Quem ouviu o álbum de estreia da banda
solo do Phil Anselmo (Pantera, Down, Superjoint, Arson Anthem, Scour), o ótimo
Walk Through Exits Only (2013), sabe que a coisa toda não era brincadeira. Todo
aquele som mostrava que todo mundo que estava ali, estava em seu limite
musical. Tudo muito ao extremo. Phil Anselmo gritando aos sete cantos que a
música em geral estava uma porcaria e que essa culpa ele não carregava, pois estava
fazendo a sua parte.
Quando ouvi tudo aquilo, fiquei bem
espantado até onde o som extremo poderia chegar, já que não sou um ouvinte
frequente de sons nessa linha e para mim, esse disco soa muito agressivo e
pesado.
O tempo passou, Phil Anselmo se
envolveu naquele episódio de nazismo que fez com que sua carreira quase fosse
por água abaixo, o Superjoint voltou e lançou um novo álbum - que, diga-se de
passagem, ficou bem agressivo. E em 2018 sou agraciado com o novo disco da
banda solo de Phil, Choosing Mental Illness as a Virtue.
Realmente eu não sabia onde o som
extremo poderia chegar. Apesar de eu achar que a voz do Phil Anselmo está
abaixo do que ele mostrou em seus trabalhos anteriores, sempre lembro de que
ele já é um "senhor" de 50 anos e continua fazendo um som muito
extremo.
A banda, para a gravação deste álbum,
contou com uma formação diferente do disco de estreia. Phil Anselmo, Jose
"Blue" Manuel Gonzales (bateria), Steve Taylor (guitarra), sendo
estes integrantes que gravaram o primeiro disco, agora tiveram a companhia de Mike
De Leon na guitarra e Walter Howard IV no baixo. Desta vez, Anselmo declara
toda a sua fúria contra hospitais psiquiátricos e todo o mal que eles causam ao
ser humano, e também ao que o ser humano causa a ele mesmo. Pesado.
O que me agrada muito no álbum é a
quantidade de passagens que cada música possui, não ficando no básico (riff 1,
solo, riff 2, final). Passagens de acordes durante toda a música fazem com que
elas não fiquem repetitivas, sendo um dos pontos altos do disco.
No início do ano de 2019 a banda teve
uma passagem pelo Brasil com shows por algumas capitais, onde executaram uma
espécie de tributo ao Inigualável Pantera com algumas músicas do The Illegals e,
na sequência, um set com os incríveis clássicos que o Pantera possui, sendo
cantadas pelo seu integrante e compositor original. Isso já valia muito. Tive a
oportunidade de assisti-los em Porto Alegre, em um Bar Opinião lotado para uma
terça-feira. Gostei muito da voz de Phil Anselmo, tanto nas músicas do The
Illegals quanto nas o Pantera. Um show que ficará marcado.
Para mim, Choosing Mental Illness as a
Virtue foi um dos melhores discos de 2018.
Por Emanuel Herbstrith
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