Soulfly: crítica de Savages (2013)

Ao analisarmos um disco, devemos levar em conta, entre diversos fatores, dois em especial: qual foi o mais elevado patamar que o artista objeto da análise já chegou, e também quais são as referências de qualidade dentro do gênero que ele executa.

Levando em conta esses dois pontos, Savages, estreia pela Nuclear Blast e nono e novo álbum do Soulfly, sai perdendo. O disco é muito inferior ao fenomenal último trabalho do quarteto liderado por Max Cavalera, Enslaved (2012). Se o álbum de 2012 surpreendeu por apresentar uma banda inspiradíssima e contar com uma performance arrebatadora do baterista David Kinkade - aqui substituído por Zyon, filho de Max -, Savages não chega nem perto disso.

Trata-se um trabalho, na melhor das hipóteses, apenas mediano, com algumas poucas faixas que se destacam. Entre elas, “Master of Savagery” e “K.C.S.”. As demais parecem, sem exageros, apenas sobras de estúdio ou lampejos de momentos que o próprio Max já fez com muito mais brilhantismo - um exemplo é “Cannibal Holocaust”, irmã gêmea de “Intervention”, do álbum anterior.

Para piorar, há composições que se arrastam além do seu tempo, tornando-se cansativas em excesso. Isso acontece com “Ayatollah of Rock ‘n’ Rolla” e “El Comegente”, esta última com a participação do baixista Tony Campos nos vocais. Aliás, as várias participações especiais presentes no álbum não agregam praticamente nada ao resultado final.

Olhando para o passado, é possível perceber que, após lançar um disco que é aclamado como o melhor de sua carreira, a maioria das bandas naturalmente apresenta uma queda de produção em relação a esse seu ápice. No caso do Soulfly, a ressaca foi gigantesca, já que Savages soa muito inferior não só a Enslaved, mas também aos outros álbuns mais recentes do grupo.

Se há uma palavra que define Savages, ela é decepção. E das grandes.

Nota 5

Faixas:
1 Bloodshed
2 Cannibal Holocaust
3 Fallen
4 Ayatollah of Rock ‘n’ Rolla
5 Master of Savagery
6 Spiral
7 This is Violence
8 K.C.S.
9 El Comegente
10 Soulfliktion

Por Ricardo Seelig

Comentários

  1. "“K.C.S.”, esta última com os vocais em espanhol do baixista Tony Campos"

    Essa faixa, na verdade, tem participação vocal do Mitch Harris, do Napalm Death.

    No mais, concordo com o texto. E abaixaria a nota.

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  2. Desde o primeiro single, não botei muita fé, mas fiquei na expectativa.
    O que salva no disco é o Sr. Marc Rizzo, mas mesmo assim o album soa cansativo, e ainda sem o David Kinkade, só perdeu ainda mais o ritmo.
    Fora as letras, que não estão nada inspiradas!
    E o pior é ver certos sites, dizendo que esse trabalho é melhor que os atuais do Sepultura. Dois erros: Insistir nessa comparação e afirmar que é melhor, por exemplo, que Kairos.
    Eu daria uns 4 pra esse album. O pior desde Prophecy!
    Só quero ver agora o CC virando uma dupla e fazendo um grindcore...

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  3. Se comparado aos últimos álbuns do Soulfly, está bem abaixo mesmo. Agora, já que tocaram no assunto, comparado aos últimos do Sepultura, acho bem mais interessante. Não vejo nada de bom no Kairos (pra ter ideia, a música que mais gostei, era um cover!), e olha que tentei viu, ouvi dezenas de vezes, de tanto que falaram que era bom. Pra mim o melhor disco da fase Derrick é o Dante.

    Ponto que achei ruim no álbum é o Zyon. Acho que não tá pronto pra assumir essa batera não.

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  4. Decepção.

    Não tem como descrever melhor esse álbum.

    Desnecessário salientar que a banda perdeu, e muito, com a saída do antigo batera, o cara é um monstro!!

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  5. Também achei o álbum bem fraco. Em vez de chamá-lo de decepção eu chamaria de precipitação. Afinal, o anterior ainda está até fresco. Não sei de onde o Max tirou que fazia sentido lançar um novo álbum.

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  6. Já não era um fã do Soulfly. O início da banda ainda me dá calafrios. Porém Enlasved tinha conseguido me cativar e até me fez ouvir o anterior a ele. Um disco fraco como esse só vai fazer me afastar de novo de Max Cavalera. Volta logo para o Sepultura!!!!!!

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  7. Não é um comentario sobre esse disco, que ainda nao ouvi. Mas começar a resenha dizendo que se deve analisar "qual foi o mais elevado patamar que o artista objeto da análise já chegou" eu discordo TOTALMENTE; pelo contrário, deve-se analisar em qual momento o disco que está sendo lançado se insere, quais as novas propostas...

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  8. na minha opiniao o disco ta mto bom cara

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