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Buena vista, buena música, buena vida
Eles eram gigantes. Maior, apenas o talento que emanava de seus corpos, como notas musicais soltas ao vento. A música que produziam hipnotizava as pessoas. Era bela, linda, de arrepiar o coração.
Então, tudo mudou. O mundo, de repente, era outro. Da noite para o dia todos sentiram na carne o que era viver, literalmente, em uma ilha. O público minguou. Junto com o reconhecimento, com a fama, com o grana.
Estavam lá, zumbis vivos que olhavam para o passado com orgulho e saudade, mas tinham que lutar dia a dia em um presente que era muito diferente.
Veio então, subitamente, alguém para resgatá-los deste torpor. Para dar a todos o lugar merecido, o palco para o seu talento, o público para adorá-los, de novo e outra vez.
Ry Cooder chamou diversos artistas cubanos que haviam sido famosos décadas antes, levou-os ao estúdio e gravou um disco divino. Buena Vista Social Club foi lançado em 16 de setembro de 1997. Lá se vão 17 anos. E continua lindo de doer. Uma música que beira o divino, interpretada por verdadeiras divindades vivas: Compay Segundo, Ruben González, Ibrahim Ferrer, Omara Portuondo e grande elenco.
Poucas vezes a música soou tão verdadeira, tão pura, tão bela.
Ricardo, não custa informar, aos que porventura não saibam: o documentário homônimo, dirigido pelo alemão Wim Wenders, em 1999, é tão espetacular quanto o álbum que retrata.
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