O quarteto inglês Wolftooth é o tipo de banda que
consegue agradar gregos e troianos. Bebendo tanto em sonoridades clássicas como
em ingredientes contemporâneos, o grupo formado por Chris Sullivan (vocal e
guitarra), Jeff Cole (guitarra), Terry McDaniel (baixo) e Johnny Harrod
(bateria) une a paixão pela New Wave of British Heavy Metal e o
amor pelo peso monolítico proporcionado pela guitarra de Tony Iommi em uma sonoridade forte e promissora.
Fundado em 2017, o Wolftooth é a derradeira cartada quatro
músicos com uma longa trajetória no metal extremo britânico, que aqui se
afastam do death, hardcore e grindcore de outrora e encontram a sua cara
definitiva em um som mais universal e não tão segmentado. Além do Sabbath e da
NWOBHM, a própria banda admite influências de nomes clássicos como Led Zeppelin
e Soundgarden e referências mais contemporâneas como Wolfmother e High on Fire -
dá pra colocar um pouquinho de The Sword, Kadavar e Orchid na mistura.
Traduzindo: é um som pesado, bastante pesado, porém cadenciado e construído a
partir de riffs muito bem feitos, cozinha sólida e vocal que traz algumas
influências do grunge ao lado da onipresença de Ozzy. O Wolftooth não descamba para andamentos super acelerados e blast beats
em nenhum momento, não apela para vocais guturais. Ao contrário: em muitos
momentos os caras soam como uma banda criada nos anos 1970 mas que conseguiu
gravar o seu disco de estréia apenas agora – ouça a ótima “Sword of My Father”
e entenda o que eu estou falando.
Lançado em 2018 lá fora e celebrado pela crítica, o auto
intitulado primeiro disco da banda acaba de sair no Brasil em uma bonita edição
digipack pela Hellion Records. E aqui eu quero fazer um elogio também à
gravadora: em um mercado cada vez mais nichado como o do heavy metal e do
próprio consumo de mídia física - especialmente CDs -, acho fundamental reconhecer o esforço de
empresas como a Hellion Records em continuar investindo em novos títulos,
trazendo material de qualidade para Brasil e não apenas de nomes consagrados.
Encontrar uma edição nacional de um disco como esse do Wolftooth é uma
belíssima surpresa, porque a banda é ótima e desconhecida no Brasil, porém com
potencial para crescer e alcançar um público muito maior no futuro. Identificar
esses talentos e investir nesses nomes ao mesmo tempo em que abastece os
acervos dos metalheads com pérolas clássicas do metal mostra a amplitude do
trabalho da Hellion, que está prestes a comemorar 30 anos de vida e segue
fundamental para a cena da música pesada brasileira.
Gostaria de fazer um pedido
a todo leitor desse review: vá atrás desse disco do Wolftooth, ouça as músicas
da banda e, se possível, compre esse CD. O som dos ingleses é realmente muito
bom e acredito que agradará grande parte da turma que curte não apenas metal,
mas também um rock pesado bem feito. Entre as músicas, destaques para “Sword of
My Father”, “”White Mountain”, “Frost Lord”, “The Huntress” e “Season of the
Witch”. Porém, todas as oito faixas do disco são fortes e merecem atenção.
É raro uma banda iniciante lançar um disco de estreia tão
bom quanto esse. O Wolftooth conseguiu essa proeza e mostra que tem potencial
para se destacar muito nos próximos anos. Aproveite que o álbum saiu no Brasil
e dê esse presente para a sua coleção.
Excelente!
Valeu pela dica !! Será que ninguém no Brasil irá lançar o espetacular disco do Rival Sons: Feral Roots ?
ResponderExcluirFábio. o Rival Sons mudou de gravadora e agora está em um selo que faz parte do grupo Warner. A Warner não tem interesse de lançar o disco por aqui e, mais, não deixa que selos menores lancem. Esse é o ponto.
ExcluirAi Jesus.....simplesmente o melhor disco deles não terá versão nacional...triste. Obrigado pelo esclarecimento Cadão.
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ResponderExcluirOpa, bom dia! Eu comentei algo inadequado?
ExcluirAlexandre, fui responder agradecendo o seu comentário e cliquei em excluir o comentário, desculpa. Coloca aí de novo ...
ExcluirSem problemas, irmão! Tava agradecendo mesmo! Tem tanta coisa boa e disponível hoje, que esse filtro seu é fundamental, do contrário, muitos discos fodões como este passariam sob o radar! Esse e o Black Abyss... que álbum! Forte abraço!
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