A princípio, e apenas aparentemente, indigesta, essa junção de elementos distintos faz surgir um som poderoso e cativante. Pródigo em riffs e melodias - além de agressividade e peso -, o debut do Killer Be Killed caminha entre o groove e o thrash metal, com algumas pitadas de hardcore e punk espalhadas aqui e ali. O resultado é uma música não apenas poderosa, mas também em total alinhamento com o principal mercado a que o trabalho se destina: os Estados Unidos.
Os vocais são divididos entre Max Cavalera, Troy Sanders e Greg Puciato, em um ataque constante e ininterrupto que se renova a cada segundo. Nesse aspecto, a bela voz de Sanders se destaca das demais, principalmente por ser a protagonista das passagens mais melódicas. Max olha muito mais para o seu passado no Sepultura do que para o Soulfly - seguindo o que tem feito nos últimos discos do segundo, como foi possível perceber no excelente Enslaved (2012). Por essa razão, o poderoso thrash groove que a banda deu ao mundo em álbuns hoje clássicos como Chaos A.D. (1993) ressurge alinhado com a realidade atual, devidamente turbinado pelas forças criativas de Sanders e Puciato.
É fácil perceber, por essa razão, o quanto o Sepultura foi influente e mudou o rumo do metal nos anos 1990, ao lado de outro grupo também inovador e bastante popular no período: o Pantera. Assim, há espalhados pelo disco alguns exemplos de como poderia soar, por exemplo, uma hipotética e utópica junção de forças entre o Mastodon e o Machine Head, duas das mais importantes bandas do metal atual. Isso se dá com o groove aditivado pelo experimentalismo, pela inquietude embalada pelo peso. E, quando nos damos conta, percebemos de novo e mais uma vez o quanto o papel de Max e do Sepultura/Soulfly foi fundamental na história da música pesada.
No auge dos seus poderes, Sanders e Puciato trazem para o projeto a inventividade e a cara do metal dos anos 2000, formando um conjunto de forças que não faz feio quando comparado aos grupos principais do quarteto.
Produzido por Josh Wilbur e contando com onze faixas, Killer Be Killed, o disco, é uma das boas surpresas de 2014. Com faixas empolgantes como “Wings of Feather and Wax”, “Face Down”, “Curb Crusher”, “I.E.D.”, “Dust Into Darkness” e “Twelve Labors”, garante uma audição muito prazerosa. Consistente e inspirador, o disco de estreia do Killer Be Killed é a convergência perfeita das influências de seus integrantes.
Dos melhores do ano, até agora.
Nota 9
Faixas:
1 Wings of Feather and Wax
2 Face Down
3 Melting of My Marrow
4 Snakes of Jehovah
5 Curb Crusher
6 Save the Robots
7 Fire to Your Flag
8 I.E.D.
9 Dust Into Darkness
10 Twelve Labors
11 Forbidden Fire
Por Ricardo Seelig
Gostei bastante do disco também! No geral, concordo com a sua crítica. Todos mandaram muito bem, nos vocais principalmente, mas o Sanders realmente se destaca. Melting of my marrow é a minha faixa preferida e, além dela e das citadas na crítica, Save the robots é outro destaque. Face down é a melhor no quesito empolgar! A agressividade do Max no refrão desta música é rara.
ResponderExcluirNota dez para este trabalho,um dos poucos discos do ano que escuto da primeira a última música,é para um fã do Sepultura como eu é dificil dizer mas é a verdade pra mim,esta melhor que o último do Sepultura,vocais e riffs,o que chegue logo Opeth pra fechar a lista de melhores do ano.
ResponderExcluirEsse para mim foi uma grande decepção. Não achei o disco criativo em nenhum momento. Concordo sobre as influências do Groove do Sepultura fase Chaos A.D e do Pantera, mas isso não foi o suficiente para me cativar. Não estaria nem em uma lista dos 30 melhores do ano para mim.
ResponderExcluirFraquíssimo, as letras são uma piada: "War destroys, music saves"???
ResponderExcluirNão há "experimentalismo" algum nesse disco, muito pelo contrário, é absurdamente retilíneo, como a maioria dos projetos do Max.
Para mim não existe uma necessidade para que todos os discos e projetos sejam uma explosão de criatividade. Às vezes vale mais um play bem feito e empolgante, como é caso do Killer be Killed, do que algo incrivelmente inventivo mas sem efeito em termos de adrenalina. Curti muito.
ResponderExcluirEu gostei bastante do álbum, peso, agressividade e melodia na medida certa. Acho que Troy Sandres divide o destaque com Greg Puciato, que usa bem seus vocais tanto nas partes mais melódicas como nas agressivas. A minha única ressalva é que poderiam ter mais sessões instrumentais, algo que eu senti falta.
ResponderExcluirGostei muito do disco, o Sanders realmente mandou muito bem nos vocais. O que me impressionou muito foi o trabalho do Max na guitarra mandou muito bem nos riffs.
ResponderExcluirEu achei bem legal este disco
ResponderExcluirPor influência da resenha - aliás, como já aconteceu várias vezes quando leio a Collectors - estou ouvindo o disco agora - ainda no começo - e estou curtindo muito. Lógico que é inevitável levar em consideração as bandas principais dos membros, mas estou procurando ouvir como se estivesse ouvindo uma banda nova e, embora não esteja sacando nada tão ousado, as músicas são cativantes e trazem elementos positivos de todas as tendências que congrega. Apesar de Sepultura/Soulfly e Mastodon pesarem muito nesse amálgama, acho muito interessante destacar o trampo do batera Dave Elitch, que também traz algumas influências do Mars Volta, uma das bandas mais criativas da década passada. Valeu a dica, Cadão!
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ResponderExcluirFicou muito bom o debut!
ResponderExcluirO Max é do caramba e os primeiros CD's do Mastodon tem essa pegada mais "forte" (Remission e Leviathan).
No som do KbK ele canta totalmente diferente do comum...ficou muito bom.
Pessoal da Collectors, teria como fazer uma crítica do novo álbum do Sabaton, ''Heroes'', tem até uma música sobre a participação brasileira na 2° Guerra, eu gostei bastante e queria ver a opinião de vocês.
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