Quem lê
e escreve sobre música aqui no Brasil conhece o trabalho do Gastão Moreira.
Referência não apenas para um ou outro, mas para toda uma geração, Gastão é
sinônimo de jornalismo musical de qualidade e o maior nome do
jornalismo rock nacional.
É claro
que um cara com uma história tão rica e com passagens por tantos veículos não
poderia faltar em nossa série que discute o papel do jornalismo musical nos
dias atuais.
Para
acompanhar o trabalho do Gastão, assine o Kazagastão, o canal que ele produz no
YouTube. A diversão será garantida!
Pra
começar, fale um pouco sobre a sua trajetória profissional. Onde começou, em
quais lugares já trabalhou e onde podemos encontrar os seus textos hoje em dia.
Comecei
a trabalhar com música em 1990, no começo da MTV no Brasil. Trabalhei na TV
Cultura (Musikaos), DirectTV, Fashion TV e fiz o Gasômetro nas rádios Brasil
2000, Atlântida e Kiss Fm. Fui colaborador da Bizz, Rock Brigade, Trip, revista
da 89 FM e Folha de São Paulo. Meus textos estão por aí nessas revistas, mas
tenho todos arquivados em casa.
Quando
você começou a escrever sobre música?
Comecei
com minha coluna mensal To the Bone, na Rock Brigade.
O que o
motivou a escrever sobre música?
Foi
minha inesgotável paixão pela matéria prima!
Sobre
quais gêneros musicais você escreve?
Rock e
suas vertentes, mas já fiz textos sobre blues, jazz e soul music. Tenho escrito
muito pouco, hoje transformo meus textos em vídeos no Kazagastão.
Quais
foram as suas principais influências no jornalismo musical? Quais jornalistas
musicais você gosta de ler e influenciaram o seu trabalho?
Li
muitos textos do Pepe Escobar, Ezequiel Neves, Ana Maria Bahiana, Kid Vinil,
Lester Bangs, Simon Reynolds, Jon Savage e vários outros. Sempre gostei de ler
diferentes abordagens sobre a mesma obra.
O que
você mais gosta de produzir dentro do jornalismo musical?
Gosto
muito de analisar discos.
Na hora
de analisar um disco, quais aspectos da obra você costuma avaliar e dar mais peso
para chegar a uma conclusão sobre o álbum?
A música
é sempre o mais importante. Ideias, melodias, letras, composições. Uma audição
mais apurada inspira vários comentários espontâneos sobre o disco, de
preferência com a capa na mão. Critérios técnicos são secundários nas primeiras
audições.
Como
é o seu método de escrita? Como é a sua rotina na hora de analisar um
disco ou produzir uma matéria? Sai tudo de uma vez ou esse processo leva alguns
dias?
Não
tenho método nem técnica, por isso demoro bastante para escrever. Procuro
passar minhas ideias para o papel sem censura, instintivamente, e depois
procuro ajeitar aquilo que não está bem escrito.
Quais
veículos sobre música você indica não apenas pra quem quer se informar sobre o
assunto, mas também para quem deseja encontrar matérias de qualidade e que
podem ser úteis para iniciar no jornalismo rocker?
Fui
assinante de várias revistas de qualidade como Mojo, Uncut, Vive Le Rock,
Shindig, etc. A Rolling Stone dos anos 1970 e 1980 também trazia ótimos textos.
Em uma
época onde as opiniões são instantâneas, a crítica musical ainda importa e
segue sendo relevante?
Não
tanto quanto antes, quando uma crítica ruim tinha o poder de abalar um artista,
mas a crítica é fundamental para moldar gostos musicais. Acho que hoje a força
está nos sites e blogs e não mais nas revistas e jornais.
O quanto
o hábito da leitura é importante na construção de um estilo própria, de uma
voz, dentro da crítica musical?
É
essencial! Acho tão importante quanto ouvir música. É a única maneira de
evoluir na escrita e burlar o convencional.
O quanto
consumir não apenas outros estilos musicais, mas também outras formas de arte,
é importante para o trabalho de um jornalista de música?
Consumir
arte é exercitar sua sensibilidade. Pode ser uma exposição, uma peça, uma
orquestra, não importa. O importante é deixar suas emoções transbordarem e a
inspiração ocupar seu lugar.
O que é
ser um crítico de música hoje em dia?
A grande
função do crítico é filtrar e exaltar o que há de melhor no mundo musical em
meio a tanta coisa disponível. Para isso o crítico deve ser criterioso, curioso
e dotado de uma curadoria apurada.
Gastão é uma referência no jornalismo musical. Minha geração foi formada musicalmente pelo Fúria Metal e pelo Gás Total.
ResponderExcluirAlém de conhecer( muito) a história das bandas e artistas de rock, Gastão tem muito carisma para apresentar todos os programas que apresenta. Sem falar que o cara é de uma simpatia gigantesca. Muito diferente de outro crítico , que participa de um quadro deprimente em um programa popularesco aos sábados, e que acha legal xingar os fãs , que tem gostos diferentes, de "retardados" .
ResponderExcluirVida longa para o Gastão
É um grande cara e honesto no que faz. Não preciso dizer mais nada.
ResponderExcluir