Fates Warning: crítica de Darkness in a Different Light (2013)

Para provar que quem foi rei nunca perde a majestade, um novo capítulo é aberto na história do Fates Warning. Darkness in a Different Light é o seu 11º álbum de estúdio e conta com a que talvez seja a melhor line up até agora, trazendo a estreia do monstruoso Bobby Jarzombek na bateria, no lugar de Mark Zonder.  

Não é de hoje que o grupo, um dos precursores do metal progressivo, aposta em músicas mais acessíveis ao grande público, que nem sempre consegue (ou tem saco) para digerir quebradas que fogem da obviedade e passagens instrumentais que parecem não ter fim. A sonoridade, em linhas gerais, é pesada, e o modo de execução, impecável. 

A voz de Ray Alder continua belíssima, mas já sente a idade pesar. De maneira digna, o vocalista não vai além do limite imposto pelo passar dos anos e se adequa com talento e emoção. A banda, por sua vez, sob a batuta do exímio guitarrista e produtor Jim Matheos, encontrou a fórmula ideal de encaixar instrumental e voz de modo a não parecer que seu vocalista não mais detém a potência de outrora. 

"Firefly" e "I Am", coincidente as primeiras a serem liberadas para audição pelo público, são de longe os momentos mais "comerciais" — se é que a cartilha do metal progressivo permite o uso desse termo. A estrutura é semelhante em ambas, com foco total nos refrões e sucesso em fazer a cabeça balançar pra frente e pra trás. Uma pegada mais sombria a la A Pleasant Shade of Gray dá as caras em "Lighthouse" e Alder rouba a cena com uma interpretação visceral. 

"Into the Black" coloca a bateria em primeiríssimo plano e enfatiza o casamento perfeito entre Jarzombek e Joey Vera, que, vamos combinar, está no Olimpo dos baixistas do metal. "O Chloroform" promete ser a favorita da molecada que aprecia uma complexidade musical, enquanto o violão, instrumento tão querido por Matheos e seu companheiro Frank Aresti, tem esplendorosa participação em "Falling", um prelúdio acústico para a pedrada "I Am", e  "And Yet It Moves", a mais longa do álbum — 14 minutos que por si só já valeriam todo o investimento (ou download) e que asseguram Darkness in a Different Light entre os destaques de 2013.

Nota 9,0 

1. One Thousand Fires 
2. Firefly
3. Desire 
4. Falling 
5. I Am 
6. Lighthouse 
7. Into The Black 
8. Kneel And Obey 
9. O Chloroform 
10. And Yet It Moves

Por Marcelo Vieira

Comentários

  1. Ouvi ótimos comentários sobre a banda. Recomendam algum outro álbum específico?

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  2. Legal .. vou ver depois.
    Por hora, me divertindo muito com o novo Trivium.

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  3. Ótimo álbum!
    Dizer que é um retorno às raízes progressivas da banda de "Paralells" e "A Pleasant Shade of Gray" é ótimo, mas seria desconsiderar a maturidade advinda das ambiências e experimentações minimalistas feitas por Matheos nos ultimos 15 anos (em álbuns como Disconnected e FWX). Souberam trabalhar a espera de 9 anos dos fãs, criando uma resposta à altura de sua expectativa! Musicalidade explosiva porém contida, progressivo musical e não indulgente, um time de primeira jogando a favor de um grande disco... absolutamente fenomenal.
    Guido Lopes

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  4. Perfeição é a palavra chave aqui! É valeu a pena pra mim particularmente que esperei 9 anos para ouvir esse lançamento, pois essa banda é a junção perfeita de musicalidade, bom gosto, refinamento e inteligência, coisa que falta em certas bandas que hoje em dia querem gravar um cd por ano e não empolgam nem a eles mesmos. Espero que não demore mais 9 anos novamente, esse time de músicos ainda tem muitos legados a deixar com o nome Fates Warning. Nota 10 pra eles, perfeito!!!

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