Após dez anos, a banda paulista Laventura lançou no final de setembro o seu segundo disco, Gravidade. O álbum foi produzido pelo peruano Santiago Aliaga, conterrâneo do guitarrista Juan Anton. Diogo Campos (vocal e guitarra), Inti Ernesto (baixo) e Victor Vieira (bateria) completam a formação.
A sonoridade do quarteto é um rock bastante focado em guitarras, com riffs e solos constantes. Mas não dá pra classificar os caras como hard rock ou heavy metal, longe disso. O som tem uma pegada meio alternativa com uma leve aura indie. Em diversos momentos a banda usa o recurso de criar momentos contrastantes entre trechos mais calmos e explosões sonoras, criando um efeito de luz e sombra contínuo.
Totalmente cantado em português, Gravidade traz letras que falam sobre amor, ódio e revolta, explorando mais uma vez a dicotomia, agora em relação a sentimentos contrários uns aos outros.
Há, sem dúvida, uma ambição artística no trabalho que o Laventura mostra em Gravidade, ainda que essa ambição não acerte a mão e acabe não funcionando muito bem em certas músicas. No entanto, é louvável que uma banda procure caminhar além dos atalhos mais óbvios e busque trilhar estradas mais difíceis. Esse é um ponto que precisa ser elogiado em Gravidade, e que, infelizmente, tem diminuído cada vez mais, o que faz com que a música atual acabe soando sem cara, sem identidade e bastante pasteurizada em muitos dos principais nomes que tem surgido nos últimos tempos.
A música que mais curti foi “O Gosto Dela”, mas bons momentos também estão em “Passiflora”, “Até o Fim” e “Labirinto”.
Você pode ouvir Gravidade no player abaixo:
Comentários
Postar um comentário
Você pode, e deve, manifestar a sua opinião nos comentários. O debate com os leitores, a troca de ideias entre quem escreve e lê, é que torna o nosso trabalho gratificante e recompensador. Porém, assim como respeitamos opiniões diferentes, é vital que você respeite os pensamentos diferentes dos seus.