
Jack Kirby não é chamado de rei á toa. No começo dos anos 1970, Kirby deixou a Marvel e foi trabalhar na DC Comics, e lá criou uma de suas melhores obras: O Quarto Mundo, que apresentou aos leitores Os Novos Deuses e Darkseid (o Thanos da DC). Mesmo não vendendo muito, Os Novos Deuses tinham fãs fiés e o Senhor Milagre era um dos mais queridos, chegando a fazer parte da Liga da Justiça no seu melhor momento (sim, na fase conhecida por "Liguinha" nos anos 1980).
E é isso que o quadrinho escrito por Tom King sobre o
Senhor Milagre é: uma carta carinhosa ao personagem. Scott Free está passando
por uma crise, Nova Gênese está numa guerra pra variar e tudo parece estar sem
solução. King aqui nos dá uma perspectiva interessante da jornada do herói, com direito a stress, depressão e
apatia. O maior escapista do mundo vai entender que "o show não pode
parar" e que sua terra natal, seus fãs e sua mulher precisam do Senhor
Milagre. E ele descobre também um vilão pior que Darkseid: a vida real. Aliás,
Grande Barda, a esposa de Scott, merece destaque, e é talvez a melhor personagem
da HQ. Grande mulher, literalmente.
E se King está em seus melhores dias como roteirista, a
arte de Mitch Gerads é nada menos que brilhante. Com nove quadros em cada
página, o que nos dá uma sensação claustrofóbica, entrega uma paleta de cores às
vezes psicodélica, às vezes chapada e sempre eficiente.
Um quadrinho belo, emocionante e muito criativo, vencedor
de dois prêmios Eisner e muito aclamado pela crítica, Senhor Milagre é, sem
dúvida, uma das grandes leituras de 2019.
Por Diogo Cunha
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