O Me and That Man surgiu em 2017 como um projeto de Adam
Darski (que todo mundo conhece como Nergal, vocalista, guitarrista e líder do
Behemoth) ao lado de John Porter, um dos grandes ícones do southern folk. O
disco de estreia da dupla, Songs of Love and Death, agradou de imediato e
recebeu elogios de todos os lados.
Três anos depois, Nergal está de volta, mas agora sem
Porter. Para substituir o músico inglês diversos convidados especiais
participam do disco, o que dá ao trabalho um clima inegavelmente interessante.
Participam de New Man, New Songs, Same Shit, Vol. 1 nomes conhecidos com
Ihsahn, Rob Caggiano, o casal Johanna Sadonis e Nicke Anderson, Matt Heafy,
Corey Taylor e Brent Hinds (ou seja, integrantes do Emperor, Anthrax, Volbeat,
Hellacopters, Lucifer, Trivium, Slipknot e Mastodon), além de vozes não tão idolatradas mundo afora mas que agregam demais ao disco, como as de Jørgen
Munkeby, Sivert Høyem, Mat McNerney e Niklas Kvarforth.
A percepção imediata é que o segundo álbum
do Me and That Man é bem menos sombrio que o primeiro. Sai a onipresença
soturna de Porter e em seu lugar emergem as personalidades de cada um
dos convidados. O trabalho de composição segue primoroso, com melodias
cativantes vindas de lugares escuros, coros que encorpam os refrãos e a
instrumentação onde sonoridades acústicas e elétricas dividem o mesmo espaço.
Musicalmente, é a mesma combinação de country, folk e música gótica do disco de
2017, porém com menos sombras e mais luz
e com uma influência evidente do universo do falecido Leonard Cohen. A trilha
perfeita para filmes de vampiros e criaturas do tipo.
Entre as músicas, destaque para “Coming
Home”, a pegajosa “Burning Churches”, “Surrender”, “Deep Down South”, “You Will
Be Mine” e “How Come?”. As onze faixas são muito consistentes e mais um grande
acerto de Nergal.
New Man, New Songs, Same Shit, Vol. 1
mostra um Me and That Man diferente da estreia, porém igualmente ótimo. Um dos
grandes discos do ano, mais uma vez.
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