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Uma passada rápida com pequenos textos sobre os quadrinhos que li durante o mês de setembro.
Começando com Watchmen. Li a história, que muitos apontam como a melhor HQ de todos os tempos, pela primeira vez em 1999, através da edição lançada pela Editora Abril em doze volumes de 36 páginas - que tenho até hoje na coleção. Pois bem: passados 17 anos, retornei ao universo criado por Alan Moore e Dave Gibbons quase duas décadas mais velho, período no qual vivi muita coisa. Mudei duas vezes de cidade, tive cinco empregos em quase vinte anos, perdi meu pai e tive meu filho. Ou seja, muita coisa mudou.
E ler novamente Watchmen à luz da maturidade produziu, como era de se esperar, um outro entendimento da obra. Que, por si só, já é complexa pra caramba, com diversas camadas sob a trama principal. O fato de retornar a Watchmen justamente em um período como esse em que vivemos no Brasil, conturbado e indefinido politicamente, também ajudou a potencializar a história, cujos personagens principais são heróis conservadores e de extrema direita. Visões políticas à parte - se é que esse aspecto pode ser deixado de lado ao adentrar o universo do Comediante e de Rorschach -, o fato é que foi muito bom mergulhar novamente no universo imaginado por Moore.
A edição definitiva de Watchmen lançada pela Panini, com capa dura, 464 páginas e farto material extra, faz jus ao subtítulo que carrega, com uma das histórias mais emblemáticas dos quadrinhos recebendo um tratamento editorial equivalente à sua importância. Com essa releitura, entendi a obra de maneira mais profunda do que da primeira vez - o que já era esperado -, assimilando o discurso entre linhas de Moore, sempre acompanhado pela arte incrível de Gibbons. A conclusão a que chego é uma só: Watchmen é mais do que uma história sobre super-heróis - é sobre a vida, o mundo e todos nós.
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Indo agora para Gotham e o mundo sombrio de Batman, meu personagem favorito da DC, sempre presença constante nas leituras por aqui. Começando pelos dois encadernados de Gotham D.P.G.C. - Departamento de Polícia de Gotham City, escritos pela dupla Ed Brubaker e Gred Rucka. Ambos são em capa dura, sendo que o primeiro possui 244 páginas e traz as histórias originalmente publicadas nas edições 1 a 10 da revista Gotham Central, enquanto o segundo reúne as 11 a 22 do mesmo título em 292 páginas.
Os dois são excelentes e trazem o dia a dia dos policiais de Gotham na luta pelo combato ao crime em uma cidade que, além de possuir um super-herói como o Batman, é farta em super-vilões. Mas o legal disso tudo é que o Morcego é apenas um coadjuvante, fazendo apenas pequenas aparições pontuais. O foco é total nos integrantes do DPGC, enfatizando o lado humano dos personagens e suas relações. As histórias são muito bem escritas e ganham ainda mais com a arte de Michael Lark e outros artistas, sempre usando bastante contraste e criando quadros com influência noir. Não à toa, Gotham ganhou diversos prêmios Eisner, a maior premiação do universo dos quadrinhos. Vale muito a pena, leitura excelente e que prende com histórias bem escritas e diálogos inteligentes.
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Retornei também para o universo doentio de Asilo Arkham, obra clássica escrita pelo inglês Grant Morrison e ilustrada por Dave McKean. Havia lido a história em 2003, e agora aproveitei o relançamento em uma edição especial pela Panini e fui conferir novamente. O enredo mostra a entrada do Batman no Asilo Arkham após uma rebelião dos detentos, enquanto conta a história da criação da instituição e a trágica trajetória da família Arkham. A trama é pesada e meio doentia, aspectos que ficam ainda mais salientes devido à arte peculiar de McKean, unindo colagens e ilustrações.
A edição é belíssima, com acabamento gráfico primoroso e um trabalho de letras criativo, com cada personagem tendo suas falas inseridas de maneira diferente. Com capa dura e 220 páginas, a edição definitiva de Asilo Arkham pela Panini traz também bastante material extra, valorizando esta que é uma das histórias mais emblemáticas e cultuadas do Batman e de Grant Morrison.
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Ainda no universo do Batman li mais dois volumes de Cavaleiro das Trevas III - A Raça Superior, terceira parte da clássica séria lançada originalmente em 1986. Escrita por Frank Miller e Brian Azzarello e ilustrada por John Romita Jr., a HQ vem evoluindo e entregando uma boa trama, que vem se intensificando e se afunilando nos números mais recentes.
A história tem previsão de oito volumes, sendo que os dois últimos ainda não foram publicados nos Estados Unidos. Vale a pena conferir.
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Dentro desse universo criado por Miller temos também Cavaleiro das Trevas: A Última Cruzada, desenvolvida pela mesma equipe da série principal. A história conta a última missão de Batman antes dos eventos narrados no Cavaleiro das Trevas original, lá de 1986. Aqui, vemos o que aconteceu com Batman e com o Robin (Jason Todd), envolvidos em um trama encabeçada pelo Coringa e que gera problemas duradouros para a dupla dinâmica.
A história foi lançada recentemente pela Panini em uma edição única com quatro capas diferentes, em uma bela edição. Ainda que a trama possa não agradar a todos, o acabamento gráfico e o universo em que ela está inserida deve atrair os fãs de Bruce Wayne e companhia.
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Indo agora para a Marvel, li o segundo encadernado de Fabulosos X-Men, Destroçados. O volume de 148 páginas e capa dura reúne as edições 6 a 11 de Uncanny X-Men e mostra o que a turma liderada por Ciclope anda fazendo. O primeiro volume, chamado Revolução, mostrava uma história interessante, mas que aqui se perdeu um pouco, passando a sensação de ir do nada para lugar nenhum.
A título de informação, a outra equipe dos X-Men é liderada pelo Wolverine e tem as suas histórias reunidas nos encadernados dos Novíssimos X-Men. Três já foram publicados: X-Men de Ontem, Criando Raízes e Deslocados - li os dois primeiros mas ainda não devorei o último.
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Ainda na Marvel temos a série Guerras Secretas, que irá mudar totalmente o universo de super-heróis que conhecemos. A série está sendo publicada em edições quinzenas pela Panini, e terá 9 volumes de 52 páginas. A história mostra o confronto entre o universo tradicional da Marvel e o universo Ultimate, resultando em um embate que gera um novo mundo moldado por Victor Von Doom, o Doutor Destino. O governante da Latveria adquiriu o poder de um deus ao derrotar os alienígenas conhecidos como Beyonders e criou um novo mundo com a sua visão do que seria ideal.
Toda a trama se desenvolve nesse universo, e a história foi muitíssimo elogiada lá fora. Li apenas os três primeiros volumes por enquanto, e o que encontrei foi realmente um enredo muito bem desenvolvido pelo roteirista Jonathan Hickman. Um momento especial dos quadrinhos está acontecendo agora, bem na nossa frente, e é legal poder acompanhar de perto tudo isso.
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E dentro do universo de Guerras Secretas temos as história do velho Logan, trazendo o Wolverine mais maduro e com idade mais avançada, apresentado pela primeira vez na história de mesmo nome escrita por Mike Millar em 2008. Aqui temos um Logan mais velho e experiente, que decide viajar por este mundo criado por Destino para entender o que está acontecendo.
O Velho Logan está saindo em edições quinzenais de 52 páginas, e a história, escrita por Brian Michael Bendis, é puro massaveísmo, com uma trama que é uma espécie de junção entre Mad Max e Game of Thrones. Legal pra caramba!
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Fechando, Carta 44, publicada no Brasil pela Devir. A trama conta a história do 44º presidente dos Estados Unidos, que, ao tomar posse, recebe uma carta de seu antecessor revelando um grande segredo: o país encontrou vida extraterrestre e enviou uma missão para investigar. Os astronautas estão no espaço há quase quatro anos, e acompanhamos suas descobertas e o imenso ponto de interrogação a que são submetidos em sua jornada. Um quadrinho que foge do universo dos super-heróis e que entrega uma história bastante interessante.
Com 160 páginas, capa cartão e lombada quadrada, Carta 44 traz o primeiro arco de histórias do título e deixa um enorme gancho para a sequência, que espero também ganhe uma edição nacional pela Devir.
E você, o que anda lendo? Deixe suas dicas de quadrinhos e livros nos comentários e vamos trocar indicações.
Por Ricardo Seelig
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