Quadrinhos: Rosalie Lightning, de Tom Hart (2019, Nemo)


Rosalie Lightning: Memórias Gráficas é uma história em quadrinhos diferente em todos os sentidos. Escrita e desenhada pelo cartunista norte-americano Tom Hart, conta como ele e sua esposa Leela Corman, ilustradora e também cartunista, lidaram com a morte repentina da filha Rosalie, de apenas dois anos.

Eu sou pai desde 2008. Meu filho, Matias, está com 11 anos. E a paternidade, assim como a maternidade, faz com que o mundo mude, com que vejamos as coisas de uma perspectiva totalmente nova. As prioridades passam a ser outras. E tudo, absolutamente tudo, passa a girar em torno daquela pequena criança que chegou para mudar a nossa vida para melhor.

Você não precisa ser pai e nem mãe para se emocionar com o que é contado em Rosalie Lightning. A HQ é, muito provavelmente, a mais triste que eu li em toda a vida – e olha que eu já li muito quadrinho. Hart precisa seguir em frente mesmo sem saber como, e utiliza o seu trabalho, a sua forma de expressão, como veículo para lidar com a morte da filha. Tudo é feito de forma crua, a dor é genuína, é bruta, vem acompanhada por uma mistura de emoções, por perguntas não respondidas e por uma incerteza constante.

Precisei parar a leitura em diversos momentos, respirar, dar uma caminhada, dar um tempo. Durante todo esse processo, minha relação com o meu filho ficou na minha cabeça. Rosalie Lightning é uma experiência densa, uma leitura difícil – principalmente se você tiver filhos – intensificado pelo traço extremamente emotivo de Hart, que varia conforme as emoções vão variando dentro de tudo aquilo que ele está vivendo.

Trata-se, no final, de uma história que toca fundo o coração e tenta entender o que é a perda de um filho, como lidar com o luto, como seguir em frente mesmo não desejando fazer mais nada.

A edição brasileira foi publicada pela editora Nemo com tradução de Érico Assis, traz 272 páginas, capa brochura e orelhas com informações adicionais.

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