A opinião da Metal Hammer sobre o novo disco do Slipknot

Aqui é onde a especulação termina e a realidade de um Slipknot sem o saudoso Paul Gray e a usina de força Joey Jordison vem à tona. A preocupação principal dos fãs é bem simples: o novo álbum será um bom disco do Slipknot? Pode, talvez, se igualar aos trabalhos anteriores? E, devido ao fato de a maioria das composições ser de autoria da dupla Corey Taylor e Jim Root, não soaria demasiadamente similar ao Stone Sour?

A verdade é que a partir do título, passando pela arte da capa e chegando até à sujeira e fúria que impulsiona seus riffs mais cruéis, .5 The Gray Chapter é, em todos os aspectos, um álbum do Slipknot, embora afetado pelos acontecimentos recentes da história da banda. As músicas têm mais em comum com Vol. 3: (The Subliminal Verses) (2004) e All Hope is Gone (2008) do que com os dois primeiros discos do grupo. 

Se você quer o Slipknot brutal e violento de outrora, há muito para os seus ouvidos neste disco. “Sarcastrophe” soa como uma enxurrada dissonante de facas afiadas, com blastbeats impiedosos e ataques selvagens de Sid Wilson. “AOV" arranca em alta velocidade e lembra Slayer: um thrash frenético com vocais ensandecidos de Corey e um coro no estilo de “Dead Memories”. “Skeptic” é o tributo mais flagrante a Paul Gray e a mais próxima de Iowa, com riffs furiosos e atonais que vão e voltam.

Mas o melhor ficou para o final. “Custer" abre com um riff sangrento, “Be Prepare for Hell” passa por trechos atmosféricos assustadores e “The Negative One” é uma das melhores faixas gravadas pelo Slipknot em anos. Os ruídos perturbadores e a percussão maluca de “Kill Pop” e “Lech”, a grotesca balada “Goodbye" e a emocionante e fúnebre “If Rain is What You Want” podem ser interpretadas, em certos aspectos, como momentos criativos questionáveis de Taylor e Root. Na verdade, o disco é dominado pelo pesadelo de samplers de Craig Jones, pela efervescência do DJ Sid Wilson e a visão distorcida de Shawn Crahan. E há, sem dúvida, menos momentos de conservadorismo melódico do que nos anteriores All Hope is Gone e Vol. 3.

Respondendo às perguntas lá do início: sim, este é um bom disco do Slipknot. Está no mesmo nível de All Hope is Gone, mas não é um dos melhores álbuns da banda. E não, não soa semelhante ao Stone Sour em nenhum momento. Uma bad trip com trechos de intensidade insana: é assim que soa o Slipknot em 2014, e isso é bom pra caramba.

(Dom Lawson, Metal Hammer)

(Tradução de Ricardo Seelig)

Comentários

  1. Esse álbum está ótimo! Custer é uma das melhores músicas do ano. slipknot is back!

    ResponderExcluir
  2. Fiz o review no meu blog, achei um dos melhores de 2014

    http://itselektric.blogspot.com.br/2014/10/slipknot-5-gray-chapter.html

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Você pode, e deve, manifestar a sua opinião nos comentários. O debate com os leitores, a troca de ideias entre quem escreve e lê, é que torna o nosso trabalho gratificante e recompensador. Porém, assim como respeitamos opiniões diferentes, é vital que você respeite os pensamentos diferentes dos seus.