H.E.A.T.: crítica de Tearing Down the Walls (2014)


Recentemente, o ex-vocalista do H.E.A.T., Kenny Leckremo, quebrou o silêncio lançando "Is This The Way You Want Me", balada que se inclina mais para o pop que para qualquer outra coisa. Após ouvi-la e, em seguida, apertar o play em Tearing Down the Walls, o novo álbum do quinteto sueco — o segundo guitarrista, Dave Dalone, pediu as contas em julho passado —, um dos grandes mistérios do rock contemporâneo acabava de ser solucionado.

Em seu quarto CD, segundo com Erik Grönwall no vocal, o H.E.A.T. pisa fora da própria sombra e se aventura por uma sonoridade menos melódica e, em determinados níveis, mais "pesada" (ênfase nas aspas — não espere ouvir um Dark Funeral). A redução na formação, de certa forma, contribuiu: sem a segunda guitarra, tanto Eric Rivers quanto Jona Tee se veem tanto com maiores atribuições quanto com mais espaço para mostrar para o que vieram. A guitarra restante, aliada ao teclado que vez ou outra ainda peca pela falta de gosto na escolha do timbre — "Mannequin Show" que o diga! —, estabelece uma base sólida para que um Grönwall cada vez mais confiante interprete com a energia que se espera de um jovem talento, mas também com a maturidade que é particular dos grandes.

"Point of No Return" abre o trabalho com um minuto de instrumental clean até explodir em um hard ressonante com refrão grudento. A música de trabalho, "A Shot at Redemption", tem interpretação canastrona — ainda que a letra aponte para algo mais sério. O uptempo de "Inferno" assegura o momento pista de dança do álbum, enquanto a faixa que dá nome ao próprio começa ao violão — provavelmente tocado por Grönwall, que sempre empunha o bom e velho nas apresentações ao vivo da banda — e cresce no esquema eletro-acústico que não tem como ter erro.

Em linhas gerais, a palavra-chave por trás de Tearing Down the Walls é amadurecimento. Mas não aquele que muito artista usa para justificar uma mijada fora do penico. A sonoridade é mais simples, menos pomposa, mas igualmente marcante. Se Adress the Nation te pegou pelas bolas, prepare-se para tê-las arrancadas neste aqui.

Nota: 8,5

01. Point of No Return
02. A Shot At Redemption
03. Inferno
04. The Wreckoning
05. Tearing Down the Walls
06. Mannequin Show
07. We Will Never Die
08. Emergency
09. All the Nights
10. Eye for an Eye
11. Enemy in Me
12. Laughing At Tomorrow

Por Marcelo Vieira

Comentários

  1. Grande disco...um dos melhores do ano!

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  2. Pra mim esse disco é o melhor do ano até então!

    Aula de hard rock / AOR ministrada por jovens!!

    Beberam muito na fonte de Europe, Journey e afins, mas fizeram isso com muita responsabilidade, sem soar como uma mera cópia.

    E eu curti muito o teclado na "Mannequin Show", ficou muito sombrio, depois de ver o clip achei que combinou mais ainda!

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  3. Um dos melhores álbuns que escutei esse ano!

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  4. Um dos melhores discos dos últimos 10 anos. Só fica atrás do novo do Winger por dois fios de cabelo. Discaço! Nota 10!!

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  5. sou grande fã desta banda desde o album de 2008, o kenny saiu e o erik deu outra cara a banda, a graça de ouvir a banda nos dois primeiros albuns era ver como a banda soava anos 80, com o erik a banda passou a soar mais moderna, mas é indiscutivel q a banda nunca lançou um disco ruim, faço questao de ter todos e esse ja esta encomendado,

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  6. esse disco assim como todos os outros da banda são ótimos, tenho todos os outros e esse ja esta encomendado, a banda soava diferente com o kenny, a banda soava mais anos 80, com o erick isso mudou mas a qualidade da banda é indiscutivel, curto demais essa banda

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