A The Budos Band surgiu em Nova York em 2005 e é formada
por nove músicos. A ideia dos caras é fazer um som instrumental que os próprios
definem como afro-soul. O resultado, na prática, é uma música repleta de
feeling, alma e balanço que passeia pelo afrobeat, pelo rock, pelo jazz, pelo
funk e pela psicodelia, fazendo surgir uma das identidades sonoras mais
cativantes da atualidade.
O novo trabalho dos caras, The Budos Band V, saiu no
último 12 de abril e é mais um presente para os ouvidos. Sucessor do ótimo
Burnt Offering (2014), o disco traz dez faixas em pouco mais de trinta minutos.
No universo dos Budos, a guitarra é um elemento condutor da melodia, que é
amplificada através da inserção do órgão e de uma seção de metais casca grossa,
além de uma cozinha pra lá de entrosada. A soma de todos esses fatores dá ao mundo uma espécie de jazz-funk quase espiritual, onde o saxofone e trompete cantam as melodias, a guitarra costura as harmonias e a bateria e o baixo fazem tudo pulsar.
Como sempre, a produção imprime uma crueza aos timbres,
fazendo com que a autenticidade do trabalho da Budos Band venha para o primeiro
plano, com a banda jamais soando plastificada ou supérflua. Você sente o calor
dos instrumentistas, o chão treme e o corpo mexe sozinho com os grooves e os
embalos criados pelo noneto.
O disco é muito coeso, como sempre, e até pela sua
duração reduzida prefiro elogiar muito mais o conjunto da obra do que uma ou
outra faixa específica.
Se você gosta de música instrumental e, assim como eu,
tem uma queda pelo união do jazz com ritmos fortemente percussivos como o funk,
não apenas este álbum mas toda a discografia da The Budos Band vai cair de
forma imediata no seu gosto.
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