Com o título servindo como resposta para os problemas de
gerenciamento que a banda atravessava na época, Sabotage é a sexta compilação
de estúdio do quarteto. Foi o primeiro álbum com a produção assinada por Tony Iommi,
embora os créditos apareçam teoricamente destinados para a banda e para Mike
Butcher.
Os trabalhos começam com a fantástica e pesada “Hole in
the Sky”, que tem um vocal agudo de Ozzy Osbourne. A faixa é cortada
subitamente e seguida por uma peça acústica sinistra denominada “Don’t Start
(Too Late)”, apresentando o lado clássico de Iommi ao violão.O clímax do álbum
é “Symptom of the Universe”, com seis minutos e meio de riffs e solos
eternizados na história do heavy metal. A introdução com palhetadas só para
baixo consequentemente se tornaria uma característica do thrash metal, servindo
de referência para grandes guitarristas do estilo. Ao final, a canção debanda
para mais um tema acústico.
Com quase dez minutos, a poderosíssima “Megalomania” traz
um lado experimental até então inédito e um solo sensacional (talvez o melhor
da carreira) de Iommi na parte intermediária. A composição é rica em atmosferas
sombrias e assustadoras, sendo a essência de tudo o que amamos no Black Sabbath
e um atestado do auge criativo que a banda atravessava.
“The Thrill of It All” é competente, mas acaba sendo uma
das mais fracas do disco devido, principalmente, ao alto padrão das demais
faixas. Trazendo cantos gregorianos do Coro
Filarmônico de Londres, a instrumental “Supertzar” virou
a faixa de introdução dos shows da banda durante muitos anos. Sem saber da
participação do coro, Ozzy chegou no estúdio em uma tarde e deu de cara com os
quarenta integrantes gravando a música, então acreditou que estava no lugar
errado e foi embora!
“Am I Going Insane (Radio)” foi desenvolvida em um
sintetizador, o mesmo utilizado na faixa “Who Are You” do trabalho anterior, Sabbath
Bloody Sabbath (1973). O termo “Radio” entre parênteses parece indicar que a
canção foi composta para tocar no rádio, mas na verdade trata-se de uma gíria. Nas
palavras de Bill Ward: “É uma gíria usada em Birmingham. Se você é doente
mental, nós o chamamos de radio”. É o tema mais comercial do álbum, com seu
refrão melódico e fácil de ser cantado, apesar de encerrar com alguns gritos
bizarros de agonia, que acabam entrelaçando-se com a linha de baixo inicial da
última e uma das melhores faixas do disco: “The Writ”. Esta apresenta letra
escrita por Ozzy (algo bastante raro nos discos do Sabbath) cujo mote é o
ex-empresário contra o qual eles moviam uma ação judicial e traz uma das mais
fantásticas performances vocais da carreira do vocalista, encerrando o álbum no
nível máximo.
Sabotage nos apresenta uma porção maior de peso em
relação ao disco que o antecedeu, apesar de conter uma das piores capas da
história do rock (Ward está ridículo na foto, vestindo as calças de sua esposa
na época). Os perrengues judiciais e aborrecimentos com empresários que a banda
estava atravessando na época foram canalizados em um álbum raivoso, sendo o
último registro verdadeiramente excelente da formação clássica Ozzy, Iommi,
Geezer Butler e Ward.
Por Diego Colombo
em minha modesta e humilde opinião a obra máxima (junto com o primeiro e o sabbath bloody sabbath) da banda da minha vida. um dos discos da minha vida com a maior performance vocal do nosso querido madman, ele canta como um anjo raivoso. até hoje lembro com exatidão a primeira vez que ouvi "hole in the sky" nos idos de 1984, em um programa de radio de minha cidade, Belem, que rolava a madrugada tocando sons "diferentes" da programação normal. fiquei estasiado e. até hoje, fico da mesma forma. disco genial, pesado, inteligente, supreendente, enfim, uma obra prima do rock
ResponderExcluirquando comprei o disco, alguns meses depois, tudo me marcou, inclusive a capa (apesar da calça ridicula de Bill). Aquele espelho e os reflexos, a moldura clássica, Ozzy naquele roupão com motivos orientais meio mistico meio amedrontador , com aquela cruz e, após botar o vinil pra rolar, tudo ficaria mais misterioso, raivoso e envolvente
ResponderExcluirJunto com Sabbath Bloody Sabbath, é o meu álbum favorito da banda.
ResponderExcluirA capa deste disco esteve colada no meu quarto dos 15 aos 20 anos, no Bom Fim, em Porto Alegre. Curtia Sabbath desde 1973, depois de ter sido apresentado à banda por um primo mais velho. Por sorte, o vizinho que morava embaixo gostava ainda mais, descobri uma bela manhã, ao acordar com o petardo de Hole In The Sky. Hoje escuto os álbuns com Ozzy no vocal em ordem cronológica, no carro, sempre o mais alto possível (sem distorcer, claro!). Impossível não ficar impressionado com a qualidade, criatividade e a capacidade técnica desta banda, em total dissonância do progressivo que começava na época.
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