AC/DC: crítica de Rock or Bust (2014)

O AC/DC tem 41 anos de carreira. Eu acabei de completar 42. Nesse tempo todo, a banda foi parte importante da minha vida. O grupo foi um dos responsáveis por me apresentar o mundo do rock. Os dois primeiros discos que comprei foram dos australianos - `74 Jailbreak e For Those About to Rock (We Salute You). Ou seja, temos história. Eles e meus ouvidos.

Um amigo definiu o AC/DC, em uma conversa regada a cerveja, como a mais perfeita definição do rock and roll. Não tem como não concordar. Os riffs certeiros, os solos inspirados, as linhas vocais simples, os refrãos contagiantes, o baixo pulsante, a batida reta. Tudo isso está presente em Rock or Bust, décimo-sexto álbum da turma dos irmãos Young. 

Produzido novamente por Brendan O’Brien - o mesmo do ótimo Black Ice, de 2008 -, Rock or Bust é aquilo que o AC/DC sempre foi: uma banda de rock, e apenas isso. São onze faixas, todas compostas por Angus e Malcolm, como de costume. Rocks básicos, embebidos de blues em certos momentos, recheados de groove em outros. 

Mesmo não apresentando a força de Black Ice, trata-se de um bom disco, que irá agradar os fãs. Os problemas enfrentados pela banda na pré-produção, decorridos da demência de Malcolm Young, certamente influenciaram nesse aspecto. Soma-se isso aos perrengues recentes de Phil Rudd com a justiça neozelandesa, e você tem um quadro complexo pra caramba onde o que menos se esperava seria um álbum com canções inéditas - mas ele está aqui.

Entre as faixas, destaque para a grudenta música-título e “Play Ball” (primeiro single). Como pontos negativos, canções pouco inspiradas e até certo ponto repetitivas como “Got Some Rock & Roll Thunder” e “Hard Times”, onde a banda mostra ter sentido o turbulento período recente. Para efeito de comparação, o tracklist não tem a mesma força apresentada no último trabalho, que era recheado de grandes canções.

Resumindo, Rock or Bust não faz feio na forte discografia do AC/DC. É inferior aos clássicos, como era de se esperar, e até mesmo mediano, porém soa mais agradável aos ouvidos do que os álbuns lançados no final da década de 1980, por exemplo.

O tempo passa. O rock segue. E a vida, também.


Nota 6

Comentários

  1. É, concordo.
    Na primeira audição, empolgado por ouvir algo novo dos caras, achei super incrível. Algumas depois já achei um bom trabalho, porém sem nenhum brilhantismo.
    O black ice é, no geral, bem superior e, ao meu ver, além disso, deixou no mínimo um novo clássico, runaway train.
    Rock or Bust não faz feio e não vai ser odiado por ngm, mas dúvido que no futuro alguém se recorde dele quando estiver conversando sobre os grandes álbuns do AC/DC.

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  2. Sinceramente eu achei uma tremenda porcaria, produção entupida de pro tools e um ar bunda mole e inofensivo...uma pena.
    Com tanto disco bom em 2014, fujam dessa bomba kkk

    Fiz um review dele no meu blog, uma pena para nós fãs dessa grande banda.

    http://itselektric.blogspot.com.br/2014/11/acdc-rock-or-bust.html

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  3. O grande problema(dentre vários) do Rock Or Bust, foi ter vindo depois do Black Ice.

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  4. AC/DC esta igual o Rogério Ceni não precisava passar por isto nesta altura da carreira. Achei um disco fraco daria nota 4. A discografia deles não precisa de capítulos medianos como este "Rock or Bust". Em honra a sua história o AC DC após quatro décadas podia nos brindar apenas com mais turnês

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  5. Quem quiser ouvir uma banda que soa mais AC DC que o próprio AC DC atual, ouçam Krokus...o último álbum, "Dirty Dynamite" é superior ao novo do AC DC...

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  6. Black Ice já foi um álbum bem fraco, mas ainda tinha uma dinâmica melhor que o novo álbum.

    Ballbreaker foi o último ótimo disco da banda!

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