Review: Archon Angel – Fallen (2020)


O consagrado vocalista Zak Stevens, conhecido principalmente por seu trabalho com o Savatage e com o Circle II Circle, retorna aos estúdios para seu novo projeto com o guitarrista Aldo Lonobile, que também produz o álbum. Contando com o baixista Yves Campion e o baterista Marco Lazzarini, o Archon Angel lançou seu debut Fallen no dia 14 de fevereiro pela Frontiers Records.

O álbum começa com a emocionante faixa título, com passagens melódicas e épicas que remetem tanto musicalmente quanto liricamente às músicas do Circle II Circle, trazendo um confortável convite para a temática do disco. “The Serpent”, “Rise” e “Under The Spell” seguem uma crescente de peso em relação à primeira faixa, voltando-se mais ainda para o power metal com pitadas de metal progressivo e mostrando a ótima dinâmica entre a banda. Fechando a primeira parte do álbum, “Twilight” inicia com um tom ambientando para algo diferente, porém logo se demonstra um metal tradicional com os melhores solos de guitarra até então.

A segunda metade do trabalho abre com uma mudança abrupta e com uma pegada mais voltada para o hard rock oitentista sem perder sua dose de peso, algo bastante visto nos álbuns do Savatage. Isso fica bem claro nas músicas “Faces of Innocence”, “Hit the Wall” e “Who's in the Mirror”. Mudança essa que, apesar de não soar inédita - se assemelha muito ao trabalho do supergrupo Sons of Apollo, por exemplo -, é consideravelmente mais marcante que o início do disco (com exceção de “Fallen”).

A penúltima música, a belíssima balada acústica “Brought to the Edge”, fala sobre como grandes reviravoltas na vida podem mudar o significado de tudo ao nosso redor, e como mesmo sem poder voltar atrás a respeito de anos perdidos nunca é tarde para enfrentar seus limites. Um dos destaques do disco, encaminhando para outro ponto fortíssimo que é a faixa final. O álbum fecha com o épico de sete minutos “Return of the Storm”, que começa com uma introdução de coral acompanhado por um piano e em seguida conta com excelentes linhas de bateria com violinos de fundo. A música mais rica do disco, com forte inspiração nos álbuns conceituais do Savatage, onde a banda inteira está dando o melhor de si.

Apesar de não apresentar nada inédito, a nova banda de Zachary Stevens entrega, em seus 50 minutos de música, um CD eclético quanto às suas inspirações e com ótimas performances dos músicos. Um agradável recomeço para um vocalista adorado pelos fãs de metal melódico.

Por Leonardo Kammer


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