Resumidamente, é um filme empolgante, repleto de ação, com efeitos especiais de ponta, batalhas grandiosas e uma gloriosa faceta épica – mas que, em momento nenhum, perde de vista o foco nos personagens. Thor 2 tem aventura, tem adrenalina, mas também tem doses muitíssimo bem-dosadas de humor, na medida certa.
Os fãs reclamaram que o primeiro filme passava tempo demais na Terra e mostrava pouco de Asgard. Pois vocês pediram, e eles atenderam: aqui, a maior parte da trama gira não apenas na Cidade Dourada (retratada de maneira mais detalhada, com prédios, armaduras e armas que parecem misturar magia e ciência de tal forma que temos um mix absolutamente funcional de Star Wars e O Senhor dos Anéis, com um tantinho de Harry Potter), mas também nos chamados Nove Reinos. De volta a Asgard depois da Batalha de Nova York, o guerreiro que empunha Mjolnir vem se empenhando em trazer a paz a todos os reinos, domando revoluções e derrotando seguidamente as mais diversas hordas de inimigos. O que Thor (Chris Hemsworth) não imagina é que se aproxima um momento cósmico único, que se repetiu apenas muitas eras antes: o alinhamento de todos os reinos. E com ele, retorna o perigo sob a forma de Malekith (Chris Eccleston), o líder dos elfos negros, uma raça que criou uma arma definitiva (chamada de Éter) cujo objetivo era cobrir a existência com a escuridão eterna. E para usar o Éter, só neste momento específico de conjunção. Ou seja: vamos destruir o universo, e agora. Outrora derrotado por Bor, pai de Odin (Anthony Hopkins) e avô de Thor, Malekith quer vingança e promete passar por cima de qualquer reino que estiver no caminho, incluindo a nossa simpática Midgard (ou Terra, para você que não é residente de Asgard). Vai caber a Thor, prestes a assumir o trono de seu pai, descobrir como deter uma força destrutiva e tão grande que pode colocar Asgard de joelhos.
Os fãs queriam mais destaque para o Loki de Tom Hiddleston, um achado tão certeiro da Marvel quanto foi a escolha de Robert Downey Jr. para viver Tony "Homem de Ferro" Stark. Pois vocês pediram, e eles atenderam: Loki simplesmente rouba a cena. As melhores passagens do filme envolvem o ardiloso Deus da Trapaça, tanto nos momentos em que a plateia vai às gargalhadas quanto nas situações de maior tensão. Sua relação com a rainha Frigga (Rene Russo) ganha mais profundidade e emoção, assim como seu laço com o irmão Thor. Preso no calabouço de Asgard desde a Batalha de Nova York, Loki acaba libertado por Thor, sem o consentimento de Odin, numa quase traição ao trono real. Mas a ameaça cresce demais, colocando em risco inclusive – e principalmente - a vida da humana Jane Foster (Natalie Portman), grande paixão da vida de Thor. Loki sabe como sair de Asgard e navegar pelos outros reinos, incluindo o tal Reino Sombrio do título, a terra dos elfos negros devastada por Bor há centenas de anos, de maneira oculta e sorrateira. Então, ele vai ser de grande ajuda. Além disso, ele tem motivos de sobra para odiar Malekith, tanto quanto Thor, por conta de uma questão, digamos, familiar. Assim como nas HQs, a tensão paira no ar entre Thor e Loki, mas aqui ele não é exatamente o vilão, mas também está longe de ser o herói. Assista, de olhos atentos, até a última cena do filme e entenda o que quero dizer. Loki pode não ganhar um filme só dele. Mas mereceria, pelo menos, um curta-metragem solo.
Os fãs acharam que, tanto em seu filme-solo quanto no filme dos Vingadores, Thor estava um tanto deslocado e afastado demais do restante da ambientação Marvel. Pois vocês pediram, e eles atenderam: não faltam referências ao que aconteceu na luta ao lado do Homem de Ferro, Capitão América e Hulk, além de outras conexões mais sutis com o universo da Casa das Ideias, trazendo o personagem mais para perto dos outros filmes, dos outros heróis e mesmo dos espectadores. A decisão tomada por ele ao final da película, diante de seu pai todo-poderoso, faz um sentido absurdo para o seu futuro nos cinemas, mas também para quem conhece a sua trajetória nos gibis. Aquela seria a ÚNICA decisão que Thor poderia tomar.
Li, nos textos de alguns colegas jornalistas sobre o filme, duas reclamações que, na minha modesta opinião, não fazem qualquer sentido. A primeira: em sua busca para saber notícias sobre Thor, Jane Foster encontra, por acidente, uma passagem entre-dimensões causada pelo alinhamento dos Nove Reinos e que a coloca diretamente na trama de Malekith e do Éter, trazendo o elenco terrestre (formado por uma Kat Dennings bem menos irritante e mais engraçada do que no primeiro filme e um Stellan Skarsgard que se tornou um autêntico cientista louco depois de ser dominado por Loki em Os Vingadores) de vez para a história. "Ah, é muita mentira, nunca aconteceria uma coincidência assim". Sério? Estamos falando de um filme blockbuster inspirado em uma história em quadrinhos sobre um deus nórdico que vira super-herói. Mas é óbvio que uma coincidência assim é absolutamente viável e aceitável.
Outra questão diz respeito ao objetivo de Malekith, que quer destruir a galáxia. "Mas se ele destruir toda a existência, onde ele vai viver?". Dã. Esta é moleza. Malekith é uma criatura do tipo niilista, que quer a destruição pela destruição. Ele acredita que o seu próprio destino é a destruição. E que ela só vai ficar completa se as trevas se espalharem para todo o cosmos. Simples assim. O que não faltam são exemplos de vilões assim – incluindo o próprio Thanos, diabos, que quer sacrificar toda a existência para provar o seu amor pela Morte. Estamos conversados?
Ah, sim, as cenas pós-créditos. Sim, porque são duas. Uma delas, mais simples mas com total relação com a história do filme (e o futuro do herói, by the way), surge depois que todos os créditos rolam pela tela. Mas tem uma outra, que aparece mais cedo, depois que acabam os créditos animados, aqueles que só mostram os nomes dos principais atores, produtores e diretor. Esta é aquela que mostra Benicio Del Toro já no papel de Colecionador, o personagem cósmico que estará em Guardiões da Galáxia (aquele que promete ser o filme mais maluco da Marvel). Esta cena, no entanto, é menos inocente do que se imaginava à princípio. Porque revela uma coisa que deixou os nerds em polvorosa. E vou falar sobre isso agora. Então…
ZONA DE SPOILERS! NÃO DIGA QUE EU NÃO AVISEI!
ZONA DE SPOILERS! NÃO DIGA QUE EU NÃO AVISEI!
ZONA DE SPOILERS! NÃO DIGA QUE EU NÃO AVISEI!
Os aliados de Thor e guerreiros Sif (Jaimie Alexander) e Volstagg (Ray Stevenson) levam para o Colecionador, devidamente encaixado e mantido sob controle, o Éter de Malekith. Odin quer que ele tome conta da bagaça. O Colecionador, que tem sua leva de artefatos espaciais e sabe do que se esconde no cofre de Asgard, questiona porque diabos aquilo não foi mantido sob as barbas do pai do Deus do Trovão. E o que eles dizem a seguir é intrigante: "O Tesseract [aka cubo cósmico descoberto em Capitão América e que se tornou ponto central de Os Vingadores] já está no nosso cofre. E seria perigoso manter duas Gemas do Infinito juntas".
Oi? Gemas do Infinito? MAS HEIN?!
Quando Sif e Volstagg saem, eis que o Colecionador diz: "Agora só faltam cinco".
Quando você fala nas Gemas do Infinito, sabe bem de quem a gente lembra: Thanos. Aquele sujeito roxo e com o queixo cheio de gominhos que deu as caras na cena pós-créditos dos Vingadores. Será que esta é uma dica do que a Marvel está preparando não apenas para o filme dos Guardiões, mas também para o futuro? Talvez para a sua Fase 3? Seria o Tesseract (que é azul) a gema da mente enquanto o Éter (que é vermelho) a gema do poder? E isso teria relação com a Manopla do Infinito, que vimos no cofre de Odin no primeiro filme do Thor?
Nerds de todo o mundo…TREMEI! :)
Por Thiago Cardim
Gostei bastante do filme, e principalmente da atuação do Tom Hiddleston. Esse cara vai ganhar um Oscar de melhor ator no futuro!!! Tenho certeza disso!!!
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