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Ainda que uma parcela mais conservadora dos leitores de quadrinhos insista em afirmar que Os Novos 52, reboot implementado em 2011 pela DC Comics em todo o seu universo após os acontecimentos da série Flashpoint (Ponto de Ignição, aqui no Brasil), seja um completo desastre, as coisas não são bem assim. Diversos títulos tiveram arcos interessantes durante o período, como o Batman de Scott Snyder e Greg Capullo e a Mulher-Maravilha de Brian Azzarello e Cliff Chiang, com histórias bem escritas e tramas bem desenvolvidas que revitalizaram os personagens.
O Arqueiro Verde de Jeff Lemire (Cavaleiro da Lua, O Velho Logan, O Soldador Subaquático) e Andrea Sorrentino (O Velho Logan, God of War, X-Men) é mais um exemplo bem sucedido desta iniciativa. Assumindo o título após a péssima e conturbada passagem inicial de Judd Winick, Dan Jurgens, Ann Nocenti e Freedie Williams II, a dupla colocou o personagem nos trilhos. O que temos aqui é um Oliver Queen mais jovem e início de carreira, bastante diferente da figura experiente, ácida e contestadora tradicional do personagem.
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Máquina Mortífera, encadernado em capa dura, 212 páginas e papel couché lançado recentemente pela Panini, reúne os dois primeiros arcos desenvolvidos por Lemire e Sorrentino, trazendo as edições 17 a 24 da revista original. A trama é uma espécie de Mad Max do Arqueiro Verde, com o herói questionando tudo o que acreditava enquanto o seu mundo vai desmoronando aos poucos. Jeff Lemire leva o leitor por uma viagem às origens não só do personagem, mas de todo o clã Queen, explicando a fixação da família pelo arco e flecha. Como antagonista temos um vilão muito interessante chamado Komodo, mais experiente e tecnicamente superior ao Arqueiro Verde, o que gera embates pra lá de violentos. Na reta final, Lemire resgata o Conde Vertigo, vilão clássico do Arqueiro, inserindo-o na trama e tornando-a ainda mais cativante.
Ainda que o texto, os diálogos e as ideias de Jeff Lemire sejam muito bem desenvolvidas, o destaque de Máquina Mortífera é a arte de Andrea Sorrentino. Dono de um traço bastante característico, o artista italiano entrega um trabalho visualmente deslumbrante, praticamente uma aula prática de narrativa sequencial. Seus quadros são explosivos e enchem os olhos, característica que fica ainda mais evidenciada pelo inspirado trabalho de colorização do brasileiro Marcelo Maiolo (O Velho Logan, Batman, X-Men). O verde predomina, com a inserção de páginas onde outra cor, geralmente o vermelho, intensifica a força da narrativa e leva o leitor para um ponto específico. Sensacional, pra dizer o mínimo!
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A associação entre Lemire, Sorrentino e Maiolo deu tão certo que o trio foi para a Marvel na sequência, assumindo o título O Velho Logan e mantendo o altíssimo nível demonstrado aqui.
Arqueiro Verde - Máquina Mortífera é um ótimo quadrinho de um personagem que historicamente não tem grande parte do seu catálogo publicado no Brasil, infelizmente. Por isso, a alta qualidade da obra de Jeff Lemire e Andrea Sorrentino é recomendada não só para os fãs de Oliver Queen e sua turma, mas também para todo fã de boas HQs.
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