Review: Torvo – World of Glory and Hate (2011) e Into the Pressure (2018)


O Torvo vem de Caxias do Sul e foi formada em 2002, porém lançou o seu primeiro álbum apenas em 2011. Executando um death/thrash que traz como grandes influências o trio Slayer, Sepultura e Pantera, a banda possui na discografia os CDs World of Glory and Hate (2011) e Into the Pressure (2018). Recebi ambos os discos há alguns meses mas somente agora finalmente tive tempo para ouvir o trabalho do grupo.

Vamos começar pela estreia. Produzido por Paulo Schroeber (guitarrista do Almah que faleceu precocemente), World of Glory and Hate traz doze faixas muito agressivas e que mostram o inegável potencial da banda. A produção deixou a guitarra de Marcelo Santos bem áspera, o que é um destaque imediato. O vocal de Tiaraju Lima é um gutural interessante que faz sutis variações por tons mais agudos, o que me agrada muito. E a dupla Roger Veeck (baixo) e Igor Schneider (bateria) não esconde a inspiração em Rex Brown e Vinnie Paul Abbott, com um trabalho coeso e que sustenta grande parte da sonoridade da banda. 

Nesse primeiro CD somos presenteados com um tracklist competente e uma sonoridade bastante agressiva, onde o destaque vai para faixas como “Nothing But the Truth”, “Make What I Can’t” e a paulada “Alone”. No entanto, senti falta de uma maior variação de ideias, com o álbum soando um tanto repetitivo quando ouvido de uma só vez.


A banda retornou em 2018 com Into the Pressure, e a evolução é gritante. O quarteto soa mais redondo, mais maduro e mais experiente no sentido de explorar de forma mais profunda as ideias das composições, que no primeiro disco já eram muito boas mas pecavam em alguns momentos pela falta de variação. A produção é ainda mais crua, e desse vez assinada pelo próprio guitarrista Marcelo Santos. Tiaraju mostra uma evolução já na primeira música (“I Will Confront”, que entra na sequência de intro que batiza o disco), com seu gutural explorando ainda mais os timbres mais agudos, o que torna a música da banda ainda mais violenta. 

As faixas estão mais diretas e mais focadas no thrash clássico, sendo o Slayer e até mesmo nomes como o Testament influências claramente perceptíveis. Instrumentalmente a banda segue com a competência mostrada no primeiro disco, ainda que o trabalho de baixo e bateria seja bem menos groovado do que o apresentado na estreia. As treze músicas são bem fortes, com destaque para a excelente abertura com a já citada “I Will Confront”, “Don’t Stop the Kill”, “Confuse”, “Pain” e o fechamento com “Drinking”.

Se você curte uma união bem feita entre thrash e death metal, o Torvo cairá como uma luva em seus ouvidos. Vale a pena ir atrás dos dois discos da banda, pois ambos garantem uma audição gratificante.


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