Sergio Martins é um dos jornalistas e críticos de música mais conhecidos e respeitados do Brasil. Com passagens por diversas publicações, comandou a revista Bizz como editor-chefe durante vários anos. Já há algum tempo, Sergio é o responsável pela editoria de música da maior revista do país, a Veja.
Confira abaixo, com exclusividade, a sua aguardada lista de melhores do ano.
Para mim, Jack White é um dos artistas mais completos do cenário atual do rock americano. Belíssimo guitarrista, bom compositor e sua voz esganiçada dá conta do recado. Blunderbuss é o primeiro disco solo (bem, se não contarmos que ele fazia praticamente tudo no White Stripes) e tem um monte de blues rock adoráveis, além da ótima versão de "I’m Shakin’", de Rudy Toombs.
É o melhor disco dela em anos. Ou melhor, em décadas. Banga – o nome foi tirado de um personagem do livro O Mestre e a Margarida, o mesmo que inspirou Mick Jagger para compor "Sympathy for the Devil" – e traz um belo casamento entre música e poesia. As influências de Patti são vastas, vão de Jimi Hendrix ao jazzista Sun Ra. As letras citam do escritor russo Gogol à descoberta do novo mundo pelo navegador Americo Vespúcio. E poucas releituras são tão belas quanto a de "After the Gold Rush", de Neil Young.
2012 foi o ano em que os vovôs do rock mostraram por que merecem nossa admiração. Tempest é uma paulada, um dos melhores discos da fase recente de Bob Dylan (e olha que ele não tem dado bola fora). Uma coleção de canções do período pré rock (blues, jazz, rhythm’n’blues) cantadas com aquela voz de cão sarnento. Dá até para perdoar o roubo que ele faz de Muddy Waters em "Early Roman Kings".
Eu descobri este disco por acidente. No final de abril, eu estava gravando um especial sobre a música de Nashville numa loja de discos da cidade quando me encantei com a música que saía das caixas. Perguntei quem era para à lojista e ela me apresentou Nick Waterhouse. Rhythm’n’blues calcado nas décadas de 50 e 60, esplendidamente bem interpretado (o cara manda muito bem!).
Jessie é de Nova Jersey. Mas aprimorou seu trabalho em Nasvhille, cidade em que mora ao lado do marido, Nathan Followill, baterista do Kings of Leon. Little Spark, seu segundo disco, mostra uma cantora do jeito que eu gosto: uma interpretação delicada, canções que vão do blues ao country, do pop ao rock.
Para mim, o grande disco de música negra deste ano. Frank Ocean pertence ao Odd Future, um combo de rappers misóginos e homofóbicos. No início de 2012, ele assumiu que teve uma relação com alguém do sexo masculino – curiosamente, a tal revelação foi feita às vésperas do lançamento deste álbum. Que se dane. Channel Orange é uma aula de música negra contemporânea.
Robert Glasper é pianista do primeiro escalão do jazz. Mas aqui ele se permitiu a fazer um disco de pop, com repertório pinçado entre música negra, pop e até grunge. As releituras dele são sensacionais e o time tem gente boa como a cantora Lalah Hathaway, o rapper Mos Def e o soulman Bilal.
Uma boa banda de garagem. Mas a diferença está nos vocais da Brittany Howard. Tem o tom negroide e a agressividade na medida certa!
É o grande mestre do piano de Nova Orleans, turbinado pelo Dan Auerbach (dos Black Keys). Eu até gosto dos trabalhos recentes do Dr. John, mas este aqui é imbatível.
Três virtuoses (Mehmari é um pianista genial, Pinheiro toca violão e guitarra como poucos e o Santos é um dos melhores cantores do Brasil) em interpretações fora-de-série. E nenhum rouba o espaço do outro...
Clipe do Ano
São tantos. Escolho dois: Stars are Indifferent to Astronomy, lição de power pop do Nada Surf, e Charmer, da Aimee Mann, que não sabe o que é disco ruim.
Nacionais? Estação Sé, do Cae Rolfsen e o disco do Caio Bosco, além do Próxima Estação, do Volver, que pode ser baixado aqui.
Merda pra tudo quanto é lado: Ace Frehley é bissexual, Paul Stanley é gay, Gene Simmons passou herpes pra mulher....
Confira abaixo, com exclusividade, a sua aguardada lista de melhores do ano.
Jack White – Blunderbuss
Para mim, Jack White é um dos artistas mais completos do cenário atual do rock americano. Belíssimo guitarrista, bom compositor e sua voz esganiçada dá conta do recado. Blunderbuss é o primeiro disco solo (bem, se não contarmos que ele fazia praticamente tudo no White Stripes) e tem um monte de blues rock adoráveis, além da ótima versão de "I’m Shakin’", de Rudy Toombs.
Patti Smith – Banga
É o melhor disco dela em anos. Ou melhor, em décadas. Banga – o nome foi tirado de um personagem do livro O Mestre e a Margarida, o mesmo que inspirou Mick Jagger para compor "Sympathy for the Devil" – e traz um belo casamento entre música e poesia. As influências de Patti são vastas, vão de Jimi Hendrix ao jazzista Sun Ra. As letras citam do escritor russo Gogol à descoberta do novo mundo pelo navegador Americo Vespúcio. E poucas releituras são tão belas quanto a de "After the Gold Rush", de Neil Young.
Bob Dylan – Tempest
2012 foi o ano em que os vovôs do rock mostraram por que merecem nossa admiração. Tempest é uma paulada, um dos melhores discos da fase recente de Bob Dylan (e olha que ele não tem dado bola fora). Uma coleção de canções do período pré rock (blues, jazz, rhythm’n’blues) cantadas com aquela voz de cão sarnento. Dá até para perdoar o roubo que ele faz de Muddy Waters em "Early Roman Kings".
Nick Waterhouse – Time’s All Gone
Eu descobri este disco por acidente. No final de abril, eu estava gravando um especial sobre a música de Nashville numa loja de discos da cidade quando me encantei com a música que saía das caixas. Perguntei quem era para à lojista e ela me apresentou Nick Waterhouse. Rhythm’n’blues calcado nas décadas de 50 e 60, esplendidamente bem interpretado (o cara manda muito bem!).
Jessie Baylin – Little Spark
Jessie é de Nova Jersey. Mas aprimorou seu trabalho em Nasvhille, cidade em que mora ao lado do marido, Nathan Followill, baterista do Kings of Leon. Little Spark, seu segundo disco, mostra uma cantora do jeito que eu gosto: uma interpretação delicada, canções que vão do blues ao country, do pop ao rock.
Frank Ocean – Channel Orange
Para mim, o grande disco de música negra deste ano. Frank Ocean pertence ao Odd Future, um combo de rappers misóginos e homofóbicos. No início de 2012, ele assumiu que teve uma relação com alguém do sexo masculino – curiosamente, a tal revelação foi feita às vésperas do lançamento deste álbum. Que se dane. Channel Orange é uma aula de música negra contemporânea.
Robert Glasper Experiment – Black Radio
Robert Glasper é pianista do primeiro escalão do jazz. Mas aqui ele se permitiu a fazer um disco de pop, com repertório pinçado entre música negra, pop e até grunge. As releituras dele são sensacionais e o time tem gente boa como a cantora Lalah Hathaway, o rapper Mos Def e o soulman Bilal.
Alabama Shakes – Boys & Girls
Uma boa banda de garagem. Mas a diferença está nos vocais da Brittany Howard. Tem o tom negroide e a agressividade na medida certa!
Dr. John – Locked Down
É o grande mestre do piano de Nova Orleans, turbinado pelo Dan Auerbach (dos Black Keys). Eu até gosto dos trabalhos recentes do Dr. John, mas este aqui é imbatível.
André Mehmari, Chico Pinheiro, Sérgio Santos – Triz
Três virtuoses (Mehmari é um pianista genial, Pinheiro toca violão e guitarra como poucos e o Santos é um dos melhores cantores do Brasil) em interpretações fora-de-série. E nenhum rouba o espaço do outro...
Clipe do Ano
"Labrador", da Aimee Mann, que recria "Voices Carry", do Till Tuesday
Quase ficaram entre os 10
São tantos. Escolho dois: Stars are Indifferent to Astronomy, lição de power pop do Nada Surf, e Charmer, da Aimee Mann, que não sabe o que é disco ruim.
Nacionais? Estação Sé, do Cae Rolfsen e o disco do Caio Bosco, além do Próxima Estação, do Volver, que pode ser baixado aqui.
Melhor Estreia
Pode repetir? Alabama Shakes em Boys & Girls
Retorno do Ano
Patti Smith em Banga, e Kiss em Monster
Melhor Álbum Ao Vivo
Everybody’s Talkin’, da Tedeschi Trucks Band, e Celebration Day, do Led Zeppelin
10 Melhores Músicas
"Arabesca", de André Mehmari, Chico Pinheiro e Sérgio Santos
"Early Roman Kings", do Bob Dylan
"Labrador", da Aimee Mann
"When I Was Young", do Nada Surf
"Back to the Stone Age", do Kiss
"Sixteen Saltines", do Jack White
"Constantine’s Dream", da Patti Smith
"Hold On", de Alabama Shakes
"Religion", do Frank Ocean
"Getaway", do Dr. John
DVD do Ano
Celebration Day, do Led Zeppelin
Melhor Documentário
Marley, do Kevin MacDonald
Melhor Livro
Make Up to Break Up, do Peter Criss
Merda pra tudo quanto é lado: Ace Frehley é bissexual, Paul Stanley é gay, Gene Simmons passou herpes pra mulher....
Melhores Shows
Maria Scheneider e um combinado de músicos brasileiros no Sesc Pinheiros
Kiss no Arena Anhembi
Chick Corea, Stanley Clarke e Lenny White no BMW Jazz Festival
Robert Plant
Mico do Ano
O festival from hell do Maranhão...
Filme do Ano
Argo
5 Melhore Sites / Blogs
"O festival from hell do Maranhão"?!?!?!
ResponderExcluirVc pode respeitar o cara Cadão, mas eu acho um idiota e o comentário acima mostra um pouco isso...
O festival, como eu mesmo coloquei na minha lista publicada poucas semansa atrás foi o mico do ano mesmo (alias, quase uma unanimidade por aqui), mas "from hell"??? Isso mostra a visão que estereotipada que ele sempre mostrou em suas matérais na Veja...
Não vi nada de errado no comentário, Feenando. Acho que você está precisando é de férias, isso sim ... hehe ...
ResponderExcluirE o termo "from hell" não tem nada de depreciativo, já que muita gente o usa para exemplificar o que é heavy metal, o "rock from hell". Nunca ouviu isso não?
ResponderExcluirO termo from hell não tem nada de depreciativo. Pelo contrário, as pessoas que foram ao local passaram por experiências similares a uma ida ao inferno. Eu usei o termo nas minhas postagens do Twitter e do Facebook, onde reproduzi, com o devido crédito, as matérias do Collector's Room e do Van do Halen.
ResponderExcluirpô, foi FROM HELL mesmo!
ResponderExcluircomo maranhense e também por ter ido ao MOA, ali era um misto de inferno com algum filme de zumbi!
p.s: mas não canso de dizer que o primeiro dia(e único que fui) valeu a pena devido ao estado em que se encontrava o festival.
Deixa isso chegar lá no Whiplash, vão passar o Serjones no moedor de carne... kkkkk
ResponderExcluirSim, esse comentário tá muito Whiplash pra minha cabeça, aqui sempre todo mundo é mais relax e cabeça aberta.
ResponderExcluirAí não vale, o Whiplash me acusa de ter feito matérias que nunca saíram. Até hoje tem um chato que me xingou por tirar sarro do ex-guitarrista do Pantera e do heavy metal num obituário. Detalhe: esse obituário NUNCA saiu...
ResponderExcluirEle só pode ter te confundido com o Jabor, Sergio. E os comentários do Whiplash são o retrato fiel da total ignorância e ausência de argumentos do público médio consumidor de metal do Brasil. Não dá pra passar nem perto de lá, infelizmente.
ResponderExcluirCom todo respeito, mas o tal de Fernando Bueno não difere muito da turma do Whiplash...
ResponderExcluirCaro Ricardo, eu gostaria de dar uma sugestão para listas com capas de álbuns. Em vez de colocar a capa em tamanho grade demais, você pode colocar apenas uma miniatura, com o texto até do lado. A postagem vai ficar mais enxuta, melhorando a navegação, e o usuário pode ver a capa em tamanho maior apenas clicando nela.
ResponderExcluirOu seja, WHIPLASH FROM HELL! hahahahahah....
ResponderExcluirLegal seria se aparecesse uma lista tipo essas no Whiplash.. neguinho ia xingar até a mãe
ResponderExcluirE a lista tá legal, tirando uns 3 que não conheço
Revista veja estereotipada? Logo ela que apenas critica ideologias fundamentalistas sem jamais ser ideológica;afinal é a "maior" revista do Brasil;que se dane, o que importa é a vendagem.Pô gente,site de alto nivel como esse não comporta tamanha insolência e animosidade,que tal retomar com a música?
ResponderExcluirQuem nunca falou para um amigo metal: "E ai from hell, beleza?"
ResponderExcluirNão vi nada demais no comentário. Além de ouvir e procurar mais das músicas aqui divulgadas, se preocupar menos com migalhas.
Vamos lá...
ResponderExcluirPrimeiro...achei estranho o Cadão me comparar à um leitor médio da Whiplash. Esse perfil eu passo longe.
Segundo...claro que já ouvi esse termo, mas descrever banda mais extremas e nunca como um adjetivo de um simples festival de metal (que foi sim uma experiencia ruim e o modo que o adjetivo vou colocado, com tom de brincadeira, não condiz com a seriedade que deveria ser tratada as coisas que aconteceram lá).
Esses comentários contra mim fizeram-me sentir como o Regis Tadeu...rs
Eu não gosto das matérias do Sérgio porque sou assinante da veja há quase 10 anos e no início, quando via matéria sobre bandas de rock em geral, começava a ler o texto com expectativa e sempre terminei com frustração. Depois de um tempo passei a não esperar nada muito profundo ou nada de novidade nos texto. Vi bastante comentários baseados em esteriótipos e que não acrescentavam nada.
Não tem nada a ver com o cometánrio aqui, mas não se se terei outra oportunidade, é que esse disco do Jack White ficaria no todo se fizessem um levantamento de todas as listas que sairam aqui no site. ë interessante isso.
Enfim...estou precisando de férias mesmo. Acho que vou colocar meu cinto de balas, minha munhequeira com spikes, meu coturno e minha jaqueta cheias de patches de bandas "from hell" e ir à algum lugar bater cabeça e dar uma relaxada...
Até mais
Vai com Deus! Ou com o diabo...
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