Review: BAP – Für usszeschnigge! (1981)


Quando falamos de rock alemão as principais bandas que surgem no papo são Scorpions, Helloween, Blind Guardian, Accept e Rammstein. Mas é claro que o estilo não se resume a esses nomes em terras germânicas, e um dos maiores exemplos disso é o BAP.

A banda foi formada em Colônia no ano de 1976, lançou onze discos de estúdio e segue ativa. Uma particularidade interessante é que todas as letras são escritas em Kölsch, um dialeto da região de Colônia. O som tem como principais influências nomes como Rolling Stones, Bruce Springsteen, Bob Dylan e The Kinks. Fundada pelo vocalista e guitarrista Wolfgang Niedecken e pelo guitarrista Hans Heres , o BAP variou a sua formação entre seis e sete integrantes ao longo dos anos, e musicalmente equilibra guitarras pesadas com passagens climáticas de teclados, tudo amparada por fortes melodias e um talento inato para compor refrãos fortes e marcantes.

Por algum motivo, o BAP ganhou certa popularidade no sul do Brasil nos anos 1980 e 1990, e foi dessa maneira que conheci o som dos caras. Desde então sigo na busca pelos seus discos, que volta e meia aparecem pelo meu caminho. A mais recente dessas aquisições foi Für usszeschnigge!, terceiro álbum do grupo.

Lançado em 1981, o disco traz o maior hit do BAP, a canção “Verdamp lang her”, cuja letra, de autoria de Niedecken, fala sobre sua relação e seus arrependimentos em relação ao seu pai, então recentemente falecido. A música abre o disco em alto nível, com um arranjo ascendente e melodias que conduzem a um refrão pra lá de grudento. Outros bons momentos podem ser ouvidos em “Südstadt Verzäll Nix” (com aquele clima rockão dos anos 1980), na chiclete “Waschsalon” e seu riff que é puro Chuck Berry, no reggae “Müsli Män” e no encerramento com uma curiosa versão para a clássica “Summertime Blues”, de Eddie Cochran, cantada obviamente no dialeto da banda e rebatizada para "Wo Mer Endlich Sommer Hann".

O BAP é uma banda que vale a pena ir atrás. Após o estranhamento inicial causado pelo idioma vem um universo de grandes canções e uma música muito bem feita, e que vale a pena conhecer. 

Comentários

  1. Olá, conheci o bap por meio de um amigo de infância, nos idos de 1986/87, ouvi muito o disco ao vivo Bess demnähx de 1983, recomendo fortemente!
    Grande abraço e parabéns pelo conteúdo de qualidade!!

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