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Veredito Collectors Room: Slipknot - .5: The Gray Chapter (2014)
Uma das grandes bandas da história do metal, o Slipknot saiu do silêncio com .5: The Gray Chapter, seu quinto álbum, lançado no último dia 17 de outubro. Muito bem recebido pela crítica (nota 8 na Metal Hammer, 8,5 no Blabbermouth, 4,5 de 5 na Revolver, 4 de 5 no The Guardian), o disco foi também bem aceito pelos fãs.
Retomando o Veredito Collectors Room, analisamos de forma coletiva o trabalho. Participaram da avaliação Ricardo Seelig, Rodrigo Carvalho e o nosso convidado especial Pedro Neto, diretor de arte, guitarrista e fã do grupo.
Leia as análises abaixo, e conte pra gente o que achou desse retorno do Slipknot nos comentários.
Considerando o caos absoluto no qual o Slipknot esteve encarcerado nos últimos anos, marcado para sempre pela perda de não apenas uma, mas duas de suas partes essenciais, o título de seu novo álbum, .5: The Gray Chapter, soa estranho e perfeitamente apropriado. Não apenas referenciando seu baixista, ao mesmo tempo em que a escuridão recente permanece com um peso opressivo em cada nota ou sílaba vomitada, o trabalho é a luz no fim de um corredor torturante e interminável. Talvez esse conjunto complexo de sentimentos proporcione uma obra violenta, crua, instintiva, mas que também ainda parece desorientada, perdida e vagando por seu próprio caminho em rotas já trilhadas anteriormente em Iowa e Vol. 3. Este capítulo cinza é a primeira costura de uma ferida ainda aberta e sangrando, prestes a infeccionar. Resta saber se esta será a força que irá manter o Slipknot no topo do heavy metal, ou se será a gangrena que o definhará e o derrubará de lá. Nota 8,5 (Rodrigo Carvalho)
Há muito tempo não dava atenção às novidades do Slipknot. Quando mais novo, era o que tocava sempre nos meus fones. Se me recordo bem, a última música que tinha escutado foi “Psychosocial". A volta às raízes do que sempre ouvi veio após o show deles no Rock in Rio. Que show! O arrependimento de não ter ido pegou forte… Aí fiquei sabendo da saída do baterista Joey Jordison e novamente perdi um pouco de gosto pela banda. Até ouvir o novo trabalho deles, .5: The Gray Chapter. O álbum mostra aos fãs da banda que eles ainda sabem fazer um som de qualidade e, quase em sua totalidade, não deixa a desejar. O disco começa com a atmosférica "XIX" que dá o clima do CD. Com riffs que lembram bastante Iowa, junto a traços do thrash/death metal e industrial, seguimos com "Sarcastrophe". Ali já sabia que a banda que tanto ouvi estava de volta. Fills de bateria sensacionais, com o som marcante da percussão do Chris Fehn. Devo acrescentar que o novo baterista, Jay Weinberg (ex-Against Me!), conseguiu manter elevado o grau técnico das linhas de bateria. "AOV", é pra mim, uma das melhores do álbum. Os riffs puramente thrash, com um refrão melódico bem executado e um interlúdio que retorna a atmosfera de "XIX", é um soco no peito. Esta deveria ter sido o primeiro single de trabalho ao invés de "The Devil In I”, que por sua vez é pesada, mas tem uma pegada Stone Sour que não me agrada. Inclusive, este é um dos pontos negativos do CD. Em algumas faixas como "Killpop" e "Goodbye" as bandas se misturam. O highlight do álbum pra mim fica por conta de "Custer". O riff é animal, agressivo, matador. Os vocais de Corey Taylor dão ainda mais agressividade enquanto ele grita cada frase. Isso sem contar o refrão, que é extremamente percussivo e quebrado. Dá vontade de levantar da cadeira e moshar por aí. .5: The Gray Chapter é um álbum com a sonoridade clássica do Slipknot. Vale a pena o play em alto e bom som. Nota 8 (Pedro Neto)
Ainda que cometa alguns delizes ao se aproximar demais da sonoridade do Stone Sour em canções como “Killpop" e “Goodbye”, o novo disco do Slipknot faz juz à expectativa e proporciona ao ouvinte ótimos momentos de pancadaria e violência sonora. Soando como uma espécie de união entre Iowa e The Subliminal Verses, o álbum traz canções fortes e que possuem a cada vez mais rara qualidade de cativar de imediato o ouvinte. É o caso de “AOV”, “Sarcastrophe”, “Custer" e “Be Prepared for Hell”. Mantendo a qualidade lá em cima, o Slipknot mostra um amadurecimento coerente com a sua história e sonoridade, intensificada pelos momentos traumáticos e marcantes vividos pela banda nos últimos anos: a morte do baixista Paul Gray e a exclusão do baterista Joey Jordison. Recomendo! Nota 8,5 (Ricardo Seelig)
Nosso veredito é 8,33
Belo álbum! Merecido mesmo.
ResponderExcluirPS: Volta de vez com a Collector's, Ricardo!!!