Quadrinhos: Silvestre, de Wagner Willian (2019, Darkside Books)


Com arte deslumbrante e uma nítida influência do pintor italiano Sandro Botticelli, Silvestre, novo trabalho de Wagner Willian, é uma das HQs mais deslumbrantes publicadas no Brasil nos últimos anos. Acompanhada do cuidado e excelência gráfica onipresentes nos títulos da Darkside Books, a obra ganha uma dimensão ainda mais impressionante.

Willian, autor de Bulldogma (2016) e outros quadrinhos, entrega em Silvestre o seu trabalho mais experimental. A narrativa varia entre a linguagem encontrada em livros ilustrados e algo próximo ao que se espera encontrar em uma HQ, porém tudo de forma não convencional. Seu traço é dinâmico, sujo e repleto de movimento, e o trabalho de cores deixa tudo ainda mais vivo, como se as ilustrações pulassem para fora das páginas.





Na trama somos apresentados a um velho caçador e suas companhias surpreendentes, que incluem representações de figuras icônicas do folclore brasileiro como o Curupira, a Cuca e a Mula Sem Cabeça, que são devidamente acompanhadas de personagens de alcance universal como a bruxa Baba Yaga. O surrealismo dá o tom em Silvestre, que não economiza na imaginação e bebe em fontes de inspiração latino-americanas como o genial Gabriel García Márquez e sua obra-prima atemporal Cem Anos de Solidão.

No final da leitura, Silvestre toca cada indivíduo de forma diferente, alternando a sua percepção de acordo com a história de vida e as experiências pessoais de cada leitor. Alcançar esse nível é para poucos, e Silvestre comprova de vez o absurdo talento de Wagner Willian.

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