Quem já leu e pesquisou sobre, além, obviamente, de já ter colocado os ouvidos naquele hard rock festivo e alto astral que tomou conta de Los Angeles durante os anos 1980, sabe que uma das bandas mais influentes e importantes do gênero não era dali - não era nem norte-americana, pra ser mais exato.
Estou falando do Hanoi Rocks, quinteto formado em 1979 na Finlândia e que é um dos artífices do hard farofa, do glam rock, ou o termo que queiram utilizar para definir a sonoridade da banda e de outros ícones do período como Mötley Crüe, Ratt, Guns N’ Roses e toda aquela turma. Pioneiros - o disco de estreia, Bangkok Shoks, Saigon Shakes, Hanoi Rocks, foi lançado em fevereiro de 1981 -, os finlandeses sempre tiveram uma pegada mais rock and roll do que de heavy metal em sua sonoridade, o que talvez seja uma das razões do sucesso da banda e da longevidade de seu legado.
Infelizmente, alguns problemas abreviaram a carreira do Hanoi Rocks, sendo o principal deles a morte do baterista Razzle em 8 de dezembro de 1984, após um acidente de carro cujo condutor era Vince Neil, vocalista do Mötley. A banda retornaria no início dos anos 2000, mas, como era de se esperar, sem a força e impacto do passado.
No entanto, um dos integrantes originais do Hanoi Rocks segue firme e forte, gravando excelentes discos nos anos recentes. Estamos falando do vocalista Michael Monroe, que vem em uma fase renovada e muito boa desde 2011, ano em que lançou o ótimo Sensory Overdrive, eleito o Melhor Álbum daquele ano pela respeitada revista inglesa Classic Rock Magazine. Monroe soltou em 2013 o também bem recebido Horns and Halos, e no início de outubro disponibilizou Blackout States, seu mais recente trabalho.
As treze faixas do disco trazem canções simples, repletas de melodias, ganchos, bons riffs e refrãos fortes e pegajosos. Ou seja, exatamente aqui que a grande maioria das pessoas espera encontrar em um bom disco de rock. Michael Monroe não complica, porém sabe usar a experiência e os anos de estrada como um combustível único e totalmente a seu favor. O resultado é um disco agradável de se ouvir, daqueles que grudam no ouvido e na vida e não saem de perto por um bom tempo.
Poderia aplicar aqui, sem medo, a manjada frase “quem um dia foi rei, jamais perde a tempestade”. O Hanoi Rocks influenciou todo mundo no início da década de 1980, e Monroe leva esse legado adiante.
Um bom disco de rock deve ter muita diversão, e Blackout States é divertido pra caramba!
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