Eu não vou lembrar a primeira vez em que ouvi Pink Floyd. E a razão é simples: tenho a impressão de que a banda inglesa está ao meu lado desde sempre. Por essa mesma razão, chego à conclusão de que não saberei dizer qual será a última vez em que escutarei a banda. Ela, simplesmente e em toda a sua magnitude, está no ar que me rodeia, nas cores que iluminam os meus dias, nos sentimentos que fazem a vida sempre valer a pena.
Mas, como tudo é diferente pra todo mundo, tenho as minhas particularidades em relação ao grupo. Não gosto da fase com Syd Barrett e de pouquíssima coisa pré-1973. Me julguem, me critiquem, façam o que quiserem: simplesmente é assim. O Pink Floyd começa a fazer sentido aos meus ouvidos com The Dark Side of the Moon, segue transcendente em Wish You Were Here, aprofunda o relacionamento em Animals e fica maior que a vida em The Wall. Quatro álbuns lançados em um período de apenas 6 anos, que mudaram a carreira da banda para sempre e que são os responsáveis por ela ser o que é até hoje. Depois, alguns lampejos aqui e ali em discos medianos como The Final Cut, A Momentary Lapse of Reason e The Division Bell, devidamente compensados com álbuns ao vivo fantásticos e obrigatórios como Delicate Sound of Thunder e Pulse.
Um novo parágrafo para novas particularidades. Roger Waters é um gênio, ninguém discute isso. A sua mente foi a principal fonte criativa dos discos citados acima. Mas meu integrante preferido sempre foi David Gilmour. Aquela voz carinhosa, aveludada e calma, com uma beleza onipresente, já garantiria um arsenal de eternos elogios. Mas tem a guitarra … Ah, a guitarra … O estilo de Gilmour talvez seja o mais facilmente reconhecível da história do rock. Notas elegantes, curtas, que soam como gotas de melodia. E quando o rapaz resolve usar todos os seus poderes, entrega obras de arte arrebatadoras como “Comfortably Numb”, “Money”, “Time" e inúmeras outras.
Por tudo isso, é claro que o Matias já ouviu o Pink Floyd. E bastante. Tanto através de mim quanto através do Chico, seu outro pai. Nós temos paixões em comum, e duas delas são o nosso filho e o Pink Floyd. Afinal, “Another Brick in the Wall” faz parte do inconsciente coletivo, todo mundo sabe disso.
Continuo não lembrando a primeira vez em que ouvi Pink Floyd. Mas isso não importa. O que interessa é que tenho a certeza de que a banda já faz parte da trilha sonora da minha vida e certamente também terá um papel importante nas experiências musicais do Matias.
Vai filho, experimenta todas as cores do lado escuro da lua: vai ser incrível, papai garante!
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