Minha Coleção: conheça os discos e o universo sonoro de Guilherme Zimmer, de Florianópolis


De colecionador pra colecionador, faça uma breve apresentação para os nossos leitores.

ZIMMER, agitador cultural, funcionário público e fanfarrão.

Quantos discos você tem em sua coleção?

Cara, realmente não sei! Tenho muitos discos em vários formatos – CD, LP, Reel to Reel, 8-track... Já faz tempo que prefiro qualidade a quantidade – apesar de achar que tenho muitos dos dois!!!

Quando você começou a colecionar discos?

Desde sempre! Comecei a comprá-los quando eram caros e raros – e num período  pré-internet, não era só uma questão de grana: tinhas que saber onde comprar, buscar informações em lugares sórdidos! 




Você lembra qual foi o seu primeiro disco? Ainda o tem em sua coleção?

Gostaria de lembrar, mas realmente não sei! Lembro de ter discos de criança (Balão Mágico, Plunct-Plact-Zun, Iron Maiden...) e depois já ter Beatles e afins nas mãos!

Quando caiu a ficha e você percebeu que não era só um ouvinte de música, mas sim um colecionador de discos?

Acho que pela dificuldade de consegui-los na época, cada disco era uma conquista hercúlea. Sendo assim, o cuidado que dispunha pra cada um me transformou em colecionador!

Como você organiza a sua coleção? Por ordem alfabética, de gêneros ou usa algum outro critério?

Tenho as seções JAZZ, BLUES, WORLD/FREAK, SURF/GARAGE e BRAZUCA. O restante está numa categoria GERAL. Todas elas em ordem alfabética, logicamente!





Onde você guarda a sua coleção? Foi preciso construir um móvel exclusivo pra guardar tudo, ou você conseguiu resolver com estantes mesmo?

Comprei um móvel da Tok Stok que coube perfeitamente os vinis. CDS e outros formatos estão em móveis planejados, ou caixas fechadas com anti-mofo. Todos embalados em plásticos separadamente. 

Que dica de conservação você dá para quem também coleciona discos?

A umidade é sua inimiga.
O Sol é o demônio.
Seus dedos são venenosos.
Mantenha fitas magnéticas longe de imãs.
Não empreste discos.

Você já ouviu tudo que tem? Consegue ouvir os títulos que tem em sua coleção frequentemente?

Já ouvi tudo, por incrível que pareça. Agora alguns apenas uma ou duas vezes, com certeza. Além de discos, tenho gibis, filmes, livros, etc...  tá foda, bicho!




Qual o seu gênero musical favorito e a sua banda preferida?

Tudo que é bizarro me agrada – progressivo, avant-garde, experimental, noise, blues tosco, rockabilly alucinado, grupos africanos psicodélicos, free jazz.... Mas tenho a obrigação moral de botar os Beatles como os maiorais!

De qual banda você tem mais itens em sua coleção?

Eles, os Beatles, concorrendo com o Pink Floyd!

Quais são os itens mais raros, e também aqueles que você mais gosta, na sua coleção?

Tenho muita coisa em versões originais. Na verdade, compro pouca reedição – prefiro esperar e pagar mais pela versão original, de época. Os R2R originais do Sabbath, por exemplo, são bem raros. Sei lá, tenho medo de fazer propaganda e ser assaltado!!! (risos)





Você é daqueles que precisa ter várias versões do mesmo disco em seu acervo, ou se contenta em completar as discografias das bandas que mais curte?

Acho que só com os Beatles. Discografias americana, inglesa, japonesa e brasileira, além dos singles e EPs, etc. Não faz muito sentido, mas...

Além de discos (CDs, LPs), você possui alguma outra coleção?

Reel to Reel (rolos), 8-Tracks (cartuchos), gibis, filmes e bonecos bizarros!

Em uma época como essa, onde as lojas de discos estão em extinção, como você faz para comprar discos? Ainda frequente alguma loja física ou é tudo pela internet?

E-Bay e feiras especializadas! 






Que loja de discos você indica para os nossos leitores? 

Sou fã do Big Papa, em São Paulo! Ou do Paulinho, em Floripa – não é loja mas é especializado em japoneses!

Qual foi o lugar mais estranho em que você já comprou discos?

Sei lá, acho que nunca comprei em nenhum lugar diferente de lojas e afins.

O que as pessoas pensam da sua coleção de discos, já que vivemos um tempo em que o formato físico tem caído em desuso e a música migrou para o formato digital?

Pensam que sou um retardado, e provavelmente estão certaz! ☺





Você se espelha em alguma outra coleção de discos, ou outro colecionador, para seguir com a sua? Alguém o inspira nessa jornada?

Cara, impossível – a minha coleção é disparada a mais legal do mundo! (risos) Mas se eu fosse citar alguma que chega perto, acho que a coleção da Poison Ivy/Lux Interior, do Cramps! Só finesse!

Qual o valor cultural, e não apenas financeiro, que você vê em uma coleção de discos?

Nem penso no financeiro, senão não tinha coleção, né? E o valor cultural é secundário também – acho que o legado é pessoal, íntimo mesmo! É a minha coleção, e significa muito pra mim. Se vale algo ou é relevante culturalmente, digam minhas herdeiras, quando eu me for! :-D

Vai chegar uma hora em que você vai dizer "pronto, tenho tudo o que queria e não preciso comprar mais discos", ou isso é uma utopia para um colecionador?

É sério essa pergunta?





O que significa ser um colecionador de discos?

Gastar dinheiro e tempo em coisa inútil, e gostar PRACARALHO disso!!!

Qual o papel da música na sua vida?

Escuto música o dia todo. Isso não diz tudo, mas diz muita coisa, não?

Pra fechar: o que você está ouvindo e o que recomenda para os nossos leitores?

Últimos plays, dessa semana:
La Cumbia Negra – “La Cumbia Negra” – 2016
Dexter Gordon – “Doin´Allright” – 1961
Residents – “Big Bubble” – 2017
Battles – “Mirrored” – 2007
Juan Garcia Esquivel – “Exploring New Sounds in Stereo” – 1958
Nick Cave & The Bad Seeds – “Skeleton Tree” – 2016
Ed Motta – “Aystelum” – 2005
George Benson – “Body Talk” - 1973







Comentários

Postar um comentário

Você pode, e deve, manifestar a sua opinião nos comentários. O debate com os leitores, a troca de ideias entre quem escreve e lê, é que torna o nosso trabalho gratificante e recompensador. Porém, assim como respeitamos opiniões diferentes, é vital que você respeite os pensamentos diferentes dos seus.