Review: Clutch - Book of Bad Decisions (2018)


Earth Rocker, décimo álbum do quarteto norte-americano Clutch, foi escolhido pela Metal Hammer como o melhor disco de 2013. Mas isso não teve praticamente nenhum efeito sobre o público brasileiro. Aclamada lá fora, a banda natural de Maryland continua sendo pouco reconhecida por aqui. Um prazer para poucos, poderiam afirmar alguns. Um desperdício de muitos, prefiro pensar.

Divagações à parte, o Clutch soltou no início de setembro o seu décimo-segundo disco, Book of Bad Decisions. O trabalho é o sucessor de Psychic Warfare, que saiu em 2015. Produzido por Vance Powell, vencedor de seis Grammys e o cara por trás de álbuns de nomes como Jack White, The Raconteurs, Arctic Monkeys e Seasick Steve, o disco tem quinze músicas e é, sem dúvida, um dos trabalhos mais sólidos do Clutch.

Para quem não conhece a banda, a sonoridade do Clutch é um hard rock com forte influência de blues e uma sutil pegada de southern rock e, até mesmo, country. É pesado, é caipira, é rock, e dos bons. A banda consegue inserir um groove bastante característico nas composições, que contam com performances invariavelmente marcantes do vocalista Neil Fallon e um trabalho bem legal do guitarrista Tim Sult. 

Não vou elaborar raciocínios mirabolantes e análises cheias de elementos tentando convencer você a ouvir Book of Bad Decisions e os discos anteriores do Clutch. A banda já está consolidada e vem recebendo elogios em todo o mundo, e isso não aconteceu à toa. Então, se você gosta de rock pesado, simplesmente abra o Spotify e ouça.

Book of Bad Decisions será presença certa nas listas de melhores álbuns de 2018, podem me cobrar depois. Não há dúvida disso. Assim como não há dúvida de que uma grande parte do público brasileiro de rock seguirá acreditando que nada de bom foi feito depois do Led Zeppelin, Deep Purple, Black Sabbath, Iron Maiden, Metallica, AC/DC e todas essas bandas de sempre. Enfim, como disse lá no início do texto: é um desperdício uma banda tão boa quanto o Clutch não possuir um público maior aqui no Brasil. Enfim, azar de quem não abre a sua cabeça para o que está acontecendo agora, e segue a vida.

Concluindo: como nem o público, nem os lojistas e muito menos as gravadoras conhecem o Clutch por aqui, o álbum não tem (nem nunca terá, parafraseando Chico Buarque) uma edição nacional.

Comentários

  1. Mais um discaço dos caras.....sonzera Ricardo,ótimo texto!!!

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  2. É... um petisco para poucos. Azar de quem não conhece... ou seja, quase todo mundo. Entrou na minha lista de melhores de 2018. Ao som de Clutch - Spirit of '76. Abraço a todos.

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