Por que Load, do Metallica, e Risk, do Megadeth, fazem até hoje os fãs mais radicais torcerem o nariz?
Mesclando elementos do grunge, hard rock, blues e até mesmo do country norte-americano, Load não deixa a desejar a nenhum lançamento anterior na discografia do Metallica. Sem querer bancar o advogado do diabo, mas o disco é realmente bom e tem seus méritos! Assim como Risk, levemente inferior, mas igualmente instigante quanto à sonoridade buscada por Mustaine, incluindo ao thrash agressivo da banda samplers, uma forte influência de industrial, elementos pop, country e também influenciado pelo rock alternativo lançado nos anos 1990. Quanto ao primeiro, é difícil considerar mediano ou ruim um álbum que contém composições do quilate de “Until It Sleeps”, “Hero of the Day”, “Bleeding Me” ou “Mama Said”. Já no segundo, o destaque fica por conta de “Prince of Darkness”, “Crush’em” - que fez parte da trilha sonora do filme Universal Soldier: The Return, lançado no Brasil como Soldado Universal 2 -, “I’ll Be There”, a divertida e inesperada “Seven” e a sequência final “Time: The Beginning” e “Time: The End”.
Já foi dito que, se não fossem lançados sob as patentes de Metallica e Megadeth, Load e Risk seriam sucessos absolutos de crítica. Quem sabe, provavelmente sim. Mas não teriam a graça do desafio da fuga do status quo, que é o que deveria mover toda banda em termos criativos. Como o que ouvimos cada vez mais por aí, bandas cada vez mais soando como paródias de si mesmas e incluindo poucas novidades ou inovações em suas carreiras.
Em retrospecto, é perceptível que a mudança de sonoridade nesses dois casos nem foi tão radical assim. Falando do Metallica, ouça com atenção o Black Album (1991). Ou mesmo “One”, de ...And Justice for All (1988). Desde então, é clara a busca da banda de Los Angeles por novas sonoridades, buscando a auto afirmação após a morte de Cliff Burton, em 1986. Possivelmente, se Cliff estivesse vivo, a música da banda não seguiria por esses caminhos. Já no Megadeth, a busca de Mustaine por novos elementos para a sua música teve origem em Countdown to Extinction (1992), passando por Youthanasia (1994) e se acentuando-se ainda mais em Cryptic Writings (1997). Ou seja, não foi da noite para o dia que as bandas resolveram fazer um som “diferente”. Eles optaram pela mudança, mas será que os fãs estavam preparados para isso? A julgar pela recepção dos mais radicais, até hoje ainda não. Na verdade, eles ainda esperam que todo disco por eles lançado seja uma cópia de Master of Puppets (1986) ou de Rust in Peace (1990). Prova disso, o Metallica vêm realizando apresentações com o setlist escolhido pelos fãs via internet, intitulado Metallica by Request. Olhe o setlist de uma forma geral, com as escolhas dos internautas. Seguido de outras escolhas óbvias, está lá, no topo de todas as pesquisas o desejo dos headbangers em gritar a plenos pulmões: “Master, master!”. Um setlist totalmente manjado e previsível, não muito diferente das apresentações que o grupo vêm realizando ultimamente. Fosse pelo desejo dos fãs, suas bandas favoritas lançariam sempre o mesmo disco com a mesma sonoridade. Ainda bem que nem todo mundo pensa assim, não é?
Quatro letras e um desafio. Sem a carga de risco (qualquer alusão aos títulos e a proposta dos álbuns em questão não será mera coincidência) que envolve o instinto criativo de seus compositores, as carreiras de muitas bandas seriam destinadas ao ostracismo e ao tédio. Exemplos disso não faltam por aí. Portanto, ouça novamente e com atenção esses discos, deixe o “mais do mesmo” de lado e dê a devida atenção a esses dois belos álbuns. A aventura vale a pena, tanto para quem os grava, como pra quem os ouve. Assim, Metallica e Megadeth foram além do óbvio, como é a proposta deste site que você lê todos os dias.
Por Tiago Neves
Load é um dos meus discos preferidos do Metallica, e gosto bastante também do Reload. "Ain't My Bitch" é mais agressiva e pesada que o Black Album inteiro. Sou da opinião que o problema não foi a música em si - apesar de achar "Hero of the Day" bem fraquinha -, mas o visual totalmente novo da banda o responsável por causar todo o alvoroço que causou.
ResponderExcluirEm relação ao Megadeth, nunca ouvi muito o Risk, mas adoro o Cryptic Writings, que acho um discão.
Muuto boa matéria, Tiago.
Concordo que o Risk seja o ponto mais baixo da carreira do Megadeth, mas discordo em relação ao Load ser o mais baixo da carreira do Metallica. É um bom disco. Pra mim, começaram a descer a ladeira no Reload e chegaram ao fundo do poço com "vc sabe quem" hahaha. Na minha opinião, St. Anger é o ponto baixo da carreira do Metallica.
ResponderExcluirMas entre Load e Risk, embora minha preferência seja pelo Megadeth em relação ao Metallica, nesse caso acho o Load melhor.
St. Anger é o pior disco do Metallica, não há duvidas. Até porque foi criado no momento mais frágil da banda, onde estava prestes a encerrar as atividades Mas, analisando em conjunto todos os aspectos citados no texto, principalmente o visual, Load obteve maior rejeição por parte dos fãs. Injustamente, aliás, se analisarmos somente a música, como é objetivo desse texto. Como o Ricardo disse, a reformulação visual pesou mais do que a musical na avaliação geral desse disco.
ResponderExcluirObrigado pelo comentário, Hellion, e pelo elogio, Ricardo!
St. Anger é muito abaixo da capacidade da banda, mas tem músicas interessantes, como a faixa-título e "Some Kind of Monster". A produção porca deixou o disco ainda pior.
ResponderExcluirOutro ponto baixo da discografia da banda, na minha opinião, é o S&M. Eita disquinho meia boca ...
Caramba Ricardo, eu ia dizer agora que a versão de "Until it Sleeps" do S&M ficou melhor ainda do que a original. Mas como você não curte nenhum dos dois, deixa quieto... haha
ResponderExcluirMas realmente, é enjoativo demais ouvir as músicas mais pesadas do Metallica sendo estragadas pelos arranjos plastificados de Michael Kamen nesse disco.
Compartilho da mesmíssima opinião sua, Tiago. Gosto bastante do "Load" e do "Risk" e os considero como álbuns até injustiçados: HÁ músicas de qualidade neles, apesar de haver, sim, momentos bem "meio-termo" neles também. No geral, acho que o saldo positivo de conteúdo nestes discos supera os negativos. Eles são apenas diferentes daquele som mais tradicional que se espera(va) das bandas em questão, mas ruins, necessariamente, não acho que chegam a ser, não.
ResponderExcluirO próprio "Risk", inclusive, é um álbum que me soa musicalmente mais interessante e agradável de se ouvir do que o recente "Super Collider" - esse sim o único disco do Megadeth que realmente não consegui gostar e não foi por falta de tentativas de "degustá-lo" (talvez daqui há alguns anos eu possa mudar de opinião quanto a ele, mas, por enquanto, continuo passando longe).
Concordo também com a ideia de que se tivessem sido lançados sobre outras alcunhas que não fossem Metallica e Megadeth, teriam até cativado bastante o público.
Algumas músicas se salvam, como as inéditas, "The Call of Ktulu" e a própria "Until It Sleeps". O problema do disco são os arranjos equivocados da orquestra, ao meu ver.
ResponderExcluirConcordo o Reload e mais fraco que o Load, mais o S&M nao dá pra aguentar realmete é um discos insuportavelmente chato.
ResponderExcluirO DVD do S&M foi o primeiro material original do Metallica que eu comprei. Acho um show do caralho e no DVD vc ainda tem a opção de ouvir só a banda ou só a orquestra. Recomendo a todos!
ResponderExcluirLoad é um puta discão. Já Risk é um disco ruim pra caraca. Um dos poucos casos que vou preferir Metallica ao Megadeth. Pra mim, Killing is My Business... trolla fácil o Kill'em All.
Ahh sim, ambos Load e Risk possuem capas HORROROSAS!!!!
Bem lembrado, Marcelo!
ResponderExcluirA ideia de colocar na capa uma obra feita sangue e sêmem (!!) não foi lá muito inteligente por parte do Metallica. Mas, como Lars e Hammett eram apaixonados por esse tipo de arte abstrata, acabou prevalecendo a vontade deles, contrariando James Hetfield que até hoje se envergonha dessa arte.
Já a capa do Risk condiz mais com a proposta do disco, não é a melhor da discografia da banda (que falta que fez a mascote Vic Rattlehead), mas mesmo assim é interessante.
Sou fã incondicional de Metallica e Adoro o Megadeth. Para mim o Metallica possuí 6 discos perfeitos e entre estes 6, um deles é o Load (nota 10!!). Os outros 5 não preciso nem dizer quais são, certo. Gosto muito do Reload e o St. Anger sem dúvida é o ponto mais baixo da carreira e bota baixo aí.......nunca imaginei que o Metallica pudesse soar tão mal em um disco, como soou. Sei que muito adoram o Death Magnetic, mas para mim é um disco fraco e outro disco pessimamente produzido. Comprei a versão japonesa em SHM Cd para ver se ajudava, mas não tem jeito não. "The Unforgiven III" é sem dúvida uma das piores coisas que a banda poderia ter feito....que música ruim.
ResponderExcluirQuanto ao Megadeth, acho o Risk um excelente disco. Não está entre os meus favoritos da banda (Youthanasia, RIP, Countdown e Cryptic), mas está longe de ser o pior para mim. Deixo este posto ao fraquíssimo The World Needs a Hero.....a música "When" pode dar as mãos com "The Unforgiven III". A propósito....acho que sou um dos únicos que achou o Super Collider um baita disco.
No mais....excelente matéria!!
É bem simples: são álbuns chatos, longos demais, com capas sem graça e com uma ou outra música legal (a maioria é abaixo da média).
ResponderExcluirAliás, no caso do Metallica é pior porque o Reload, um disco de sobras, é melhor que o Load. Parece que a banda entende a coisa assim também, já que sempre toca alguma coisa do Reload e nada do Load.
É simples assim.
O único disco que eu repudio da discografia do Metallica é o St. Anger. Mesmo com alguns pontos altos, como St. Anger, Some Kind of Monster e The Unnamed Feeling (que se fossem mais curtas, seriam músicas bem melhores)o disco não se sustenta e causa muita, mas muita estranheza em quem o ouve. Em segundo lugar eu acho que vem o Reload, que possuí como destaque apenas as quatro primeiras músicas: Fuel, The Memory Remains, Devil's Dance e The Unforgiven II.
ResponderExcluirEm relação ao Risk, eu o ouvirei com maior atenção, pois quando ouvi a discografia do Megadeth, acabei passando superficialmente por esse álbum.
E como não poderia deixar de esquecer, parabéns ao autor da matéria. Está muito boa!
Sou fanatico pelo Megadeth....mas o Load é de longe superior ao Risk!
ResponderExcluirE eles tiveram que mudar porque a cena estava mudando.
Você escuta o final do Risk Time 1 e 2... da pra saber do que eu estou falando.
Ricardo Seelig
ResponderExcluir"The Call of Ktulu" é do segundo album deles do Ride The Lightning.
Discordo com a opnião do St. Anger!
Tentem ouvir AGORA esse disco...
"Ricardo Seelig disse...
ResponderExcluirAlgumas músicas se salvam, como as inéditas, "The Call of Ktulu""
Esse som é do segundo album Ride the Ligthning
Caio, tem uma virgula na frase. Falo das inéditas lançadas no S&M, The Call of Ktulu e Until I t Sleeps. É evidente que sei que Ktulu é uma faixa do Ride the Lightining.
ResponderExcluirO Tempo fez justiça ao Load, puta disco. Já o mesmo, ao menos pra mim, não aconteceu com o Risk.
ResponderExcluirLevei muito tempo para gostar do Load. Quando ele foi lançado, odiei demais. Com o tempo, passei a gostar muito de "2 By 4", "The House That Jack Built", "Bleeding Me". O certo seria a banda adicionar "Devils Dance" e "Fuel" a ele e esquecer do Reload. Quanto ao Risk, nunca consegui escutar inteiro, muito estranho. O Cryptic Writings também não gostei de cara mas depois passei a gostar bastante. E o Mustaine falou na biografia dele que eles queriam fazer sucesso mesmo, tentar superar o Metallica...
ResponderExcluirNão sabia que era porra e sangue na capa, Tiago.
ResponderExcluirNão sei vocês, a capa mais foda do Metallica para mim é a do black album.
Acho que ambos são álbuns muito bons. "Risk" é cheio de feeling e experimentações, o que o torna fascinante.
ResponderExcluir"Load", para mim, é muitíssimo bem executado, com algumas composições bastante inspiradas.
Acho que as pessoas deveriam dar mais valor a estes discos enquanto obras musicais, deixando de lado rótulos "superficialescos" de subvalorização da música.
Abraços!
Opa, pessoal precisa entender melhor o português... vírgula e dois pontos são diferentes. hehehe... Load e Reload são grandes discos, curto pacas. Cryptic Writings tem muitas músicas boas e pesadas: She Wolf é um petardo!
ResponderExcluirMatéria bem bacana!
Só me deixa preocupado pessoal comentar o que pode se tornar polêmico.
Abraço e vida longo à Collector's!
A propósito, tem previsão pra sair a camiseta?! Ou já saiu e eu nem vi? Hehehe....
Opa, pessoal precisa entender melhor o português... vírgula e dois pontos são diferentes. hehehe... Load e Reload são grandes discos, curto pacas. Cryptic Writings tem muitas músicas boas e pesadas: She Wolf é um petardo!
ResponderExcluirMatéria bem bacana!
Só me deixa preocupado pessoal comentar o que pode se tornar polêmico.
Abraço e vida longo à Collector's!
A propósito, tem previsão pra sair a camiseta?! Ou já saiu e eu nem vi? Hehehe....
Pq esse tema ainda rende um texto em 2014 como se estivéssemos em 1991-1996?
ResponderExcluirNão criticando o texto, mas a cultura do PRECIOSISMO e LAMENTAÇÃO pelo que o Metallica fez ou deixou de fazer.
Yo, temas como esse ainda rendem texto porque ainda despertam interesse, curiosidade e discussão sadia do tema por parte de quem os admira, ou não. Simples assim.
ExcluirObrigado pelo comentário.
Não gosto do Load. Realmente tem algumas músicas boas, mas é muito difícil você ouvir uma banda que tocava um determinado tipo de música, que você gostava muito, tocando outro completamente diferente. Parece que você fica sempre esperando algo do som antigo no meio daquela música que você está ouvindo, mas ele não vem...
ResponderExcluirEu ACHO que essas mudanças no som do Metallica são interferência do Lars, que "perdeu a técnica" com o tempo, se cansou de tocar músicas difíceis, cheias de detalhes. A agressividade e a velocidade do passado se foram de vez.
Sinceramente, gosto de verdade dos álbuns até o Black Album. Depois foram álbuns chatos (Load e Reload), barulhentos (St. Anger) e extremamente forçados (Death Magnetic).
Essa é a minha opinião. Do Risk não posso comentar, pois nunca procurei ouvir.
Pouca gente parece se dar conta de que a mudança profunda, radical e definitiva na música do Metallica aconteceu no Black Album, não no Load.
ResponderExcluirRealmente o Black Album é muito diferente dos anteriores. A mudança é radical mesmo. Mas é indiscutivelmente superior ao Load e a tudo que veio depois. Ali estão os últimos riffs e solos memoráveis do Metallica.
ResponderExcluirSim, Francisco, mas o que não está no Black Album é a sonoridade que até hoje os fãs pedem de volta, e julgam perdida em Load. Ela se foi cinco anos antes, em 1991.
ResponderExcluirÉ verdade, Ricardo. Concordo com você.
ResponderExcluir"Pouca gente parece se dar conta de que a mudança profunda, radical e definitiva na música do Metallica aconteceu no Black Album, não no Load."
ResponderExcluirSerá que o motivo disso é que o ocorrido foi há 23 anos? Quer dizer, a garotada, os trintões como eu, etc, não viram isso ocorrer.
Creio que poucos realmente percebem o quão distante do Thrash Metal músicas como Fade To Black, The Call of Ktulu, Orion, The Thing That Should Not to Be, One, etc são! O Metallica nasceu e se criou na cena Thrash da costa oeste americana, mas logo cedo ficou claro que aquilo era pequeno demais para eles.
Essa matéria da Classic Rock ajuda a entender que a coisa foi bem por aí, Alípio -> http://www.collectorsroom.com.br/2012/02/historia-do-thrash-metal-contada-pelos.html
ResponderExcluirPra mim Load e Reload se fossem um disco só (as melhores de cada) seria um PUTA disco...os 2 tem musicas muito boas, mas tb muito fracas.
ResponderExcluirRicardo Seelig, passou batido kkkk
ResponderExcluirGosto muito do album Load, aliás, de tudo que o Metallica faz.
ResponderExcluirAcho que as composições de praticamente todos os artistas e bandas autenticos vem do momento em que estão vivendo.
Basta reparar que cada album tem sua caracteristica diferenciada do anterior, do proximo.
Mais, sem duvida, são duas bandas boas de serviço!