Review: Joe Satriani - What Happens Next (2018)


Aos 61 anos, Joe Satriani chega ao seu décimo-sexto álbum. What Happens Next foi lançado dia 12 de janeiro pela Sony Music e tem produção de Mike Fraser (AC/DC, Blackberry Smoke, The Cult). Um dos grandes atrativos do disco é que ao lado de Satriani estão Glenn Hughes e Chad Smith, este último companheiro de banda no Chickenfoot, com a dupla dando um brilho todo especial ao trabalho. E até vale um pensamento: Hughes está com 66 anos e Smith com 56, comprovando que a longa estrada fez bem para ambos.

What Happens Next é o sucessor de Shockwave Supernova (2015) e possui uma sonoridade bastante orgânica e agressiva. A força do trio Satriani-Hughes-Smith pulsa por todo o disco, que trilha predominantemente o caminho do rock mas dá umas pisadas fora da curva em alguns momentos.

Satriani é um monstro na guitarra, um dos grandes responsáveis por tornar o rock instrumental viável comercialmente. Afinal, dois de seus discos - Surfing with the Alien (1987) e The Extremist (1992) - estão entre os grandes best sellers da música instrumental de todos os tempos e o restante de sua discografia jamais deixou de se destacar em vendas. A presença de Glenn e Chad dá contornos ainda mais fortes para a musicalidade de Joe, fazendo as composições do guitarrista alcançarem um nível altíssimo. É um power trio com ênfase no power, além, é claro, na exuberância técnica e no brilho individual, já que todos os músicos dominam seus instrumentos como poucos.

É possível detectar também em What Happens Next algumas homenagens de Joe Satriani para outros ícones das seis cordas, com o músico explorando caminhos sonoros associados de maneira marcante a outros guitarristas. É o caso de “Smooth Soul”, por exemplo, onde Santana é trazido à tona sem timidez. Já em “Headrush" temos a velocidade de Alvin Lee baixando em Satriani, enquanto o encerramento com a linda “Forever and Ever” é um arrepiante tributo a Jimi Hendrix.

O funk presente no DNA de Glenn Hughes e Chad Smith dá as caras no groove de “Catbot”, enquanto o baterista solta a mão sem medo na segunda metade de “Cherry Blossoms”, mostrando que seu repertório vai muito além daquele apresentado no Red Hot Chili Peppers. Já Hughes deixa claro mais uma vez o grande baixista que sempre foi com performances de cair o queixo em canções como “Looper" e “Super Funky Badass”. E, aliado a tudo isso, ainda há a presença de uma pequena pérola pop como “Righteous”, cuja melodia agradável acompanha o ouvinte pelo restante do dia.

Tudo isso faz de What Happens Next um dos melhores discos de Joe Satriani. Há inspiração, há feeling, há coração pulsando em todas as faixas, que soam quentes e vivas. Ao término da audição fica a certeza de que a união do trio foi uma escolha muita acertada, tanto que já dá pra imaginar os próximos passos desta parceria.

Comentários

Postar um comentário

Você pode, e deve, manifestar a sua opinião nos comentários. O debate com os leitores, a troca de ideias entre quem escreve e lê, é que torna o nosso trabalho gratificante e recompensador. Porém, assim como respeitamos opiniões diferentes, é vital que você respeite os pensamentos diferentes dos seus.