Review: Accept - The Rise of Chaos (2017)


Alguns renascimentos que a gente assiste no mundo do rock são tão improváveis que conseguem rivalizar com a mais poderosa das fênix. E o caso do Accept certamente se enquadra entre eles. Uma das melhores e mais influentes bandas do heavy metal, os alemães alcançaram o auge durante os anos 1980 com discos clássicos como Restless and Wild (1982), Balls to the Wall (1983) e Metal Heart (1985). No entanto, as constantes e infinitas brigas com o vocalista Udo Dirkschneider levaram o cantor, uma das marcas registradas do som do grupo, a trilhar outros caminhos.

Sem um de seus principais integrantes, o Accept entrou em hiato por longos 14 anos, ficando sem lançar nenhum material inédito entre 1996 e 2010. Até que, surpreendendo até o mais cético dos fãs, ressurgiu das cinzas com o excelente Blood of the Nations (2010), que trouxe Mark Tornillo no lugar de Udo. E, desde então, vem lançando bons discos em sequência.

The Rise of Chaos é o quarto álbum com Tornillo e o décimo-quinto trabalho da carreira dos alemães. Produzido por Andy Sneap, o disco está sendo lançado em todo o mundo pela Nuclear Blast e traz dez novas canções. O álbum marca também as estreias do guitarrista Uwe Lulis e do baterista Christopher Williams, que assumiram os postos anteriormente ocupados por Herman Frank e Stefan Schwarzmann. O guitarrista e líder Wolf Hoffmann e o baixista Peter Baltes completam o time.

Musicalmente, temos um álbum que mantém a mesma pegada adotada desde Blood of the Nations, honrando a sonoridade de metal clássico que sempre esteve associada à banda. No entanto, é possível perceber uma inserção maior de elementos mais rock and roll, responsáveis por tornar o som mais direto em músicas como as ótimas “Koolaid" e “Analog Man”. 

Como em todo o disco dos alemães, as guitarras ditam a sonoridade, seja através dos riffs ou com os solos, que seguem mantendo características de música clássica (paixão declarada de Hoffmann), ainda que de maneira mais sutil se comparamos com os álbuns anteriores. Outro ponto marcante da música do Accept, os refrãos, surgem firmes e fortes, imprimindo aquele agradável clima de “chamada e resposta” em várias das faixas.

The Rise of Chaos é mais um ótimo disco de uma banda que soube se levantar e recomeçar como poucas. O álbum é um triunfo à altura de um dos maiores nomes da história do metal, e agradará em cheio headbangers de todas as idades.

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