Review: Edenbridge - The Great Momentum (2017)


O nono álbum da banda austríaca de metal sinfônico Edenbridge, The Great Momentum, foi lançado com a excelência do selo Lanvall de qualidade. Posso estar enganado, mais o multi-instrumentista Lanvall (pianista, guitarrista, baixista, violinista e sabe-se mais lá o quê) deve ter sido aquele menino que passou a infância ouvindo e estudando música clássica, jazz e tinha um poster do Iron Maiden na parede do quarto.

Lanvall faz do seu Edenbridge um daqueles tipos de sons que dá vontade de ouvir sem cansar, onde todo o peso colocado nas canções é sempre meticulosamente equilibrado com a melodia e harmonia, sem tirar nem por. Aqui nem um som é em vão, não há nenhuma "barulheira" nem "gritaria", tudo é muito bem composto, arranjado por ele e entoado e cantado pela regularíssima vocalista Sabine Edelsbacher, uma daquelas cantoras que com seu timbre aveludado na nota alta e na baixa nos despertam a vontade de ouvi-las cantar da noite até amanhecer o dia.

E assim é o álbum The Great Momentum já na primeira canção "Shiantara", aquela música certeira, para abrir o disco sem erro. Na segunda, "The Die Is Not Cast", a coisa pesa um pouco mais, mas não menos elaborada, com Lanvall aplicando bons acordes de violão no seu decorrer.

Como nada ou quase nada é perfeito, a terceira música, "The Moment is Now", é o ponto fraco deste trabalho. Não que seja uma música ruim, mas fica aquém do todo, talvez Lanvall estivesse com sono ou cansado ao compô-la, fazendo uma água com açúcar dispensável e infelizmente foi um susto quando justamente essa música deu vida a um videoclipe ainda nesta semana. Felizmente todas as outras canções são bem melhores.

A quarta faixa é uma música lenta belíssima, na qual Sabine ganha a companhia ao microfone do cantor  Erik Martesson, da banda sueca Eclipse, com Lanvall novamente abusando de seus rebuscados arranjos ao piano guitarra e violão. Sequenciando, "The Visitor" nos traz uma canção mais rápida e com bela vocalização de Sabine e um marcante coral. A próxima, "Return To Grace" é a maior pancada do disco, aqui a dupla Lanvall e Dominik Sebastien discorrem suas habilidades como exímios guitarristas.

Seguindo com "Only a Whiff Of Life", predominantemente voz e piano, um duo que dá extremamente certo no Edenbridge, com Sabine e Lanvall, a exemplo do que fizeram no projeto de ambos "Voiciano".

O seguimento final é a parte mais sinfõnica propriamente dita deste álbum e que nos traz as duas mais longas músicas. A penúltima, "A Turnaround in Art", se inicia com um riff imponente temperado com a orquestração, desembocando na voz de Sabine, que entoa uma melodia inebriante e bonita. Aqui o peso e o lírico casam perfeitamente.

A canção "The Greatest Gift of All" é a mais longa de todas e fecha a obra magistralmente, fazendo a linha de "Arcana", clássico do grupo do álbum homônimo de 2001. Esta é uma canção completa, com todos os bons elementos inerentes ao Edenbridge, o belo canto de Edelsbacher, a orchestração impecável e as inúmeras váriações de andamento que Lanvall sabe fazer como ninguém.

Concluindo, The Great Monentum é, acima de um ótimo álbum de symphonic metal, um disco de música de alta qualidade.

Lanvall não erra, apenas comete pecadilhos (tais como a terceira faixa).


Por André Floyd, da Confraria FloydStock

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