De colecionador pra colecionador, faça uma breve apresentação para os nossos leitores.
Olá! Meu nome é Alex Meister. Sou guitarrista profissional, produtor musical e professor de guitarra. Mas antes de ser um profissional da música, eu sou um apaixonado por música! Comecei a ouvir rock desde meus 10 anos de idade, por influência do meu irmão mais velho, e desde então a minha vida ganhou uma companhia inseparável.
Quantos discos você tem em sua coleção?
No momento tenho pouco menos de 900 CDs.
Quando você começou a colecionar discos?
Nem sei dizer ao certo, pois quando me dei conta já tinha pego o gosto em comprar e acumular discos (risos). Mas acho que foi aos 15 ou 16 anos de idade.
Você lembra qual foi o seu primeiro disco? Ainda o tem em sua coleção?
Meu primeiro disco na verdade foi um K7 do Slippery When Wet, do Bon Jovi. O primeiro disco de fato foi o Somewhere in Time, do Maiden. Não tenho mais nenhum desses itens na minha coleção por dois motivos:
Desde o final dos anos 90, vendi todos os meus LPs e recomprei-os em CDs, e a partir deste momento fiquei apenas neste formato de mídia. Ao longo dos anos me desfiz de alguns títulos para conseguir outros. Desta forma não fiquei com todos os discos que em algum dia comprei de fato. Creio que tenha vendido ou trocado algo por volta de 1.000 unidades.
Quando caiu a ficha e você percebeu que não era só um ouvinte de música, mas sim um colecionador de discos?
Percebi isso ainda adolescente. Eu reparei naquela época que havia ficado com vontade de ter mais e mais discos para poder conhecer cada vez mais bandas e diferentes títulos. Era uma gana por ter sempre maior conhecimento sobre o assunto.
Como você organiza a sua coleção? Por ordem alfabética, de gêneros ou usa algum outro critério?
Eu organizo minha coleção por gêneros e países de origem. Sempre foi bastante fácil pra encontrar qualquer item ao longo de todo esse tempo.
Onde você guarda a sua coleção? Foi preciso construir um móvel exclusivo pra guardar tudo, ou você conseguiu resolver com estantes mesmo?
Isso realmente se tornou um problema e precisei montar um móvel para guardar todos os meus CDs por não ter mais lugar para guardá-los de forma adequada. Projetei esse móvel, junto com minha esposa, pensando em como ter espaço e também decorar meu home-studio. Assim, consegui além um lugar para os meus CDs, também para outro problema, que era guardar minhas guitarras (risos). No final o projeto deu super certo!
Que dica de conservação você dá para quem também coleciona discos?
Eu sou extremamente meticuloso, cuidadoso e chato com TODOS os meus CDs. Tanto que se te mostrar um item que comprei ainda no final dos anos 1980 ou um que acabo de comprar nesta semana, você não saberá diferenciar um do outro (risos). Eu tenho muito cuidado pois são todos importados, e tenho o prazer de sempre pegar cada um deles para ouvir e ver que eles estão sempre em perfeito estado, como se tivesse acabado de adquiri-los na loja. Então, as minhas dicas vão desde manter o plástico que lacra o CD, para conservar o acrílico, e proteger de uma eventual queda, e evitando que voe o CD arranhado pra um lado e caixa quebrada pra outro (risos).
Você já ouviu tudo que tem? Consegue ouvir os títulos que tem em sua coleção frequentemente?
Com certeza já ouvi e ainda ouço tudo que tenho! Além de nunca parar de comprar mais itens.
Eu tenho o hábito de ouvir uns três ou quatro CDs antes de começar a trabalhar, ou à noite após o trabalho, e também em companhia da minha esposa, que também se tornou colaboradora e proprietária deste acervo.
Qual o seu gênero musical favorito e a sua banda preferida?
Meu estilo favorito, e que soma uns 80% da minha coleção, é o hard rock 80’s/ AOR, com todos os seus sub-gêneros. Minhas bandas preferidas são Def Leppard, Winger, Ratt e Dokken. É difícil dizer apenas uma banda... Desculpe... (risos).
De qual banda você tem mais itens em sua coleção?
As bandas que possuo mais itens são Kiss (24 itens), seguido de Def Leppard (16 itens). Mas se for contar a banda principal e todos os projetos solos de cada músico junto, Dokken seria o segundo (21 itens).
Quais são os itens mais raros, e também aqueles que você mais gosta, na sua coleção?
Cara, que pergunta complicada, pois exatamente me orgulho de possuir diversos itens raros e fora de catálogo. E creio que seja por esse motivo que não tenha uma coleção tão gigante em quantidade, mas sim na qualidade! Caço itens de bandas oitentistas e do princípio dos 1990 vindas da América do Norte e vários diferentes pontos da Europa. como Escandinávia, Alemanha, Reino Unido e etc. Alguns desses itens raros são: Hurricane – Over The Edge, Treat – Scratch and Bite, Masquerade – s/t, Valentine – s/t, Ratt – 1º EP, e vários outros na mesma linha.
Você é daqueles que precisa ter várias versões do mesmo disco em seu acervo, ou se contenta em completar as discografias das bandas que mais curte?
Eu sinceramente me contento com apenas uma versão de cada CD. Só existem duas exceções a essa regra na minha coleção:
Def Leppard – Hysteria: esse eu possuo na original press e na versão deluxe com outtakes, pelo motivo de ser o meu disco preferido de todos os tempos.
Pleasure Maker – Twisted Desire & Love On The Rocks: como são CDs que lancei, eu possuo todas as diferentes prensagens feitas aqui no Brasil, EUA, Europa e Japão. Muito em breve possuirei mais casos assim, pois lançarei meu quarto álbum no começo de 2018 com o Pleasure Maker, e já estou planejando o quinto dentro de mais dois anos.
Além de discos (CDs, LPs), você possui alguma outra coleção?
Na verdade apenas coleciono CDs. Eu ainda tenho guardados uns 30 LPs que tive pena de vender na época. Tenho DVDs, livros de biografias, mas não dá pra considerar coleção pois não somam 50 itens. Fora mídias musicais, eu tenho uma coleção de tampinhas de garrafa de cerveja de várias partes do mundo. Até que tenho bastante delas (risos).
Em uma época como essa, onde as lojas de discos estão em extinção, como você faz para comprar discos? Ainda frequente alguma loja física ou é tudo pela internet?
Eu continuo frequentando as lojas físicas aqui no Rio de Janeiro como a Headbanger, Sheherazade e Darklands. Também vou em lojas físicas quando estou viajando. A última que tive o prazer de ir foi a Amoeba, de Los Angeles. Mas é claro que compro muita coisa pela internet, principalmente no eBay.
Que loja de discos você indica para os nossos leitores?
Indico todas as lojas que estão na galeria Vitrine da Tijuca, que citei logo acima, assim como a Animal Records da Galeria do Rock. Essas são as que eu mais frequento.
Qual foi o lugar mais estranho em que você já comprou discos?
Com vendedor de rua. Esse é o lugar mais estranho que eu consigo me lembrar. Mas poderia ser bem mais esquisito, com certeza! (risos)
O que as pessoas pensam da sua coleção de discos, já que vivemos um tempo em que o formato físico tem caído em desuso e a música migrou para o formato digital?
Há pessoas que em princípio estranham exatamente pelo que você falou. Mas com o tempo, passam a gostar e dizem: “como era legal possuir os formatos físicos!”. Isso acontece muito comigo, pois montei o móvel para guardar os CDs ao lado das guitarras, que uso todos os dias recebendo meus alunos para dar aulas ao longo da semana. Isso sempre vai acontecer. Mas mesmo assim, em contra partida, existe os outros 50% de pessoas, que no primeiro momento, acham o máximo! (risos)
Você se espelha em alguma outra coleção de discos, ou outro colecionador, para seguir com a sua? Alguém o inspira nessa jornada?
Nunca tive ninguém em específico em quem me inspirei para começar a colecionar. Porém, tive amigos mais velhos que tinham seu acervo. Acho que isso foi um incentivo inconsciente que tive no princípio.
Qual o valor cultural, e não apenas financeiro, que você vê em uma coleção de discos?
Acho o valor cultural de uma coleção de discos inestimável. Ainda mais se for bem utilizada! Isso vai muito além de apenas estimar um valor em dinheiro para todas essas obras junto, pois não é apenas o valor de cada unidade, mas sim todo o trabalho envolvido na confecção de cada um deles.
Vai chegar uma hora em que você vai dizer "pronto, tenho tudo o que queria e não preciso comprar mais discos", ou isso é uma utopia para um colecionador?
Eu acho totalmente utopia. E ainda digo mais, se isso acontecesse, ficaria extremamente deprimido por não ter nada mais para descobrir.
O que significa ser um colecionador de discos?
É ser um apaixonado pela música, e por tudo que isso envolve. Ainda mais nos tempos de hoje! (risos)
Qual o papel da música na sua vida?
A música é a roda mestra da minha vida. Sem ela, a minha existência não teria sentido. Tanto que essa minha grande paixão se transformou na minha profissão. Outra coisa muito marcante que a música me traz é a proximidade com pessoas de várias partes do mundo, falantes de outros idiomas. Mas quando se tem isso em comum, a comunicação flui de outra forma! Isso é demais!!
Uma das coleções mais legais que já passou pelo site. Boa entrevista.
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