A década de 2010 está se encerrando seguindo o mesmo caminho que percorreu durante os últimos dez anos: com ótimos discos para quem gosta de música de qualidade e revelando excelentes bandas e artistas. Entre 2010 e 2019 vimos o crescimento e a consolidação de nomes como Ghost, Baroness, Blackberry Smoke, Rival Sons, Graveyard, Gojira e outros, além da afirmação de novos gigantes do rock como Mastodon, Opeth, Steven Wilson e Machine Head. E, obviamente, citei apenas os que me vieram à mente. Isso tudo aconteceu sem que os nomes lendários do estilo fossem deixados de lado, com David Bowie, Metallica, Black Sabbath, Iron Maiden, Megadeth, Judas Priest e um monte de gente lançando discos excelentes no período. Viu como dá pra conciliar o novo com o clássico?
Como fazemos todos os anos, chegou a hora de revelar
quais foram os melhores álbuns dos últimos doze meses. A lista que você lerá
abaixo transita entre metal, rock, blues, soul, jazz e estilos similares, trazendo 25
discos que reafirmam o quanto a música está viva e criativa, seguindo incrível
para os ouvidos de quem não se contenta apenas com os mesmos nomes de sempre.
Antes, porém, vale relembrar quais foram os melhores
álbuns dos últimos anos, segundo o site. E também indicar para que você confira
a nossa matéria mais do que especial com os melhores discos da década de 2010
escolhidos por nossos convidados – leia aqui.
Esses foram os escolhidos pela Collectors Room como melhores do ano entre 2010
e 2018:
2010 – Rotting Christ – Aealo
2011 – Machine Head – Unto the Locust
2012 – Baroness – Yellow & Green
2013 – Daft Punk – Ramdon Access Memories
2014 – Criolo – Convoque seu Buda
2015 – Steven Wilson – Hand Cannot Erase
2016 – Ina Forsman – Ina Forsman
2017 – Me and That Man – Songs of Love and Death
2018 – Kamasi Washington – Heaven and Earth
Abaixo você conhece quais foram os 25 melhores discos
de 2019 na opinião da Collectors Room, com textos sobre cada um dos escolhidos.
E, é claro, ganha de presente uma playlist com uma música de cada um dos álbuns
citados, pra sacar um pouco o que cada uma das bandas traz para a sua vida.
Obrigado por acompanhar a CR, espero que você curta pelo menos alguns desses
álbuns e, como sempre, deixe a sua lista com os dez melhores discos de 2019 nos
comentários. Valeu ;-)
25 Leyla McCalla – The Capitalist Blues
Esta nova-iorquina filha de pais haitianos e radicada em
Nova Orleans gravou um dos mais belos discos de 2019. Multi-instrumentista,
Leyla vai da música caribenha ao jazz mais sofisticado, passando por
influências das ruas de Nova Orleans na concepção de um trabalho primoroso, que
pulsa a cada faixa. O som é orgânico, as letras variam entre o inglês, o
francês e o crioulo, todas com fortes mensagens sociais e políticas. Incrível,
como é possível ouvir em “Money is King”, carregada com o clima carnavalesco de
uma das cidades mais musicais dos Estados Unidos.
24 The Allman Betts Band – Down to the River
Ainda que Duane Allman seja, provavelmente, o nome mais
lembrado quando falamos da Allman Brothers Band, foi a parceria entre Gregg
Allman e Dickey Betts que levou o combo norte-americano a se transformar em uma
lenda. Essa banda dá sequência ao legado da ABB, que encerrou suas
atividades em 2014. Tendo como figuras centrais Devon Allman (filho de Gregg) e
Duane Betts (herdeiro de Dickey), a Allman Betts Band estreou em 2019 com um
disco super agradável. O som é o southern rock embebido em doses de country e
blues que os fãs adoram, tudo amparado por um trabalho de composição
competente. Enquanto músicas como “Shinin’” parecem sair direto de um disco da própria Allman Brothers Band, faixas como “Down to the River” apresentam a cara
própria do grupo.
23 King Hobo – Mauga
Hard rock poeirento e exalando aquele clima setentista
que faz a cabeça de muita gente. O King Hobo une músicos do Opeth, Kamchatka e
Clutch em um quarteto excepcional. O som é viajante na medida certa, sem longos
e improdutivos monólogos instrumentais que não levam a lugar nenhum. Com
influências de Deep Purple e Uriah Heep, além dos próprios Clutch e Kamchatka,
a banda faz um som que cativa instantaneamente qualquer fã de rock clássico.
Bem tocado, bem composto, com excelentes vocais e uma atmosfera que exala o
clima de um bar enfumaçado no meio do nada, Mauga é um álbum que foi
praticamente ignorado aqui no Brasil. Porém, basta ouvir canções como “Hobo
Ride”, “King Blues” e “Good Stuff” para corrigir isso na hora!
22 The Budos Band – The Budos Band V
Adoro a união do funk com o rock, e a The Budos Band é
mestre nessa alquimia. O quinto álbum deste combo nova-iorquino traz a
sonoridade suja característica, com guitarras trocando fraseados com o naipe de
metais, enquanto baixo e bateria fazem a alegria dos apreciadores de ritmos.
Totalmente instrumental, o disco mostra que a voz não é essencial para alcançar
grandes pepitas pop como “Old Engine Oil” e “The Enchanter”, além de grooves
mirabolantes e transcendentais como em “Arcane Rambler”.
21 Christone “Kingfish” Ingram – Kingfish
Com apenas 20 anos, Christone Ingram é uma das revelações
do blues. Natural de Clarksdale, no Mississippi, e com uma folha corrida que
inclui gravações ao lado de nomes como Eric Gales, Buggy Guy e Keb’ Mo’, além
de shows ao lado da Tedeschi Trucks Band e outros, Ingram estreou com Kingfish,
um belo disco que traz influências de B.B. King, Buddy Guy (que
participa de “Fresh Out”) e outras lendas. “Outside of This Town” é um ótimo cartão de visitas para o universo novinho em folha de
Kingfish.
20 Billie Eilish – When We All Fall Asleep, Where Do We Go?
A grande revelação do pop em 2019 é uma garota prodígio de Los Angeles que, com apenas 17 anos, lançou um disco de estreia que
conquistou todo o planeta. Billie vem embalada em uma aura sombria e canta
sobre assuntos de sua vida pessoal sem maiores filtros. Como manda o figurino,
sua música vem amparada por um forte conceito visual explorado em clipes que
trazem cenas soturnas e elementos às vezes desconfortáveis, mas sempre
marcantes. E no aspecto musical temos jóias pop como o single “Bad Guy” ao lado
de canções sentimentais como “You Should See Me in a Crown” e melodias
pegajosas como as presentes em “Bury a Friend”.
19 Pristine – Road Back to Ruin
O Pristine vem da Noruega e já há alguns anos chama a
atenção dos ouvidos mais atentos. Tendo como figura central a vocalista Heidi
Soldheim, a banda encorpou o seu som, tornando-o ainda mais eficiente. O
resultado é um rock pesado e que muitas vezes vai na linha do hard blues,
sempre com um entrosamento impressionante e uma densidade consistente. Canções
como o single “Sinnerman”, o balanço setentista de “Bluebird” e a pegada cheia
de energia de “Landslide” conversam com o que de melhor o rock nos entregou em
seus mais de sessenta anos de vida.
18 Eric Gales – The Bookends
Soar contemporâneo e moderno em um gênero tão tradicional
e afeiçoado às suas raízes como o blues não é tarefa das mais fáceis. Eric
Gales, no entanto, vem peitando este desafio e alcançando ótimos resultados.
The Bookends é mais um exemplo do imenso talento e da grande inventividade deste
vocalista e guitarrista norte-americano. Aqui as faixas exploram sempre o
universo do blues, mas trazem elementos de outros gêneros da black music como
funk, soul, hip-hop e o que mais as tornar interessantes. Gales passa longe de
ser um purista e usa essa inquietude a seu favor. E basta ouvir canções como
“Whatcha Gonna Do” e “It Just Beez That Way” para perceber que isso funciona.
17 Keb’ Mo’ – Oklahoma
Em um dos mais belos discos de blues dos últimos anos,
Keb’ Mo’ repensa o papel do negro na sociedade norte-americana
enquanto entrega um álbum que vai além do formato padrão do gênero, variando
entre composições que conversam com influências mais atuais e outras com
momentos acústicos e calmos que são de cortar o coração de tão bonitas. A
autobiográfica “I Remember You”, a música título, “This is My Home” e o single
“Put a Woman in Charge” (ao lado de Rosanna Cash, filha de Johnny) são exemplos
do alto nível alcançado pelo bluesman.
16 Southern Avenue – Keep On
Este quinteto natural de Memphis, Tennessee, surgiu em
2015 e soltou este ano o seu segundo disco, o delicioso Keep On. Lançado pela
lendária Stax Records, um dos celeiros mais férteis da música negra
norte-americana, o álbum honra o imenso legado da gravadora e é uma joia
sonora. As doze faixas trazem um soul embebido no blues e com doses de groove,
metais onipresentes e belos vocais a cargo de Tierinii Jackson. Pepitas como
“Whiskey Love” adocicam o corpo, enquanto momentos mais calmos como a
linda “Savior” recarregam a alma. Está
em um daqueles dias em que só a música salva? Aqui está a sua boia para
sobreviver.
15 Beth Hart – War in My Mind
“Bad Woman Blues”, música que abre War in My Mind, já
deixa claro que estamos ouvindo algo especial.
E essa sensação só se intensifica nas onze faixas restantes. Natural de
Los Angeles, Hart vem gravando discos excelentes há anos, tanto em sua carreira
solo quanto ao lado de outro ícone do blues contemporâneo, o guitarrista Joe
Bonamassa. War in My Mind é o seu nono álbum solo e é conduzido pelo piano de
Beth, com uma predominância de canções mais intimistas e sentimentais, que
mergulham na psique da cantora e soam como uma espécie de união entre o jazz e
o blues. É um disco ao mesmo tempo denso e belo, à flor a pela e repleto de
feeling, com interpretações vigorosas de uma das vozes mais fortes da música
atual. Belíssimo em (e para) todos os sentidos!
14 Dream Theater – Distance Over Time
Após quatro discos com Mike Mangini, o Dream Theater
retomou a sonoridade que o levou ao topo do metal progressivo. Sem a
megalomania de The Astonishing (2016) e apostando na união de melodias fortes
com o instrumental intrincado que faz a cabeça dos fãs, a banda entrega em
Distance Over Time um dos seus trabalhos mais efetivos. Canções como
“Untethered Angel”, a ótima “Paralyzed” e o prog metal puro de “At Wit’s End”
comprovam isso.
13 Candlemass – The Door to Doom
Idolatrada dentro da cena do metal, a banda sueca
Candlemass reativou as suas energias com o retorno do vocalista Johan Langqvist.
Há trinta anos fora do grupo, Johan é a voz do clássico Epicus Doomicus
Metallicus, lançado em 1986. Mais Black Sabbath do que nunca – o próprio Tony
Iommi participa do álbum fazendo o solo de “Astorolus – The Great Octopus” -, o
Candlemass presenteou os fãs com um dos seus melhores discos. Riffs em
profusão, um vocalista sedento para mostrar serviço e um peso avassalador
tornam faixas como “Splendor Demon Majesty” e “Black Trinity” algumas das
melhores pauladas que o metal ouviu este ano.
12 The Steel Woods – Old News
Southern rock é um dos meus gêneros favoritos, e esta
banda de Nashville lançou um dos grandes álbuns do estilo em 2019. Mais rock e
sem tantas influências de country e blues como os nomes característicos do
estilo, porém mantendo o inconfundível vocal anasalado e habilidade para compor
canções que agradam de imediato, o The Steel Woods mostrou talento de sobre em
Old News, que é apenas o segundo álbum do grupo. E, de quebra, ainda deu para
os fãs versões personalíssimas de clássicos do Black Sabbath, Allman Brothers
Band, Tom Petty e outros ícones. Entre os melhores momentos temos a abertura
com “All of These Years”, “Blind Lover” e a reconstrução de “Changes”, do
Sabbath.
11 The Black Keys – Let’s Rock
O The Black Keys foi um dos grandes nomes do rock na
década de 2010. Com dois discos incríveis lançados no período – Brothers (2010)
e El Camino (2011), ambos fenomenais -, o duo formado pelo vocalista e
guitarrista Dan Auerbach e o baterista Patrick Carney soou experimental demais
em Turn Blue (2014) e acabou dando uma pausa na carreira, período em que ambos
se aventuraram em trabalhos solo e novos projetos. Let’s Rock marcou não apenas o
retorno da banda, mas também a volta aos bons tempos do início da década. Rock
descomplicado, sempre com uma onipresente pitada de blues, feito pra dançar e
curtir. Nada mais do que isso. E ao ouvir canções como “Lo/Hi”, “Tell Me Lies”
e “Get Yourself Together”, percebemos que era exatamente isso que precisávamos.
10 Blind Guardian – Legacy of the Dark Lands
Prometido há mais de vinte anos, o quase mitológico disco
orquestrado do Blind Guardian finalmente veio ao mundo em 2019. E cumpriu as
enormes expectativas que o cercavam. O trabalho mais corajoso e completo de
Hansi Kürsh e companhia é um triunfo da música nascido da paixão da banda por filmes de
aventura e histórias mitológicas. Sem nenhuma guitarra, baixo ou bateria, mostra toda a
profundidade e complexidade do universo musical da lenda alemã, um dos maiores nomes do power metal. E é também a prova
cabal do imenso talento de Kürsh, uma das grandes vozes da música e que aqui
entregou a sua performance definitiva. “In the Red Dwarf’s Tower” traduz tudo
que você encontrará no álbum e mostra que o metal pode ser feito de uma maneira
totalmente diferente.
9 Yola – Walk Through Fire
Backing vocal de nomes como Massive Attack e The Chemical
Brothers, Yola lançou o seu disco de estreia em 2019. E que disco! Liberado
pela gravadora de Dan Auerbach, do The Black Keys, Walk Through Fire tem o seu
título inspirado em um incêndio na casa da cantora, fruto de um
relacionamento abusivo que ela viveu. O disco é primoroso e nem parece um debut, já que Yola, aos 36 anos, canta de forma experiente e madura.
Musicalmente as faixas passeiam pelo soul, folk e americana, em um trabalho de
composição profundo e que surpreenderá quem ainda não ouviu. Ouça “Shady
Grove” e “Ride Out in the Country” e experimente.
8 Soen – Lotus
A princípio, o Soen habita um universo similar ao do
Tool. Porém, enquanto a banda norte-americana é claramente mais atmosférica e
gosta de construir climas hipnóticos em suas composições, os suecos vão por
outro caminho. Tendo a bateria do ex-Opeth Martin Lopez e o vocal de Joel
Ekelöf na linha de frente, o Soen ergue canções progressivas com forte abordagem rítmica,
porém sempre mantendo a objetividade. Essa receita gera faixas como “Opponent”
e “Martyrs”, mas a banda vai além ao explorar o lirismo de forma mais intensa em músicas como a belíssima “Lascivious”, que alterna trechos mais calmos e
donos de uma beleza absolutamente incrível com outros onde a explosão sonora
dita o caminho. Lotus é um disco maduro e que evidencia a imensa evolução do
Soen, uma das bandas mais interessantes do metal contemporâneo.
7 Joanne Shaw Taylor – Reckless Heart
Descoberta por Dave Stewart, guitarrista do Eurythmics, a
inglesa Joanne Shaw Taylor é apontada por publicações especializada como “a
cara do novo blues”. Reckless Heart é o seu sexto álbum e impressiona.
Guitarrista de mão cheia, dona de uma voz com um tom sutilmente rasgado, Joanne
destila riffs inspirados e fortes nas onze músicas – “In the Mood”,
que abre o disco, é um exemplo -, mas também reserva momentos mais intimistas,
como a arrepiante música que batiza o trabalho. Há uma certa similaridade com a Tedeschi
Trucks Band em alguns momentos, principalmente devido à semelhança da voz de
Joanne com a de Susan Tedeschi, mas sem a variedade instrumental do combo de
Derek Trucks, devidamente compensando por uma pegada mais crua. Discão do
início ao fim!
6 The Teskey Brothers – Run Home Slow
Charles Bradley faleceu em setembro de 2017 depois de
lançar apenas três álbuns – um quarto trabalho, Black Velvet, saiu em 2018 de forma póstuma. O
soul emotivo e com vocal rasgado e cheio de feeling do norte-americano deixou saudades, e se você se enquadra na
imensa turma que ficou órfã de Bradley, esse disco cai como uma luva. O The
Teskey Brothers vem de Melbourne, na Austrália, mas seus dois pés estão no interior
dos Estados Unidos. Soul que toca a alma em canções belíssimas! Run Home Slow é
o segundo disco quarteto e traz aquele típico som que não só Bradley, mas
também Sharon Jones fazia (e que emprestou para a também falecida Amy
Winehouse em Back to Black, cujo instrumental foi tocado pela banda de Jones, os Dap-Kings). Músicas
como “Let Me Let You Down” e “So Caught Up” cativam de imediato.
5 Whiskey Myers – Whiskey Myers
Ao lado do Blackberry Smoke, o Whiskey Myers é o
principal nome do novo southern rock. Porém, ao contrário dos
seus colegas de Atlanta, que bebem na inesgotável fonte do Lynyrd Skynyrd, este
septeto natural da cidade de Palestine, no Texas, traz doses generosas de
country em sua sonoridade, que é devidamente amplificada com influências de
rock e blues. Batizado apenas com o nome da banda, o quinto álbum do grupo chegou
ao topo da parada country e ao segundo lugar entre álbuns de rock na Billboard,
e motivos para isso não faltam. Muito bem feito e com composições certeiras, o
disco é daqueles que fazem os ouvidos sorrirem a cada nova canção. Perfeito
tanto para pegar a estrada quanto para animar um churrasco com os amigos,
Whiskey Myers é o trabalho mais completo desses norte-americanos e
possui força para levá-los por um caminho de aclamação semelhante ao do
Blackberry Smoke. Canções como “Die Rockin”, “Rolling Stone” e “Gasoline” são
provas disso.
4 Slipknot – We Are Not Your Kind
O Slipknot é um gigante. Com um público enorme em todo o
planeta, o combo liderado por Corey Taylor é, de longe, a maior banda de metal
após a explosão do Metallica com o Black Album, em 1991. Ainda que não
compreendida até hoje por uma parcela de bangers brasileiros mais tradicionais, o
Slipknot, logicamente, não precisa provar nada para ninguém. Mas a banda fez
isso em We Are Not Your Kind. Após juntar os cacos da morte de Paul Gray e da
saída de Joey Jordison em The Gray Chapter (2014), o grupo norte-americano acertou os ponteiros e gravou um dos seus discos mais coesos. Com o baterista
Jay Weinberg tendo uma performance avassaladora, Taylor cantando bem como
sempre e composições fortíssimas como “Nero Forte” e “Orphan”, além de
experimentações bem-vindas como o clima eletrônico sombrio de “Spiders” e a
climática “A Liar’s Funeral”, o Slipknot reafirmou o seu status como uma das
maiores bandas da história.
3 Opeth – In Cauda Venenum
O Opeth segue a sua jornada pelo prog com mais um disco
surpreendente. Como faz desde Heritage (2011), a banda sueca, ainda que
conserve alguns elementos de metal em seu som, caminha sempre por trajetos
distantes do gênero. Em In Cauda Venenum temos uma das jornadas mais belas já
criadas pelo grupo em um disco que presenteia os ouvintes com uma riqueza
musical estonteante, devidamente amparada para coragem criativa de sempre e
pela vontade de experimentar que marcou a carreira do quinteto. Fortíssimo,
o álbum cativa com canções como “Dignity” e “Next of Kin”, ao mesmo tempo em
que dá sutis “escorregadas” pelo metal em músicas como “Heart in Hand”.
Encantador!
2 Tool – Fear Inoculum
Depois de 13 anos de silêncio, o Tool fez um retorno
fenomenal. Primeiro álbum da banda desde 10,000 Days (2006), Fear Inoculum é um
disco com canções longas que se desenvolvem em camadas sonoras e vão totalmente
na contramão da correria, da urgência e da ansiedade que permeiam a sociedade
atual. Hipnótico e com melodias cíclicas, o trabalho induz ao transe e leva a um
estado de espírito totalmente diferente daquele que o ouvinte estava quando iniciou
a sua audição. É rock progressivo, é metal, e é muito além. Explorando o universo sonoro que desenvolveu, o quarteto norte-americano compensou a
longuíssima ausência com um dos seus melhores trabalhos. Incrivelmente único e
totalmente singular em músicas excepcionais como a faixa que intitula o álbum,
“Pneuma” e “7empest”, o Tool ratificou a sua identidade artística sem seguir tendência
alguma a não ser a própria liberdade musical que sempre marcou a banda. E é
justamente isso que faz os caras serem tão especiais.
1 Rival Sons – Feral Roots
O Rival Sons passou toda a década de 2010 gravando discos excelentes. Foram quatro ao todo: Pressure & Time (2011), Head Down (2012),
Great Western Valkyrie (2014) e Hollow Bones (2016). Toda essa experiência culminou em Feral Roots, um álbum espetacular e que comprova a força
deste quarteto californiano. Perfeito em todos os aspectos – da composição à
performance, da parte musical às letras – Feral Roots é o cartão de visitas do
Rival Sons para níveis muito mais altos na hierarquia do rock. Músicas como o
single “Do You Worst”, o soco no estômago chamado “Back in the Woods” e a
transcendental “Shooting Stars” fazem deste trabalho algo pra lá de especial e
mostram uma banda no auge dos seus poderes. O rock ganhou uma nova lenda, e ela
se chama Rival Sons.
Puta Merda, que lista sensacional! Todos os gêneros que tanto amo abrangidos aí, de Tool a Southern Avenue, que pouquíssimos conhecem! Completíssima e antenada! Valeu por mais um ano Collectors, e ao Cadão, filtrador dos mares musicais! Feliz 2020 a todos que passam por aqui!
ResponderExcluirGrande lista Cadão !!!! Muita coisa pra conhecer ! Espero que um dia você também se embrenhe em música cantada em português e espanhol !! vai ajudar a gente ainda mais :)
ResponderExcluirAbraços
Que lista, que lista!!!. Estou batendo palmas de pé
ResponderExcluirWhiskey Myers – Whiskey Myers...Sensacional !! Parabéns pela resenha, como sempre perfeito!
ResponderExcluirVc indicou tanta coisa top que gostaria de fazer uma singela indicação. A excelente Hannah Williams & The Affirmations , pra quem curte soul R&B e até umas pitadas de Funk, vai se deleitar com a interpretação da Hannah
ResponderExcluirBaita indicação
ExcluirQue sonzeira! Valeu a indicação!
ExcluirQue lista!!!! Já estou degustando vários sou teu fã
ResponderExcluirMuita banda nova. Muitas sugestões pra sugerir. Obrigado
ResponderExcluirSempre bom conferir as listas da Collectors.
ResponderExcluirDeixar uma sugestão. Deixei links para as outras listas, dos anos anteriores. Dá para achar procurando, mas os links facilitariam bastante. Pode ser uma boa.
Faltou o novo do Michael Kiwanuka, um dos meus favoritos do ano e se encaixa bem nessa pegada da lista, recomendo dar uma olhada ;)
ResponderExcluirSó quero saber quando Rival Sons vai aparecer aqui nas terras brasileiras pra gente apreciar este álbum ao vivo
ResponderExcluirMuito feliz em ver The Steel Woods e Whiskey Myers na lista. A primeira descobri esse ano e gostei demais.
ResponderExcluirBela lista. Ainda ficou faltando os novos do Whitesnake, Liam Gallagher, Bob Mould, Buckcherry e o melhor de todos, o novo do The WHO !
ResponderExcluirLista incrível. Música a cada dia que passa vai nos surpreendendo. Fica na paz irmão.
ResponderExcluirQueria deixar aqui uma sugestão de um álbum de 2019 que me cativou demais. É o "Pitfalls" da banda Leprous. Bom demais! E parabéns pela lista!
ResponderExcluir