The Prodigy - The Day is My Enemy (2015)

Seis anos separam Invaders Must Die e The Day is My Enemy, respectivamente último e novo álbuns do Prodigy. Entre 2009 e 2015, muita coisa mudou. O mundo ficou diferente, você cresceu, a música deu mais uma guinada, a forma de consumir discos é outra. E os ingleses, é claro, também soam diferentes.

The Day is My Enemy é o sexto disco do Prodigy e foi lançado no último 30 de março. A produção é de Liam Howlett (o DJ e mente criativa por trás da banda) ao lado de Flux Pavilion, Neil McLellan, KillSonik e Zak H. Laycock. O som é uma colagem agressiva e caótica de diversos elementos, indo do rock ao industrial, do tecno ao metal, passando pelo pop e mais um monte de outros gêneros pelo caminho. E o resultado disso tudo é muito bom.

O fato é que você não precisa de uma guitarra para fazer uma revolução. Você não precisa de uma guitarra para fazer música pesada. Você não precisa de uma guitarra para fazer música agressiva. Você só precisa da sua criatividade e da sua frustração pelo mundo, ou qualquer outro ponto de partida, para compor canções que incitem ao bate-cabeça explícito, ao mosh imediato, ao desejo de violência. E Howlett faz isso com precisão desde sempre.

A faixa de abertura de The Day is My Enemy, que dá nome ao disco, é de um peso absurdo, confeccionado a partir de batidas eletrônicos que criam um clima sombrio, como uma trilha para um cenário pós-apocalíptico. Você se sente em uma espécie de Mad Max do futuro. E a sensação segue com as demais canções. As músicas iniciais tem um tempero mais rock, até mesmo meio punk, e trazem um ar frenético para o disco. Enquadram-se neste grupo as ótimas “Nasty”, “Rebel Radio” e “Ibiza”. Após isso, a coisa cai mais para o lado da eletrônica, mas mantendo o nível lá em cima, como pode ser percebido na pedrada “Destroy”. Há até espaço para uma aproximação com o oriente em “Medicine”, e o desfecho com o convite à autodestruição que é “Wall of Death” - qualquer semelhança com o tradicional “encontro" entre headbangers durante os shows de metal não é coincidência.

Forte e consistente, The Day is My Enemy é um excelente álbum, um retorno convincente do Prodigy após o longo hiato que a banda viveu. 

Diversão garantida!


Nota 8,5

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