Review: Me and That Man - New Man, New Songs, Same Shit, Vol. 1 (2020)



O Me and That Man surgiu em 2017 como um projeto de Adam Darski (que todo mundo conhece como Nergal, vocalista, guitarrista e líder do Behemoth) ao lado de John Porter, um dos grandes ícones do southern folk. O disco de estreia da dupla, Songs of Love and Death, agradou de imediato e recebeu elogios de todos os lados.

Três anos depois, Nergal está de volta, mas agora sem Porter. Para substituir o músico inglês diversos convidados especiais participam do disco, o que dá ao trabalho um clima inegavelmente interessante. Participam de New Man, New Songs, Same Shit, Vol. 1 nomes conhecidos com Ihsahn, Rob Caggiano, o casal Johanna Sadonis e Nicke Anderson, Matt Heafy, Corey Taylor e Brent Hinds (ou seja, integrantes do Emperor, Anthrax, Volbeat, Hellacopters, Lucifer, Trivium, Slipknot e Mastodon), além de vozes não tão idolatradas mundo afora mas que agregam demais ao disco, como as de Jørgen Munkeby, Sivert Høyem, Mat McNerney e Niklas Kvarforth.

A percepção imediata é que o segundo álbum do Me and That Man é bem menos sombrio que o primeiro. Sai a onipresença soturna de Porter e em seu lugar emergem as personalidades de cada um dos convidados. O trabalho de composição segue primoroso, com melodias cativantes vindas de lugares escuros, coros que encorpam os refrãos e a instrumentação onde sonoridades acústicas e elétricas dividem o mesmo espaço. Musicalmente, é a mesma combinação de country, folk e música gótica do disco de 2017, porém com menos sombras e mais luz e com uma influência evidente do universo do falecido Leonard Cohen. A trilha perfeita para filmes de vampiros e criaturas do tipo.

Entre as músicas, destaque para “Coming Home”, a pegajosa “Burning Churches”, “Surrender”, “Deep Down South”, “You Will Be Mine” e “How Come?”. As onze faixas são muito consistentes e mais um grande acerto de Nergal.

New Man, New Songs, Same Shit, Vol. 1 mostra um Me and That Man diferente da estreia, porém igualmente ótimo. Um dos grandes discos do ano, mais uma vez.

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