Reviews: Thrice, Katatonia, Kvelertak, Grand Magus e DevilDriver


Uma passada rápida e direto ao ponto, com breves análises sobre alguns discos que foram lançados nas últimas semanas. Nos comentários, você está convidado a também dar a sua opinião sobre os álbuns analisados neste post, compartilhando as suas impressões com a gente.


Thrice - To Be Everywhere is to Be Nowhere

Nono álbum do Thrice, e provavelmente o trabalho mais maduro da banda norte-americana. Os cinco anos que separam To Be Everywhere is to Be Nowhere de seu antecessor, Major/Minor (2011), mostram-se refletidos com clareza nas onze faixas. Boas melodias, um certo ar contemplativo e melancólico onipresente e a sempre agradável sonoridade que caminha no limiar entre o metal, hard, prog e umas pitadinhas de leve no rock alternativo, com variações de dinâmica sempre muito interessantes. Um disco agradabilíssimo, mais uma vez, e que deve agradar em cheio quem está curtindo as novas experiências sonoras do Opeth, por exemplo.


Katatonia - The Fall of Hearts

A banda sueca retorna com o seu décimo álbum, quatro anos depois de Dead End Kings (2012). E o disco dá mais um passo em direção ao rock progressivo, com o Katatonia mergulhando de maneira definitiva no gênero. O trabalho mostra a sensibilidade tocante dos músicos em composições invariavelmente muito bonitas, que deixam o peso de lado e são construídas através de camadas e arranjos muito bem pensados. A excelente produção, assinada pela dupla Jonas Renkse e Anders Nyström (vocal e guitarra, respectivamente), evidencia ainda mais a qualidade de The Fall of Hearts. O resultado é um disco adulto e maduro, que demonstra com clareza o atual momento vivido pelo Katatonia.


Kvelertak - Nattesferd

Uma das maiores forças surgidas nos últimos anos no cenário heavy metal, a banda norueguesa Kvelertak segue fazendo bonito em seu novo disco. Nattesferd, terceiro trabalho dos caras, traz mais uma vez aquela sonoridade que une metal, black, death e punk em um mesmo caldeirão, resultando em uma pancadaria viciante. Estão aqui os riffs de guitarra cíclicos típicos do black metal norueguês, a violência e agressividade do punk, a acessibilidade do hard e a energia e peso do metal, em uma alquimia mais uma vez perfeita. Excelente!


Grand Magus - Sword Songs

Tendo como figura central o vocalista e guitarrista Janne Christoffersson, ex-Spiritual Beggars, o Grand Magus deixou de lado o stoner metal de seus discos iniciais e resolveu se transformar em uma banda de metal tradicional. Esse processo teve início em The Hunt, sexto disco da banda, lançado em 2012, foi intensificado em Triumph and Power (2014) e tem o seu novo capítulo em Sword Songs, lançado no último 13 de maio pela Nuclear Blast. A principal qualidade de JB é saber dosar com sabedoria o seu passado stoner com a sonoridade atual da banda, resultando em um metal tradicional contagiante e que, apesar de utilizar os clichês do estilo, consegue não soar gratuito e nem exagerado em nenhum momento. Pegue a sua espada, vista a sua armadura e aumente o volume! (ah, e ainda tem uma versão bem legal para a clássica “Stormbringer”, do Deep Purple, como faixa bônus).


DevilDriver - Trust No One

Uma das bandas mais emblemáticas do groove metal retorna com um CD um tanto repetitivo, que de modo geral não acrescenta muita coisa à carreira do grupo e à evolução do próprio estilo. Trust No One é o sétimo disco do DevilDriver e foi produzido por Mark Lewis (Chimaira, Trivium, Job for a Cowboy). O álbum é o sucessor de Winter Kills (2013) e o primeiro trabalho da banda sem o guitarrista Jeff Kendrick e o baterista John Boecklin, substituídos por Neal Tiemann e Austin D’Amond. O trabalho marca também a estreia de Diego Ibarra, ex-Static-X, no baixo. Ainda que soem agressivas, as dez faixas não apresentam grandes atrativos e mostram a banda em sua zona de conforto, apenas repetindo ideias já exploradas em discos anteriores. Mesmo que possa (e é bem provável que deva) agradar aos fãs, Trust No One é um disco apenas regular e que, de modo geral, não diz muito a que veio.

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