões estéticos, (3) a bagunceira dos conceitos de beleza, das unhas dos pés ao cabelo, e (4) o ser que surgiu para inovar e chocar numa época que a figura mais “ousada” da música era a Christina Aguilera. Sem contar que sua presença pode ser sentida de alguma forma, em alguma perspectiva, na definição de carreira da nova ou nem tão nova geração de cantoras atuais da música pop, tipo Rihanna, tipo Lana Del Rey.
Então qual a razão desse destacável baixo público para seus shows na América Latina, em países em que ela visita pela primeira vez?
PERGUNTAS PERTINENTES
- É uma reação do público ao valor do ingresso?
- A construção do “mito Lady Gaga” foi supervalorizada na América Latina ou é a cantora certa em seu momento errado a aparecer no Brasil, ou na região?
- Há uma excessiva demanda de shows por aqui, grandes concertos já não são tão novidades na área e de alguma forma estamos cansados (e sem dinheiro) para acompanhar tudo o que aparece?
- É um problema econômico geral (dizem que a Madonna também está vendendo bem abaixo do esperado)?
- Tudo isso junto e misturado?
Qualquer que seja a resposta, desconfio que a Lady Gaga vai ter mais uma importância na cena pop atual: a de redefinir tamanhos e política de ingressos para grandes shows internacionais em países emergentes como o Brasil. Vamos acompanhar 2013.
PS: Última coisa sobre os ingressos em 10x. Mário Henrique Simonsen, ministro da Fazenda do governo Geisel, certa vez disse “quando a população compra até cebola a prestações, alguma coisa vai mal”.
(matéria publicada na Popload, blog do jornalista Lúcio Ribeiro)
(Nota do editor: antes de comentar e falar alguma coisa sobre gostar ou não da música de Lady Gaga, lembre-se que a questão aqui é muito maior. Se um show de uma artista pop deste tamanho enfrente este tipo de problema, isso tem reflexos em TODO o mercado de shows, inclusive nas bandas de rock e metal que você tanto adora. Portanto, pense um pouco antes de comentar qualquer besteira)
Há um certo “Lady Gaga fiasco” para definir a performance em vendas das entradas para o superaguardado show da Lady Gaga, tanto no Brasil como em toda a América Latina. Difícil arrancar palavras oficiais nesse sentido, mas uns números curiosíssimos das vendas de ingressos para as apresentações em estádios da cantora nova-iorquina circulam pela internet e são espantosos, se forem verdade:
- até sexta-feira passada, para o show de São Paulo, a maior cidade do país e a que mais compra ingressos, tinham sido vendidos apenas pouco mais de 33.000 ingressos dos 65.552 disponíveis. Praticamente a metade da carga apenas. E dizem que em Porto Alegre a porcentagem é menor
- o show deste sábado passado na Costa Rica, o último antes da entrada da turnê da cantora pela América do Sul (ela toca em Bogotá, Colômbia, amanhã), vendeu de ingressos cerca de 21.000 para uma capacidade de 38.000 pessoas
- em Lima, Peru, a performance de vendas é ainda pior. Tudo bem que o show é “só” no dia 23, mas até neste sábado, para um local onde cabem 52 mil pessoas (Estádio San Marcos), apenas 13 mil entradas foram adquiridas
- sem desembocar em números, falam que as vendas para os shows na Colômbia e Argentina (nesta, imediatamente depois do Brasil) estão bem fracas, com menos da metade dos ingressos vendidos
Tal numeralha preocupante para os produtores latinos que arriscaram trazer um dos mais bombásticos shows para a região deve ser verdadeira, dada a correria atrás de aliviar o prejuízo, que deu na grande “liquidação” dos ingressos. Em apenas uma rápida coletânea das ações mercadológicas para vender os ingressos para a turnê da Lady Gaga vemos que:
- para o show de São Paulo, compre um e leve outro grátis. A campanha está nos jornais. Leve um ingresso e as lojas Riachuelo, patrocinadora do show, te dá outro. Até outubro, principalmente para Lady Gaga e Madonna (dezembro), a produtora de shows Time4Fun estava vendendo ingressos em até 10 vezes sem juros no cartão de crédito. O parcelamento era estendido a outros concertos trazidos pela empresa, como Linkin Park (outubro) e Joss Stone (novembro). No site Peixe Urbano, estão vendendo ingressos de inteira (R$ 350) pelo preço de meia (R$ 175)
- nas últimas semanas de outubro, os tickets para a apresentação de Lady Gaga amanhã em Bogotá tiveram seus preços rebaixados a menos que a metade do valor pela produtora local do concerto, a Ocesa Colômbia. De 382 pesos colombianos, as entradas passaram a custar 147, quase 240 pesos colombianos a menos que o preço inicial. A redução causou grande protesto para os que tinha pago preço cheio, que no fim, além de serem reembolsados por uma quantia em dinheiro vão poder, com seu ingresso cheio, levar grátis um acompanhante no mesmo setor que assistirá ao show
- em Lima, no Peru, no momento a promo de ingressos para Lady Gaga está na base de um ingresso grátis para quem compra três com o cartão de crédito oficial do show (Ripley)
Imprensa: não sei no caso brasileiro, mas pelo menos na Costa Rica (sábado) e na Colômbia (amanhã) os jornalistas credenciados não poderão entrar com câmeras fotográficas profissionais nem de vídeo. Nem para registrar o palco, nem para clicar nenhuma foto das dependências do estádio onde Lady Gaga vai cantar. Imagens, só as providas por celulares da galera.
Internet: e, claro, essas promoções para os ingressos da Lady Gaga no Brasil caíram na graça do povo do Twitter/Facebook. Até um Tumblr-zoeira já apareceu, o Achei o Ingresso da Gaga
PARA ENTENDER
Lady Gaga é o maior fenômeno recente do showbis mundial, mas experimenta um baixíssimo número de ingressos vendidos no Brasil em particular e na América Latina no geral. Em um perfil dela que li numa grande revista de moda atual, a publicação afirma que a cantora, nos últimos anos, deu sobrevida à MTV chacoalhando a estética dos videoclipes e é, numa só pessoa, (1) um catálogo de moda ambulante, (2) uma revolução em padrões estéticos, (3) a bagunceira dos conceitos de beleza, das unhas dos pés ao cabelo, e (4) o ser que surgiu para inovar e chocar numa época que a figura mais “ousada” da música era a Christina Aguilera. Sem contar que sua presença pode ser sentida de alguma forma, em alguma perspectiva, na definição de carreira da nova ou nem tão nova geração de cantoras atuais da música pop, tipo Rihanna, tipo Lana Del Rey.
Então qual a razão desse destacável baixo público para seus shows na América Latina, em países em que ela visita pela primeira vez?
PERGUNTAS PERTINENTES
- É uma reação do público ao valor do ingresso?
- A construção do “mito Lady Gaga” foi supervalorizada na América Latina ou é a cantora certa em seu momento errado a aparecer no Brasil, ou na região?
- Há uma excessiva demanda de shows por aqui, grandes concertos já não são tão novidades na área e de alguma forma estamos cansados (e sem dinheiro) para acompanhar tudo o que aparece?
- É um problema econômico geral (dizem que a Madonna também está vendendo bem abaixo do esperado)?
- Tudo isso junto e misturado?
Qualquer que seja a resposta, desconfio que a Lady Gaga vai ter mais uma importância na cena pop atual: a de redefinir tamanhos e política de ingressos para grandes shows internacionais em países emergentes como o Brasil. Vamos acompanhar 2013.
PS: Última coisa sobre os ingressos em 10x. Mário Henrique Simonsen, ministro da Fazenda do governo Geisel, certa vez disse “quando a população compra até cebola a prestações, alguma coisa vai mal”.
(matéria publicada na Popload, blog do jornalista Lúcio Ribeiro)
(Nota do editor: antes de comentar e falar alguma coisa sobre gostar ou não da música de Lady Gaga, lembre-se que a questão aqui é muito maior. Se um show de uma artista pop deste tamanho enfrente este tipo de problema, isso tem reflexos em TODO o mercado de shows, inclusive nas bandas de rock e metal que você tanto adora. Portanto, pense um pouco antes de comentar qualquer besteira)
Uma reação ao valor exorbitante dos ingressos (R$ 350), mesclada com a super-estimação de um sub-produto da moda de conceitos estéticos misturados em uma cantora mediana e de beleza normal. A medida da velocidade da internet, a música também sofre com a pobreza de talento consistente,
ResponderExcluiracho que as pessoas não querem pagar para ver coreografias sem graça e playbacks de músicas nada dançantes...
ResponderExcluirNão acho R$ 350 um valor caro. O Kiss tá R$ 320. E show não é artigo de primeira necessidade, é luxo.
ResponderExcluirela é uma sub madonna e como a ORIGINAL faz show aqui tbm em dezembro por que ver a cópia?
ResponderExcluirMeu palpite: muito show, com ingressos muito caros, um atrás do outro, em um período de tempo muito curto. Tomara que isso, como diz a matéria do Lúcio, mude a política de venda de ingressos aqui no Brasil. Para quem é fã, seja de que artista for, sempre tem o seu valor. Mas tudo está caro demais, não há dúvidas disso.
ResponderExcluirSeelig, acredito que todos esses fatores têm influência no problema, sem dúvidas. Mas ainda acho que Lady Gaga é um caso a parte. Gaga sempre se expôs demais, tentou provocar com pouco conteúdo na maioria das vezes, e para piorar, a música não deu conta - o segundo álbum dela não atingiu o sucesso do primeiro nem do EP que veio depois, ambos estouradassos. No fim das contas, sempre fez "música de balada", um pop vazio e previsível travestido de inteligente, que dá a impressão de estar em toda parte -rádios, festas, YouTube - mas no fim das contas não está nos iPods, nas casas das pessoas. Em outras palavras: encheu o saco. Gaga é um fenômeno de popularidade recente sim, mas se caçarmos o núcleo de fãs insandecidos, fieis, dedicados, ele será bem menor do que pensamos. É reflexo do tempo em que vivemos, onde tudo parece explosivo, grandioso, mas é efêmero, volátil. Ano passado, Katy Perry encheu a Chácara do Jockey. Rihanna e Britney Spears encheram o Anhembi, sem lotar. Lady Gaga pode ser uma grande artista segundo os parâmetros atuais, mas ainda precisa de muito mais arroz e feijão para lotar um estádio do tamanho do Morumbi.
ResponderExcluirGuilherme, eu gostei do segundo disco dela, mas entendo o seu ponto de vista. O primeiro CD, que a transformou em um fenômeno, teve realmente mais impacto mercadológico. Porém, não acho que a música dela seja tão descartável assim. Tem coisas legais nos álbuns, e ela é, ao meu ver, uma excelente vocalista. Isso sem falar que é sempre bom ter um freak como ela no cenário pop.
ResponderExcluirNão sei se colocaria as baixas vendagens da Madonna como parâmetro pra explicar o "caso Gaga", já que não é seu primeiro show no país e sua última vinda foi em 2010.
ResponderExcluirNão descartando os outros fatores - mais sérios - não estaria uma parte do público discriminando a cantora, por ter se assumido maconheira de carteirinha recentemente?
Também gosto dos vocais dela - "Lady Is a Tramp" com o Tony Bennett tá aí pra provar que ela sabe o que faz. Mas acredito que o eco das ações dela - das roupas e atitudes esquisitas, a postura politicamente incorreta - é muito maior do que as atitudes em si. Todos ouvimos falar de Gaga, temos curiosidade de saber quem é, de ouvir as músicas e ver os clipes, mas desembolsar uma grana para vê-la ao vivo? Por quê? O que tem que já não vimos? No fim das contas o público em geral não está preocupado se ela faz playback ou não, se usa auto-tune ou não, caso contrário os shows que citei no comentário anterior estariam desertos. Espero que o susto desse aparente "fiasco" sirva de alerta para os produtores gananciosos, mas não acho que é o estouro da bolha de shows internacionais por aqui. Ainda.
ResponderExcluirTou achando é que muitos pais proibiram os filhos de irem ao show, depois de descobrirem que a Gaga é maconheira, rs.
ResponderExcluirCara, acho que é um pouco disso tudo é mais esse tópico que postei no Facebook uma hora atrás:
ResponderExcluir"É que o publico "download" é muito bom para gastar dinheiro com música. Baixa o show no celular, vê com a galera no shopping e gasta com esteroide na academia."
Os valores mudaram...
Eu acho que a questão é ainda maior. Gente, pensemos...esse tipo de som que ela faz, a despeito de ter uma ou outra "inovação" (não ouvi os discos, mas a crítica do Cadão tem uma consistência e um nível de análise suficientemente bom para que eu possa usá-la como base) é praticamente a mesma música pop desde meados dos anos 90(Spice Girls, Boys Bands, Mariah Carey, etc). Cansou, durou demais já isso. O público da música pop não tem apego ao artista (tem apego apenas temporário aos "hits"), ainda mais em tempos de downloads e toda essa descartabilidade midiático-tecnológica. A questão da imagem, que hoje é preponderante, tem esse poderio de superinflar e criar pseudo-mitos que, como estamos assistindo com uma crueza cabal, não se sustentam sozinhos. O comentário do amigo acima foi muito feliz nesse sentido. Parece que a música dela está em todos os lugares, mas na verdade não está. Não acho que seja uma questão de preços de ingressos, pq a gente sabe que nosso povo brasileiro é meio deslumbradão e paga essas quantias exorbitantes se quiser ver (se matando o ano inteiro na prestação mas vai). Não tem outros shows com esse perfil concorrendo. Se tivesse um show da Madonna uma semana antes e outro do Beyoncée na semana seguinte até tudo bem esse argumento. Não é o caso aqui. Venderam a Lady Gaga de uma forma como se ela fosse a tal salvação do pop (assim como até hoje tentam achar a tal salvação do rock). E ela definitivamente não é. Pode ser polêmica, ter um visual escandoloso e chocante, mas musicalmente ela não oferece nada que a Madonna ou Beyoncée por exemplo tb não ofereçam (música dançante, eletrônica, de apelo sexual, etc). Ela não influenciou ninguém (pelo menos que eu saiba). O David Bowie quando viu que a imagem ficou maior que a música, "matou" o personagem. Foi uma fase. E eu acho que o próprio surgimento e estouro do Adele já são uma resposta de que esse tipo de música artificial e hiperproduzido da Lady Gaga já passou da validade. Em tempo, eu detesto esse tipo de som que ela e suas coleguinhas fazem, mas tentei analisar de uma forma neutra sem julgar o valor, e com um olhar de quem simplesmente tateia e sente essas questões por conviver rodeado por elas, não propriamente por parar pra analisá-las.
ResponderExcluirAbraço,
Ronaldo
Interessante mesmo o fato de ela estar caindo tão rapidamente quanto se lançou ao mundo. Na minha opinião, a turnê dela foi mal planejada, apenas pelo fator divulgação e demora com relação ao lançamento do álbum. Exemplo: Madonna lançou o novo álbum MDNA em março de 2012 e deu início a turnê de divulgação já em maio e até agora está sendo uma das turnês mais bem sucedidas do ano. Já Lady Gaga, lançou o álbum Born This Way em meados de maio de 2011, e só agora em outubro deu inicio a turnê de divulgação do álbum. O álbum já não é novidade, as músicas já não tocam mais nas rádios e a moça já estava afastada da mídia por um tempo planejando o novo show. Nesse fator, entra a questão da proximidade entre as datas de seus shows com os de Madonna, por exemplo, os dois com valores exorbitantes levando em conta o salário mínimo nacional. Por tanto, acredito que o fator qualidade não seja o maior vilão, e sim o atraso no planejamento da divulgação do material.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir"Não acho R$ 350 um valor caro. O Kiss tá R$ 320."
ResponderExcluirNesse caso acho que estamos comparando um público muito diferente.
O público da Lady Gaga é (em média) muito mais jovem. Grande maioria deve ser menor de idade. Nesse caso, naturalmente, é um público com menor poder aquisitivo e que muito provavelmente dependa mais de grana dos pais ou até questões mais básicas, como transporte.
Já um público como o Kiss é exatamente oposto à essas características, e também aposto ser um público mais fiel, mais disposto a fazer loucuras por um evento da banda.
Mas enfim, espero que isso sirva de alerta para os organizadores maneirarem nos preços...
Acho que a Lady Gaga não fez o barulho necessário pra assumir esses shows gigantes na América Latina. Vejo que muita gente fala mal do trabalho dela, mesmo sendo fã de Madonna, Rihanna e etc. Na minha opinião é mais uma desses fenômenos que não caíram no gosto popular, sabe-se lá porque. Óbvio que preço de ingressos e abundância de shows nessa época também contribuem. Se pelo menos servir pra espaçarem mais os shows durante o ano e colocarem preços mais justos, já está valendo!
ResponderExcluirÉ uma reação do público ao valor do ingresso, talvez...
ResponderExcluirSe for esse o motivo eu aplaudo de pé, os preços dos ingressos no Brasil há muito tempo estão inflacionados, e depois que inventaram essa porcaria de "pista vip", a coisa só piorou.
Antigamente a pista era de um preço só para todos. Era só chegar cedo e ficar na cara do palco sem essa de privilegiar quem tem mais grana. Muitas vezes o cara só esta ali na frente pela onda e nem realmente curte o músico.
Muito bom que isso aconteça... quem sabe rediscutam esses valores absurdos dos ingressos.
Eu só iria para assistir ao The Darkness. Detesto Pop fabricado pra balada. Pra mim, lixo superestimado. Gostaria de acreditar que o povo tá acordando e deixando de consumir esse tipo de lixo, mas é só por causa do preço mesmo.
ResponderExcluirEstou achando isso muito bom...Lady Gaga é um fenômeno de mídia, não de público. Não é só porque ela está em todos lugares e tem 1 bilhão de seguidores no twitter que ela é adorada e importante. O público dela no Brasil e esse mesmo que está comprando os ingressos, o resto a conhece só de orelhada e nem sabe de suas supostas "polêmicas" e golpes de marketing. As coisas são diferentes na internet e no mundo real!
ResponderExcluirEu só não entendi o comentário em relação à maconha. Foi alguma piada ou algo do tipo?
ResponderExcluirNão sei se a hipótese que existe um excesso de shows justifique. Quantos shows grandes tivemos que poderiam impactar no show da Lady Gaga? Ela não tem moral para que as pessoas deixem de ir nos outros para guardar dinheiro para ir no dela? Que tipo de "fenômeno" popular é esse que ela é?
ResponderExcluirA verdade é que o público roqueiro é bem mais fiel, que a música Pop é descartável, que o público baixa as músicas da Lady Gaga e está satisfeito com isso, não irão pagar R$ 350 para ir no show, não é o perfil desse público. Simples assim.
A questão é que na hora de atirar no Rock e nas suas vertentes mais pesadas: é legal, é corajoso. Mas quando a hora é de atirar nos apreciadores de música descartável, existe todo um zelo, ou de repente a ideia é que enaltecendo esse tipo de música (pop) ou esse tipo de público, que como se vê não tem fidelidade para se preocupar com isso, também se afronta o Rock, depois me aparecem com uma choradeira sem fim de que roqueiro não respeita os outros, será que é assim mesmo?
E vai aparecer gente dizendo: é, mais o show do Overkill estava vazio! Ai sim eu posso citar 10 shows, pelo menos, do mesmo estilo que concorreram com ele, ali sim existe um excesso de shows. E aí os preços sempre salgados desses eventos afastam o público, que tem que escolher onde ir. Mas o Overkill não é nenhum fenômeno comercial dentro do estilo, se faltar público em um show do Metallica não vai ter concorrência que sirva de desculpa. Dentro do Rock, isso significaria decadência e ponto final.
Emerson, e no caso do show do Kiss, em que a venda está também bem abaixo da média, motivando, inclusive, a troca do lugar do show em Porto Alegre, que saiu de um estádio e foi para o Gigantinho. Qual a explicação?
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ResponderExcluirAcredito que seja simplesmente a lei da oferta e procura.
Qual é a freqüência hoje de megashows no Brasil. Qual era a 5 anos, há 10, há 20, há 30...
Antigamente quando seu artista ou banda preferidos vinham ao Brasil, tinha um certo sentido de urgência de única chance, as vezes atraíam até pessoas que não os tinham como ídolos preferidos, num tipo de pensamento assim: não é o que eu mais gosto, mas como o que eu acho melhor não vai vir mesmo, vou ver esses aqui mesmo...
Esse tempo acabou... Se não é o seu preferido agora, espera que ele vem. E se tá apertado agora, espera que ele vai voltar...
Quando o poder aquisitivo médio do público alvo de shows no Brasil aumentou os produtores aumentaram na mesma proporção os preços dos ingressos e também a quantidade e variedade de espetáculos e atrações... É isso que está se mostrando insustentável no longo prazo...
Os preços extorsivos só funcionam se existir um sentido de urgência e de oportunidade única.. As saídas são duas, ou restringir de novo a quantidade e a diversidade de espetáculos aí esses preços voltam a funcionar, ou então os preços tem que cair para voltar a ser atraente para grandes públicos...
Creio que com a quantidade de arenas sendo construídas o mais viável será a queda nos preços, porque esses espaços precisarão ser usados para dar lucro... Mas também para cair os preços os produtores terão que investir em ter equipamentos de ponta aqui, para nao ter que sempre ficar trazendo boa parte desses equipamentos alugados a cada show produzido.
É nisso que eu acredito. Abraços.
O problema é hiperexposição. Ninguém aguenta mais essa mulher. Em 4 anos, ela lançou 15 singles e eles tocaram até esgotar. A mídia comprou ela e, somente, ela. E tudo em 2010 e 2011 girava em torno dela. As pessoas cansam. Ela não é um movimento musical ou uma cena, como o grunge ou glam, mas ela representou uma fase de muita enfase no Pop, junto com o David Guetta.
ResponderExcluirA fórmula da Lady Gaga e do David Guetta já cansou. As pessoas estão cansadas de tantos singles. Esses dois estão entre 10 ou 15 singles em apenas 4 anos. E todos com rotações excrota nos charts.
O próprio Ozzy Osbourne já sugeriu a ela que tirasse umas férias.
Ozzy Osbourne assume que ouve Lady Gaga
http://www.sidneyrezende.com/noticia/126727+ozzy+osbourne+assume+que+ouvia+lady+gaga
OMG: De acordo com ferramenta de busca na internet, Lady GaGa vem perdendo sua popularidade rapidamente
http://popline.mtv.uol.com.br/omg-de-acordo-com-ferramenta-de-busca-na-internet-lady-gaga-vem-perdendo-sua-popularidade-rapidamente
Ozzy Osbourne Says Lady GaGa Is In Danger Of Becoming Over-Exposed
http://www.nerdles.com/2010/12/23/ozzy-osbourne-says-lady-gaga-is-in-danger-of-becoming-over-exposed/
Veja: ela acabou a promoção do último disco em março de 2012 e vai lançar um novo disco em fevereiro de 2013. 2012 era pra ser um ano dela se retirar um pouco ..mas não, ela está lá ocupando espaço que poderia oxigenar os dials e renovar o interesse das pessoas. Ninguém aguenta mais. Cansou!
O preço de shows eu acho que não muda porque isso é uma demanda do artista. Não é pq o povo não pode pagar que o artista vai renegociar o valor. E nem o produtor do evento vai fazer uma mágica e encher mais os estádios ou casas de shows. É uma conta simples: se não tem gente, não tem dinheiro, não tem cachê e não tem show.
Os preços não baixariam por causa dos produtores. A culpa não é deles somente. A culpa é dos próprios valores praticados pelos artistas. Sem falar que muitos não tocam pra plateias menores. O Pearl Jam perdeu uma data em 2011, em Brasília, porque não aceitava fechar show pra 15 mil pessoas. Eles queriam datas pra 30 mil. E aí? A culpa é da economia brasileira? Do produtor? Do consumidor?
As pessoas idolatram muito os artistas também e fecham os olhos para o óbvio: os caras fazem o que querem com o público, até mesmo porque o público se mostra disponível e apto pra fazer o que quiser por eles. Simples assim. Quem nunca pegou avião pra ver um artista em outra cidade? E os artistas, pegariam avião pra irem a outras cidades sem ser SP e RJ?
As pessoas nunca discutem isso. O cara que pegou a data da Lady Gaga em POA é muito corajoso. Nota 10 pra ele. Foi uma aposta que assumiu sozinho. O show foi cancelado, mas dou nota 10 pra produtores que checam se o público realmente quer. Não quis. Daí, reclamam depois. Velho, showbizz é feito de grana e não de veneração a artistas. Quem paga a fatura é produtor com casa cheia e não as cartinhas de amor e faixas apaixonadas do pessoal do fanclube. Isso ... ninguém quer discutir. Só querem falar que a culpa é dos produtores. Fans e artistas estão isentos de discussões, né?
Para mim essa cidadã poderia se retirar de uma vez por todas a música dela é totalmente descartável e esse visual dela é super brega é coisa de americano isso ai.
ResponderExcluirPelo visto o tempo dela já está passando e daqui a pouco ninguém nem lembra mais quem foi essa cantora.
O preço do show dela é caro demais R$ 350,00 dá para fazer coisas muito melhores como comprar alguns livros e discos que tem mais utilidade a longo prazo do que lembranças de 2 horas que em pouco tempo somem da mente.
A música pop deveria rever os seus conceitos (e os fãs a mesma coisa), pois a maioria desse público, pelo menos os que eu conheço olham para o rock e heavy metal como música de gente louca, retarda e entre outros, mas pelo menos esse gênero não é descartável e a prova está ai na cara de quem não quer ver.
Tempos bons do pop na minha opinião era quando bandas como: New Order, The Cure, The Smiths, Talking Heads, Joy Division, The Mission e mais outras estavam na linha de frente, pois hoje o que se vê da nojo e vontade de vomitar em casos específicos.
E esse lance da baixa de público olhando para o povo brasileiro (a massa) e a maneira e o tipo de música que eles consomem essa baixa está ligado ao preço do ingresso, pois não vejo outra explicação para essa baixa.
Cantoras como a Adele merecem respeito e bandas como The Black Keys, Decemberists também, mas o que é inegável é que os dias atuais já não favorecem a aparição de novos gigantes da música. A geração download vai salvar o cenário quando estiver em chamas e virando cinzas, poem deixar!
Concordo com o colecionador. o Destino dos Pops descartáveis é o esquecimento.
ResponderExcluirConcordo com o colecionador, o destino dos pops descartáveis é o esquecimento.
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